CONGRESSO NACIONAL CRIA COMISSÃO PARA DEBATER AQUECIMENTO GLOBAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2007

13 de Março de 2007 - Marcos Chagas - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O aquecimento global e seus efeitos sobre o clima serão discutidos uma comissão mista do Congresso Nacional, instituída hoje (13). A princípio, ela será formada por sete deputados e sete senadores.

O relator da comissão, senador Renato Casagrande (PSB-ES), pretende conversar amanhã com o presidente da comissão de Relações Exteriores, Heráclito Fortes (PFL-PI), e de Meio Ambiente, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), que já debatem estes temas no Senado, para que concentrem os trabalhos na comissão mista.Para tanto, o senador do PSB defende a ampliação de sete para 11 no número de parlamentares que integrarão a comissão mista.

Em reunião hoje, foram eleitos o presidente, o vice-presidente, respectivamente, o deputado Eduardo Gomes (PSDB -TO) e o senador Fernando Collor (PTB-AL). O encontro também elegeu Casagrande como relator.

Ainda na reunião, foi aprovado o requerimento de Collor que sugere ao governo federal tomar a iniciativa de promover, em 2012, no Rio de Janeiro, a 3ª Conferência Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio+20). Nesta data, os países que assinaram a Agenda 21 - documento de compromissos assumidos pelos signatários da 1ª Conferência Mundial de Meio Ambiente, a chamada Rio 92 - deverão apresentar o desempenho das metas assumidas há 15 anos.

Na avaliação de Collor, os países "relaxaram no cumprimento deste dever de casa". Segundo ele, a "simples assinatura" da Agenda 21 fez com que os signatários considerassem como "missão cumprida" os compromissos de reduzir a emissão de gases poluentes que causam o chamado efeito estufa e, por conseqüência, o aquecimento do planeta.

"O presidente norte-americano [George W. Bush] esteve aqui e não foi assinada nenhuma declaração conjunta que fale no meio ambiente. Parece que as pessoas ainda não estão acordadas para a gravidade do problema", ressaltou.

Na reunião marcada para a próxima terça-feira (20), o senador Casagrande pretende apresentar à comissão requerimentos de convite aos ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, e do Meio Ambiente, Marina Silva, para explicar as ações do Executivo diante dos problemas já enfrentados pelo Brasil por causa do aumento da temperatura do planeta.

O senador não descarta a possibilidade de ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que envolvam questões ambientais sejam modificadas ou até vetadas pelo Congresso Nacional.

"Se algumas ações do PAC estiverem contrárias ao que nós entendemos que seja benéfico à sociedade brasileira em termos de preservação do meio ambiente e de redução da emissão de gases que causam o efeito estufa, poderemos sugerir alterações e nos manifestar contrários a algumas transações do governo", disse, acrescentando que esta é uma postura "normal e legítima" do parlamento.

O presidente da Frente Parlamentar pelo Meio Ambiente, deputado Sarney Filho (PV-MA), ressaltou que a discussão sobre o aquecimento global deixou de ser teórica para fazer parte de um problema que "bate à porta" de todos os países. Ele lembrou que os últimos 10 anos foram os mais quentes já registrados.

Nesse sentido, o deputado ressaltou a responsabilidade brasileira no aquecimento do planeta. "Somos o quarto país que mais emite gases causadores do efeito estufa". No caso brasileiro, acrescentou Sarney Filho, a maior parte dessas emissões não vem das indústrias, mas das queimadas produzidas na Amazônia.

"O Brasil precisa cumprir a lei. Reduzir o desmatamento em todos os biomas, principalmente na floresta Amazônica, que é o nosso calcanhar de Aquiles", disse. "Não precisamos mudar nossa matriz energética, nem parar o processo de industrialização. Quando se fala em PAC, e eu não sou contra, é preciso pensar em cenários futuros com relação a alguns projetos como a construção de hidrelétricas na Amazônia. Será que estes rios, no futuro, continuarão perenes?".

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Atividades mobilizam comunidades locais na Semana da Água

17 de Março de 2007 - Mylena Fiori - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Aquecimento Global, desmatamento e recursos hídricos são o tema central da Semana da Água 2007, que começou na última quinta-feira (15) e prossegue até 22 de março – Dia Mundial da Água - com programação em diversos estados brasileiros.

Oficinas, mutirões, debates e até uma romaria fazem parte das atividades, que têm por objetivo discutir realidades locais e conscientizar comunidades sobre o risco de escassez de água no planeta. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), se nada for feito em 20 anos, 70% da população mundial sofrerá com a falta de água.

A Semana da Água é realizada desde 1999 pela Cáritas Brasileira, pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Comissão Pastoral da Terra, com apoio de parceiros locais e nacionais. Em 2007, estão previstas atividades no Distrito Federal e nos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Ceará.

