POLÍTICAS INDIGENISTAS SÃO MISSÃO DE TODO O GOVERNO, DEFENDE NOVO PRESIDENTE DA FUNAI

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2007

22 de Março de 2007 - Érica Santana - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro da Justiça, Tarso Genro, e o cacique Raoni, durante posse de Márcio Augusto de Meira na presidência da Funai

Brasília - O principal desafio da Fundação Nacional do Índio (Funai) é articular as ações do Estado voltadas para os povos indígenas, defende o novo presidente da fundação, Márcio Augusto Freitas de Meira. "A Funai não pode sozinha, mesmo que ela tivesse todas as condições ideais de orçamento, mesmo assim não daria conta de atender aos direitos indígenas em sua plenitude", defendeu, em seu discurso de posse hoje (22).

Meira substitui o antropólogo Mércio Pereira Gomes, que estava no cargo desde setembro de 2003. Márcio Meira é paraense, trabalhou no museu Emílio Goeldi, em Belém, e, como quadro do Partido dos Trabalhadores, participou da equipe de transição do governo Lula, em 2002.

“Se tem um desafio que unifica todos os outros é a necessidade de o Estado exercer, com políticas próprias, seu papel e sua responsabilidade integrar as suas ações de forma a otimizar e ter resultados concretos e práticos no atendimento aos direitos indígenas”, afirmou em entrevista à imprensa.

O ex-presidente da Funai, Mércio Gomes deixou o órgão destacando a tranquilidade com que a transmissão do cargo ocorreu. Ele ressaltou que hoje 12,9% das terras brasileiras são indígenas e que o Brasil tem tentado resgatar a sua história. Mércio agradeceu o apoio recebido pelo ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos e a liberdade que teve para tratar de assuntos delicados.

Mércio disse ainda que o Brasil poderá atingir em breve a meta de devolver 13,5% do seu territórios aos índios, mas que não deve esquecer de garantir que essa população tenha autonomia econômica, política e cultural. "Nós temos certeza que o Brasil será um país melhor, justo e que pode ampliar a justiça para os demais brasileiros que fazem parte dessa nação".

Funai e Funasa trabalharão juntas, garante novo presidente da Funai

22 de Março de 2007 - Érica Santana - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O novo presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Augusto de Meira, é cumprimentado pelo cacique Raoni
Brasília - A Fundação Nacional do Índio (Funai) vai trabalhar integrada à Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para evitar situações de calamidade, como a que aflige crianças indígenas no Mato Grosso do Sul, segundo Márcio Meira, novo presidente da Funai.

Ele disse já ter conversado com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, sobre a parceria. “O que há é a vontade de colaboração no sentido de melhorar a qualidade do atendimento de saúde. Essa discussão vai ser retomada com as organizações e com os atores relacionados à saúde indígena para encontrar o melhor caminho sem negligenciar as experiências positivas que já aconteceram”, explicou .

“É importante lembrar sempre que, seja na política de saúde, seja em outras políticas públicas, as políticas voltadas para os povos indígenas têm que ter um aspecto diferenciado”, afirma.

Indagado sobre como agirá para conciliar o respeito aos direitos dos povos indígenas às obras previstas no Programa da Aceleração do Crescimento (PAC), Márcio Meira respondeu que irá manter diálogo permanente com os índios. “Não se trata só de questões indígenas, mas também envolve interesses para o desenvolvimento do Brasil".

Para que esse debate aconteça ele reafirmou a necessidade de implementar a Comissão Nacional de Política Indigenista o mais rápido possível. “Temos que fazer com que essa equação complexa seja resolvida de forma pactuada. Para isso precisamos estabelecer sempre o diálogo institucional”. Meira lembrou que existem obras previstas no PAC que incidem direta ou indiretamente na Amazônia e em terras indígenas já homologadas ou demarcadas.

