PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEIS PRECISA SER AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEL, ALERTA REPRESENTANTE DA ONU

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2007

6 de Março de 2007 - Clara Mousinho - Da Agência Brasil - Brasília - O diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, fez hoje um alerta ao Brasil e seus parceiros na implementação de um mercado internacional de biocombustíveis. “Durante a semana passada, Brasil, Estados Unidos, África do Sul, Índia e a Comissão Européia lançaram o Fórum Internacional de Biocombustíveis. Acredito que, se a sustentabilidade não for incorporada, o fórum poderá correr o risco de satisfazer apenas alguns segmentos”, disse ele.

Steiner lembrou que é essencial que o governo brasileiro estabeleça planos, diretrizes, regras e normas para que o plantio de cana-de-açúcar não prejudique florestas e ecossistemas. O diretor-executivo do Pnuma participou hoje (6) do debate “Os Desafios do Desenvolvimento Sustentável e as Respostas do Sistema Multilateral”, promovida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O deputado federal Fenando Gabeira (PV-RJ) estava presente no evento e ressaltou que o Brasil tem que definir cláusulas sociais e ambientais para a produção do etanol. “Temos que saber se o aumento da produção do álcool não vai aumentar o número de queimadas nas plantações de cana”, disse ele.

Para o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, também presente ao evento, é preciso buscar soluções para o meio ambiente que envolvam todos os países. “As conseqüências econômicas acontecem nos países ricos e pobres. Por isso, não adiantam apenas esforços regionais", disse ele.

Também estavam presentes no evento a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o presidente do Ibama, Marcos Barros, e o secretário do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa.

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Respeitando ambiente, cana pode multiplicar área plantada por 20, prevê Embrapa

5 de Março de 2007 - Ivan Richard - Da Agência Brasil - Brasília - A área plantada com cana-de-açúcar pode aumentar 20 vezes sem degradar o meio ambiente, avalia o chefe em agroenergia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Frederico Durães. Atualmente, 6,5 milhões de hectares do país estão ocupados pela produção de cana. Durães ressalta que o processo não aconteceria "do dia para a noite". Para isso, seriam precisos cerca de dez anos.

Num prazo menor, cinco anos, seria possível dobrar a produção, segundo Durães. Nesse período, a fabricação do álcool combustível poderia saltar de 17 bilhões para 40 bilhões de litros por ano.

O etanol será um dos principais temas do encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e George W. Bush na próxima sexta-feira (9) em São Paulo. Os produtores brasileiros reclamam dos impostos cobrados pelos Estados Unidos para importação do etanol. Para o Frederico Durães, esta é uma grande oportunidade para os produtores do país.

Os Estados Unidos foram o destino de quase um terço dos 3,5 bilhões de litros de etanol exportados pelo Brasil. Mas o produtor brasileiro teve de pagar cerca de R$ 0,30 por litro mais imposto de 2,5%, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que reúne os maiores produtores de álcool combustível do Centro-Sul do país.

Com o recente anúncio do presidente norte-americano de substituir, nos próximos 10 anos, 20% da gasolina utilizada nos EUA por biocombustíveis, aumentou o interesse dos produtores brasileiros para que haja uma redução dos impostos cobrados sobre o produto do Brasil.

"Nessa proposição de 20%, eles precisariam de aproximadamente 130 bilhões de litros de etanol", estima Durães. Atualmente, segundo ele, os Estados Unidos produzem cerca de 20 bilhões de litros de etanol de milho. "Para chegar à conta de substituição, os EUA precisariam adicionar mais do que o etanol da cana que o Brasil produz hoje duas vezes”, explicou.

Entenda por que os biocombustíveis estão em alta no mundo

5 de Março de 2007 - José Carlos Mattedi - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, George W. Bush, reúnem-se na próxima sexta-feira (9) em São Paulo, e no dia 31, em Washington. Na mesa de conversações, um produto em cujo desenvolvimento o Brasil é pioneiro, o etanol, ou álcool combustível.

A expectativa é que as conversas entre os dois presidentes representem um avanço para o comércio internacional de etanol, bem como para a indústria e a agricultura brasileiras.

Os dois países ainda irão tratar de uma futura cooperação tecnológica na produção de biocombustíveis, de forma geral. Pressionados pelo fato de serem, hoje, os maiores poluidores do planeta, os norte-americanos buscam alternativas para aumentar a parcela de biocombustíveis em sua matriz energética. O Brasil poderá se tornar um parceiro estratégico, tanto na exportação de etanol, como na transferência de tecnologia para os EUA e para outros países em desenvolvimento que poderão se tornar fornecedores internacionais do produto.

Atualmente, Brasil e Estados Unidos respondem por 70% da produção mundial de etanol, somando cerca de 35 bilhões de litros por ano. A produção mundial não passa dos 50 bilhões de litros. O consumo mundial de combustíveis de origem agrícola (cana-de-açúcar, milho, dendê, mamona, soja etc.) responde hoje por 1% do mercado global, dominado pelos combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão): 1% do mercado global.

Dos 3,5 bilhões de litros de álcool combustível exportados pelo Brasil no ano passado, 2 bilhões foram para os Estados Unidos. A nossa produção anual é de 18 bilhões de litros. A previsão dos usineiros brasileiros é de aumentar a fabricação de álcool combustível, em seis anos, para 30 bilhões de litros anuais.