Hoje (17) à tarde, na Paraíba, está prevista uma romaria com participação de representantes comunitários, igrejas, Organizações Não-Governamentais (ONGs), pastorais sociais e sindicados ligados ao Coletivo de Mobilização Social do Médio Sertão da Paraíba. Os romeiros sairão do município de Teixeira e vão até Açude Poços, com paradas para reflexão sobre a realidade da água no mundo e na região.

No agreste de Pernambuco, desde o começo de mês têm ocorrido encontros municipais para sensibilizar as comunidades sobre a importância dos conselhos municipais de segurança alimentar e nutricional. A idéia é discutir também como a população pode contribuir para o efetivo funcionamento dos conselhos.

Neste final de semana, há programação nas cidades de Itaiba, Venturosa e Pedra. O encerramento será no dia 25, em Pesqueira, com uma caminhada, apresentação de grupos culturais da região e debate sobre políticas públicas de segurança alimentar e nutricional e a questão agrária no país.

O seminário regional sobre a Política das águas no Brasil e a luta pela Água no Semi-Árido ocorre no próximo dia 21 no Ceará, na cidade de Sobral. No dia seguinte, serão realizadas caminhadas e mutirões ecológicos nas cidades que banham o Baixo Acaraú, com participação das secretarias municipais de meio ambiente.

Em Alagoas, no município de Ouro Branco, desde o dia 6 vêm sendo realizadas oficinas de leitura para crianças, famílias, professores e Agentes de Desenvolvimento Local (ADLs) – a próxima está prevista para terça-feira (20).

Além disso, alunos e professores de escolas da zona rural, em parceria com a Secretaria de Agricultura do Município, farão mutirões para o plantio de mudas e espécies nativa da caatinga. Também em Ouro Branco e nas comunidades rurais de Pilão do Gato e Serrotinho ocorrerão celebrações eucarísticas em ação de graças pelas chuvas no sertão.

No Distrito Federal, entre 12 e 16 de março, manifestantes estiveram acampados em movimento contra a transposição das águas do Rio São Francisco e em defesa da revitalização do rio e de alternativas de convivência com o Semi-Árido.

Encontro mostra avanços do Brasil na área científica sobre o meio ambiente global

11 de Março de 2007 - Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O 1º Simpósio Brasileiro de Mudanças Ambientais Globais, aberto hoje (11) no Rio de Janeiro, quer mostrar os avanços científicos brasileiros no campo das várias dimensões da ação da espécie humana sobre o ambiente global, segundo o organizador do evento, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais(INPE) Carlos Nobre.

De acordo com Nobre, que preside o Programa Internacional da Geosfera-Biosfera, a ciência tem que avançar para minimizar o potencial risco do setor agrícola para o clima mundial.

O simpósio termina nesta segunda (12) e, segundo Nobre, “vai identificar uma série de lacunas do conhecimento onde nós precisamos avançar; quais as áreas não cobertas, além da discussão do que nós conhecemos no Brasil sobre as mudanças ambientais globais”.

Os participantes do encontro analisarão os ciclos biogeoquímicos globais, como os ciclos do carbono e do nitrogênio - “que estão sendo radicalmente transformados pelas ações humanas” - e o que significa isso. Ou seja, qual é o impacto da mudança desses ciclos para a biodiversidade, para os recursos hídricos, para a produção agrícola.

O simpósio será encerrado abordando as dimensões humanas. Carlos Nobre explicou que será avaliada então a parte mais socioeconômica das mudanças ambientais globais. O maior foco será sobre a dinâmica dos usos da terra na Amazônia. “Por que a floresta está sendo desmatada? Não apenas o quanto, mas quais são os mecanismos que ajudam a entender os processos socioeconômicos subjacentes ao desmatamento da floresta amazônica”, adiantou.

Não há, segundo Nobre, intenção de subsidiar o governo com as conclusões obtidas no simpósio. Entretanto, dada à participação significativa de representantes do meio governamental, Carlos Nobre imagina que o efeito direto da revisão do conhecimento existente no Brasil sobre mudanças ambientais globais será útil à União.

Muitos dos cientistas envolvidos no simpósio participam do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, que é presidido pelo presidente da República, lembrou. “E o fórum tem um mecanismo muito direto de comunicação não só do que se sabe na ciência mundial e brasileira, mas das articulações, dos desejos, das sociedades representadas no fórum por organizações não governamentais, empresários e movimentos da sociedade civil”.

Nobre ressaltou ainda a multiplicação em curso no país de fóruns estaduais, como o do Rio de Janeiro, para a discussão de temas relacionados às mudanças ambientais. Ele acredita que esses mecanismos são os locais mais adequados para que os anseios da população cheguem ao nível do tomador final das decisões mais importante do país, que é o presidente da República.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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