Ministério da Justiça anuncia Márcio Meira como novo presidente da Funai

21 de Março de 2007 - Aloisio Milani - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O Ministério da Justiça confirmou hoje (21) que o pesquisador Márcio Augusto Freiras de Meira será o novo presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), órgão que acompanha e executa as políticas indigenistas no país, como, por exemplo, estudo, demarcação e homologação de terras. Meira vai substituir o antropólogo Mércio Pereira Gomes, que estava no cargo desde setembro de 2003. A posse está marcada para esta quinta-feira (22), na sede da Funai.

Segundo dados do ministério, Márcio Meira é paraense, trabalhou no museu Emílio Goeldi, em Belém, e, como quadro do Partido dos Trabalhadores, participou da equipe de transição do governo Lula, em 2002. Também é formado em Língua e Literatura Francesa pela Universidade de Nancy e possui licenciatura plena em História pela Universidade Federal do Pará (UFPA), além de mestrado em Antropologia Social pela Unicamp. Foi secretário de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, de onde saiu em janeiro.

No site do PT também há referências sobre o currículo de Márcio Meira. Ele foi responsável pelo Grupo de Trabalho da Funai de identificação das Terras Indígenas do Médio Rio Negro e participou de sua demarcação, em 1997, em cooperação com a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e com o Instituto Socioambiental (ISA).

Mércio Pereira Gomes, que deixa o cargo, tem 53 anos, é natural de Currais Novos (RN) e professor dos cursos de Graduação e Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Realizou várias pesquisas antropológicas, entre elas as dos índios Tenetehara, Guajá, Parakanã e Avá-Canoeiro.

Participação indígena e defesa de patrimônio cultural são metas de novo presidente da Funai

22 de Março de 2007 - Érica Santana - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O novo presidente da Funai, Márcio Augusto de Meira, o ministro da Justiça, Tarso Genro, o ex-presidente da casa, Mércio Pereira Gomes, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, e o cacique Raoni, durante cerimônia de posse
Brasília - Aumentar o diálogo com os povos indígenas e a força política das lideranças indígenas são algumas das prioridades do novo presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Freitas de Meira. Para isso, pretende criar a Comissão Nacional de Política Indigenista o mais breve possível. "Queremos que essa comissão seja a instância formal de pactuação da política indigenista, em que participem o campo indigenista e tenha ativa dos povos indígenas”, afirmou, durante seu discurso de posse.

A defesa do patrimônio intelectual dos índios e dos seus conhecimentos tradicionais é outra missão que deve ser encarada pela Funai, pensa Meira. “Essa é uma questão séria que nós temos que enfrentar e ampliar o debate. A Funai também sempre estará aberta ao diálogo”. Ele também reforçou a necessidade de haver uma educação bilíngüe diferenciada, que segundo ele será concretizada através de um diálogo permanente com o Ministério da Educação.

A integração solidária com países vizinhos países da América do Sul é outra meta importante para Meira. "Muitas vezes as populações indígenas são as mesmas que vivem nos países vizinhos. A forte presença indígena pode contribuir significativamente no processo de integração da América do Sul”.

Meira admitiu que é preciso avançar nos processos de regularização fundiária. "Temos de dar resultados concretos e garantias de proteção dos territórios indígenas já demarcados e homologados”, explicou. O novo presidente disse ainda considerar crucial a valorização da Funai. “Significa provê-la de melhores condições orçamentárias também para dar conta dessa enorme responsabilidade de proteção e promoção do patrimônio indígena”.

A articulação e integração da política indigenista também é prioritária para Márcio Meira. Ele explica que é preciso definir melhor as ações do governo federal voltadas para os índios de modo a diminuir o desperdício de recursos. “A orientação que nós temos é que a Funai seja cada vez mais um espaço de enlace dessas políticas sociais do governo de tal forma que elas ganhem eficácia na sua ação, respeitando a autonomia de cada órgão com destaque para as áreas de saúde, meio ambiente, cultura”.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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