Os usineiros brasileiros querem a redução das taxas cobradas pelos Estados Unidos para nosso etanol - os produtores têm que pagar US$ 0,54 por galão, o equivalente a R$ 0,30 por litro, e mais imposto de 2,5%. Para os empresários, a visita de Bush é a oportunidade para o governo brasileiro negociar “passos concretos para abertura do mercado norte-americano”.

No mês passado, Bush anunciou a meta de substituir 15% da gasolina da frota de veículos daquele país por combustíveis renováveis e alternativos. Isso vai representar um consumo de 132 bilhões de litros nos próximos anos – 160% maior que a atual produção mundial. Já a União Européia pretende consumir, até 2010, cerca de 10 bilhões de biodiesel.

Três fatores estão levando a essa ascensão da agroenergia: segurança energética (haveria uma redução maior da dependência em relação ao petróleo, cada vez mais caro e escasso); preocupações ambientais (a queima de combustíveis fósseis, derivados do petróleo, emite gases de efeito-estufa, causando o aquecimento global); inclusão social (o plantio de safras que geram renda aos produtores rurais).

Enquanto a produção de petróleo se concentra em 15 países, estima-se que existem mais de 120 países com potencial para produzir biocombustíveis. E as plantas mais indicadas para produzir essa nova matriz energética são características das regiões tropicais.

Nos Estados Unidos, a produção de etanol é essencialmente feita a partir do milho. O cultivo da planta para a fabricação de combustível está causando impacto no preço do produto para consumo e exportação. Além disso, o espaço para o plantio já está escasso, e o milho tem um rendimento muito inferior ao da cana na produção de álcool. Daí a necessidade norte-americana de buscar produtos economicamente mais viáveis.

O primeiro passo para a criação de um mercado internacional para biocombustíveis foi dado na semana passada. Brasil, África do Sul, China, Estados Unidos, Índia e a União Européia anunciaram a criação do Fórum Internacional de Biocombustíveis. O objetivo é aumentar a eficiência na produção, na distribuição e no consumo em escala mundial.

Durante um ano, os integrantes do fórum vão discutir medidas para ampliar a produção dos biocombustíveis sem destruir o meio ambiente nem comprometer a produção de alimentos. Além disso, os países vão trabalhar em conjunto para que os combustíveis feitos a partir de vegetais sejam cada vez mais utilizados em todo o planeta. No ano que vem, o Brasil vai organizar a Conferência Internacional de Biocombustíveis.

Segundo o Balanço Energético do Ministério de Minas e Energia de 2006, 44,7% da energia produzida no Brasil provém de fontes renováveis, que incluem, além do etanol e do biodiesel, as usinas hidrelétricas. A média mundial, conforme o mesmo balanço, está em torno de 15%.

Fontes: Banco de Dados da Radiobrás; Ministério de Minas e Energia; Ministério das Relações Exteriores; União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única).

Ministro da Agricultura discute no Japão biocombustível e carne

10 de Março de 2007 - Agência Brasil - Brasília - O ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, chega amanhã (11) a Tóquio, no Japão, para uma série de compromissos.

Na segunda-feira (12), o ministro se encontra com o presidente da Mitsubishi Corporation, Yourihiro Kojima, para tratar de biocombustíveis, e à tarde com o ministro da Economia, Comércio e Indústria, Akira Amari. À noite, recebe homenagem de empresários brasileiros e japoneses.

Na terça-feira (13), Guedes Pinto vai para Makuri Messe, na província de Chiba, para participar da Foodex Japan 2007, a maior feira de alimentos e bebidas da Ásia. O Brasil tem um stand no evento.

No mesmo dia, o ministro tem encontro com o ministro da Agricultura japonês, Toshikatse Matsuoka, para tratar da liberação de carnes suínas e bovinas in natura originárias de Santa Catarina. Guedes Pinto também se reúne com o ministro do Meio Ambiente, Masatoshi Wakabayashi, para discutir cooperação bilateral do ponto de vista ambiental.

Na quarta-feira (14), o ministro e comitiva participam de um seminário organizado pela embaixada brasileira e por entidades empresarias japonesas para discutir o biocombustível. De acordo com o Ministério da Agricultura, uma lei japonesa permite a adição de 3% de etanol à gasolina e caso isto venha a se concretizar, o mercado japonês poderá absorver 1,8 bilhão de litros de etanol, o que corresponde a cerca de 10% da produção nacional.

Na quinta-feira (15), o ministro estará na Indonésia. O primeiro compromisso será com o ministro da Agricultura daquele país, quando será assinado um memorando de entendimento criando o Comitê Consultivo Brasil-Indonésia.

Na sexta-feira (16), o ministro fala na abertura de um seminário sobre o agronegócio no Brasil e visita a feira Agribusiness Expo.

No sábado (17), a comitiva estará em Cingapura. O ministro tem encontro marcado com a direção da Autoridade Agrícola, Alimentícia e Veterinária de Cingapura e visita um laboratório de tratamento tecnológico alimentício.

Na segunda-feira (19), o ministro encontra-se com a ministra de Desenvolvimento Nacional, com o ministro das Relações Exteriores e com o da Indústria e Comércio de Cingapura.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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