PARA PESQUISADOR, ANTÁRTIDA DEVE TER A MESMA RELEVÂNCIA QUE AMAZÔNIA PARA O BRASIL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2007

1 de Março de 2007 - 20h51 - Érica Santana - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O pesquisador do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), Jefferson Cárdia Simões, disse que estudos sobre a Antártida deveriam ser tão relevantes quanto pesquisas sobre a Amazônia. Simões foi o primeiro brasileiro a atravessar o continente antártico, trajeto feito entre outubro de 2004 e janeiro de 2005. Ele, que também é o primeiro glaciologista brasileiro, participou hoje (1º) do lançamento do 4º Ano Polar Internacional (API).

O programa, que vai até março de 2008, tem o objetivo de realizar pesquisas cientificas interdisciplinares no Ártico e na Antártida. “Hoje, nós sabemos e temos fortes evidências e conhecimento científico de que para entender o clima brasileiro, a Antártica [como o continente também é chamado] é tão importante como a Amazônia. E nós nos esquecemos muitas vezes que nós somos um país continental. O Chuí está mais perto da Antártica do que Roraima”, explicou ele.

Ele destacou que a participação do país nessa quarta edição do evento é fundamental para a ciência brasileira. “É essencial para as grandes questões que vieram à tona nas últimas semanas sobre o impacto do homem nas mudanças climáticas. É na Antártica que nós vamos ver os primeiros sinais das mudanças climáticas globais”. O pesquisador lembrou que “também foi na Antártica que nós comprovamos que é o homem que está modificando a composição da atmosfera do planeta Terra”.

O Ano Polar Internacional é desenvolvido pela Organização Meteorológica Mundial e conta com a participação de 63 países que realizarão 227 projetos até 2011. O Brasil, que participará pela primeira vez ativamente do programa, desenvolverá 28 estudos e contará com R$ 9,2 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia. “Temos projetos envolvidos com a questão da circulação oceânica e também sobre como essa circulação está relacionada com toda a cadeia alimentar do Atlântico sul”, disse.

Simões coordena um grupo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que estuda os reflexos do gelo da Antártida no meio ambiente sul americano. “O que nós queremos saber é como a circulação atmosférica oceânica dessa região do planeta é controlada pela Antártica.”

O pesquisador destacou ainda a importância de entender o papel do aquecimento global no derretimento do gelo do planeta para saber como ele afetará o nível médio dos mares e as cidades costeiras. “O que nós podemos falar é que o norte da península Antártica apresenta, ao longo dos últimos 50 anos, o maior aquecimento da atmosfera em todo o planeta”.

Segundo ele, no local onde as pesquisas brasileiras serão realizadas (na Península Antártica) o aquecimento nos últimos 50 anos foi de 3 graus, enquanto que a média mundial, em 150 anos, foi de apenas 0,7 grau. “É uma região extremamente sensível às variações climáticas e conforme foi visto recentemente, é lá que nós presenciamos processos muito rápidos, respostas muito rápidas do ambiente a essas variações climáticas. Então, nós temos que manter o monitoramento para inclusive servir de alerta”.

A Antártida, segundo dados da UFGRS, tem uma área de 13,6 milhões de quilômetros quadrados, o que equivale a 1,6 vez a área do Brasil, que é de 8,5 milhões de quilômetros quadrados.

Pesquisadora acredita que estudos na Antártida vão produzir retrato do ambiente polar

3 de Março de 2007 - Érica Santana - Repórter da Agência Brasil - Brasília - As duas redes criadas em 2002 para estudar a interferência do homem no planeta e na Antártida vão produzir “um retrato real, em escalas diferentes, do ambiente polar e de como o homem está interferindo nele”. A avaliação é de uma das integrantes da rede 2, Helena Passeri Lavrado, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

As redes 1 e 2 foram criadas pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Programa Antártico Brasileiro (Proantar).

Os pesquisadores da rede 1 estudam as mudanças climáticas globais. Os da rede 2 estão mais voltados para a pesquisa local. O objetivo, segundo Helena Passeri, é coletar informações para compreender a qualidade ambiental de um ecossistema com condições tão extremas, como o antártico, e aplicá-las no Brasil.

“A rede 2 funciona como uma espécie de laboratório. Lá, as condições são extremas para tudo: de vida e de pesquisa. Se a gente aprende a analisar um ambiente daquele sob aquelas condições, pode aplicar o conhecimento que adquiriu também nos nossos ambientes tropicais aqui no Brasil’, explica a pesquisadora.

Segundo ela, mesmo tendo iniciado as pesquisas na Antártica há apenas 25 anos, o Brasil está focado em questões atuais e tem realizado trabalhos de qualidade. “O Brasil hoje tem sido elogiado. A criação dessas redes projetou o Brasil internacionalmente. [O país] tem sido elogiado por essas iniciativas de desenvolver pesquisas nessas duas grandes áreas; da interferência humana no aquecimento global e na Antártica [como o continente também é conhecido]”.

A pesquisadora destaca que da mesma forma que o conhecimento da rede 2 pode ser aplicado ao Brasil em termos de impacto ambiental, a rede 1, que trata de um aspecto global, também tem uma repercussão imediata no nosso país em termos de clima e de tempo.
“Acho que os resultados da pesquisa brasileira nesse ambiente vão trazer muitos frutos. Não só para a comunidade científica internacional, mas para a população brasileira, para o país em si”.

Ano Polar Internacional é lançado para nova rodada de pesquisas sobre meio ambiente

1 de Março de 2007 - Érica Santana - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O Ano Polar Internacional (API), programa internacional voltado para a realização de pesquisas científicas no Ártico e na Antártica foi aberto oficialmente durante a transmissão de uma videoconferência ao vivo, feita a partir da Antártida, no Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), em Brasília. Esta é quarta edição do programa, que busca recolher amostras e dados da fauna e flora das regiões polares até março de 2008. A primeira edição foi há 125 anos.

O projeto é desenvolvido pela Organização Meteorológica Mundial e conta com a participação de 63 países que realizarão 227 projetos até 2011. O Brasil, que participa pela primeira vez do programa, desenvolverá 28 estudos distribuídos entre mais de 30 universidades públicas e privadas. O Ministério da Ciência e Tecnologia investiu R$ 9,2 milhões no programa. “Pela primeira vez, agora, o Brasil tem um sistema nacional de ciência e tecnologia consolidado e vai poder ter participação ativa no ano polar internacional”, explicou secretário-executivo do MCT, Luis Fernandes.

Segundo ele, o mesmo sem ter tido participação ativa no ano polar de 1957 e 1958, o Brasil já era signatário do Tratado Antártico, que foi firmado no mesmo ano. O secretário disse que estudar o continente antártico é fundamental para o Brasil, porque os sistemas climáticos que afetam o país e o hemisfério sul são formados na região antártica. “Conhecer a formação do clima antártico é fundamental para poder prever mudanças climáticas em curso, no Brasil e no hemisfério sul de uma maneira geral; poder prever fenômenos naturais extremos que possam afetar o nosso desenvolvimento.”

Segundo Fernandes, além de compreender o que se passa no Brasil, a pesquisa “é crucial para entender o processo de aquecimento global no mundo”. Ele destacou a relevância da realização do quarto ano polar em 2007, sobretudo, por causa das discussões atuais sobre o impacto climático para o aquecimento global.

A Antártica, de acordo com ele, concentra “70% da água doce do mundo, a maior parte dela em forma de gelo“. "Ela (a Antártica) opera como espécie de refrigerador do clima mundial. Qualquer aceleração do processo de degelo na pode intensificar o processo de aquecimento global e ter profundo impacto sobre as mudanças climáticas no globo”, explicou.

Para ter um controle do processo de aceleração do aquecimento global, o secretário-executivo defende que seja feito um acompanhamento contínuo da região. "Monitorar isso de maneira mais adequada para poder se antecipar a determinados fenômenos e ter mecanismos ou de adaptação ou de mitigação é crucial não só para o Brasil ou para o mundo."

Em 2007, também se comemoram os 25 anos de atuação do Brasil na Antártica com o Programa Antártico Brasileiro (Proantar). E acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia, desde 1975, o Brasil é faz parte, como membro consultivo do Tratado Antártico, que regula as atividades científicas na região antártica. Já o Programa Antártico Brasileiro foi criado em 1982.

Pesquisa avalia impacto ambiental da presença brasileira na Antártida

3 de Março de 2007 - Érica Santana - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Avaliar como a presença brasileira na Antártida pode estar impactando o ambiente da região é um dos objetivos do Grupo de Estudos Ambientais em Bentos, que faz parte da rede 2 do Programa Antártico Brasileiro (Proantar).

Em 2002, o Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Proantar criou as redes 1e 2 para estudar a interferência do homem no planeta e, mais especificamente, no ambiente antártico. A rede 1 trata de mudanças climáticas globais e a rede 2, é voltada para uma pesquisa mais local.

Helena Passeri Lavrado, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é uma das pesquisadoras do projeto e explica que a idéia é fazer um monitoramento ambiental da Baía do Almirantado, na Baía Rei Jorge, onde está localizada a estação brasileira Comandante Ferraz.

“O nosso projeto tem como objetivo principal avaliar se produtos da atividade humana - como o lançamento de esgoto doméstico da estação brasileira, ou mesmo, algum possível acidente por óleo, que às vezes pode acontecer com as embarcações - podem estar causando ou não algum tipo de impacto para a biota [conjunto de seres vivos de um ecossistema] marinha’, explicou a pesquisadora em entrevista à Agência Brasil.

Helena Passeri diz que escolheu os chamados organismos bentônicos, ou seja, animais invertebrados (estrelas-do-mar, esponjas,moluscos, crustáceos) para avaliar os impactos ambientais porque eles costumam ter uma vida sedentária e por isso servem como bons indicadores da qualidade ambiental.

”Eles não se deslocam a grandes distâncias, não têm capacidade de migrar a grandes distâncias por essa razão eles vão ser os que mais vão sofrer os efeitos danosos de algum tipo de efluente doméstico”.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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