GOVERNO SUSPENDE LICENÇA AMBIENTAL PARA EMPRESAS QUE MANIPULAM CHUMBO

Panorama Ambiental
Curitiba (PR) – Brasil
Março de 2007

27/03/2007 - O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, assinou nesta terça-feira (27) a resolução 009/07 que suspende por tempo indeterminado o licenciamento ambiental de novos empreendimentos relacionados à manipulação de chumbo e seus derivados.

Um dos empreendimentos que terão sua licença suspensa são as recicladoras de baterias de veículos - que trabalham com a refundição do chumbo encontrado nestes produtos. Segundo Rasca, está é uma atividade importante para impedir que as carcaças de baterias sejam destinadas aos aterros sanitários, porém ainda são insuficientes as informações sobre quantidade as baterias que devem ser recicladas e a quantidade exportada e importada pelo Paraná.

“A suspensão dos licenciamentos é uma medida preventiva diante da preocupação que a atividade de chumbo traz às populações de onde são instaladas”, explicou o secretário. Segundo Rasca, a suspensão das atividades permitirá maior conhecimento sobre dados técnicos, científicos e administrativos das baterias descartadas em todo o Estado.

Para o secretário, o ideal é que o Paraná possua empresas de reciclagem na mesma proporção do que gera de resíduos. “Desde que, tecnicamente, o meio ambiente não seja afetado”, destacou.

A decisão de suspender os licenciamentos foi tomada depois que o presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko, encaminhou um ofício ao secretário solicitando a criação de um Grupo de Trabalho para discutir a sustentabilidade social, ambiental e de saúde pública das atividades que utilizam chumbo.

O IAP tem como atribuição licenciar e fiscalizar empreendimentos ou atividades potencialmente impactantes ao meio ambiente, entre outras funções.

De acordo com a nova resolução, o Grupo de Trabalho terá 90 dias para apresentar um parecer técnico incluindo proposta de regulamentação para a continuidade ou não das instalações destes empreendimentos no Paraná.

A Secretaria do Meio Ambiente coordenará o grupo, formado por técnicos do IAP, Universidades públicas e privadas, Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Tecpar), Instituto de Tecnologia do Paraná (Lactec), Secretaria da Saúde, Conselho Estadual do Meio Ambiente (Cema), Federação das Industrias do estado do Paraná (Fiep).

Burko explicou que as informações reunidas pelo Grupo de Trabalho darão subsídios para intensificar o monitoramento dos empreendimentos já instalados e também para tornar mais rígidos os critérios para o licenciamento ambiental destas atividades.

“Garantir informações precisas é o primeiro passo para tratarmos com clareza a questão da manipulação do chumbo e sua reciclagem. Este não é o tipo de empresa que a população quer ao lado de suas casas, mas não podemos desprezar a sua importância para o meio ambiente”, destacou o presidente.

Burko ainda acrescentou que atualmente estão surgindo novas tecnologias para controlar o impacto ao meio ambiente e a emissão de poluentes na atmosfera por estas empresas, por exemplo. “O IAP tem o dever de, constantemente, reinterpretar a legislação e a práticas ambientais para buscar sempre o melhor para o meio ambiente, cuidando da vida no Paraná”, afirmou.

Procedimento - Para emissão do licenciamento ambiental destes empreendimentos, o IAP exige a impermeabilização do solo, coleta periódica das águas pluviais (nos primeiros 30 minutos de chuva a água deve ser coletada e reaproveitada dentro da própria empresa), proíbe o lançamento de efluentes líquidos em rios, além de exigir a instalação de um equipamento de controle de poluição atmosférica com eficiência superior a 99% (como filtro de manga e lavador de gases) e o reaproveitamento dos resíduos ou destinação final em um aterro industrial licenciado pelo Instituto.

“Estes empreendimentos, se não forem gerenciados corretamente, podem ocasionar três tipos de problemas: o lançamento da água proveniente das baterias (que contém ácidos) em rios; a liberação de vapores com chumbo na atmosfera (que posteriormente podem contaminar o solo) e a disposição inadequada de restos de chumbo diretamente no solo, contaminando-o”, explicou o secretário Rasca Rodrigues.

Rasca ressaltou ainda que todos as empresas já licenciadas e que manipulam chumbo ou derivados passam por fiscalizações periódicas do IAP e com maior freqüência, se comparado às demais, como determina a legislação.

Mauá da Serra - Em Mauá da Serra, a instalação de uma empresa recicladora de baterias de automóveis trouxe preocupação aos moradores da cidade. Para tranqüilizar a população e oferecer informações sobre o processo de licenciamento, o presidente do IAP reuniu-se no final de fevereiro com representantes da comunidade para discutir a instalação da recicladora no município. Participaram do encontro, representantes dos proprietários do empreendimento e o prefeito do município, Hermes Wicthoff, que já havia concedido o alvará à empresa.

Após a reunião, um grupo de especialistas da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro) - composto por um engenheiro civil, um químico, um economista e dois geógrafos - visitou o empreendimento para avaliar a execução do projeto.

O processo de licenciamento encontra-se suspenso pelo IAP - paralisando inclusive as obras de instalação da empresa até o parecer do Grupo de Trabalho.

Segundo o chefe do escritório regional de Ivaiporã, Maurício Frederico, todas as exigências feitas pela resolução 031 (que dispõe sobre o licenciamento de atividades potencialmente impactantes) foram atendidas no projeto apresentado pela empresa.

Chumbo - O chumbo, assim como outros metais pesados, pode provocar vários tipos de doenças e o contato - mesmo em quantidade mínima - é tóxico ao organismo. O envenenamento por chumbo, conhecido por saturnismo ou plumbismo, afeta milhões de pessoas no mundo inteiro, mas especialmente trabalhadores expostos a este metal. Uma das principais fontes de contaminação pelo chumbo está no descarte inadequado de baterias automotivas usadas.

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IAP avalia danos ambientais causados pela explosão de dois caminhões

29/03/2007 - Técnicos do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) atenderam nesta quarta-feira (28) um acidente na BR 376 - a Rodovia do Café - próximo ao município de Mauá da Serra, que provocou a explosão de dois caminhões, um que transportava óleo diesel e outro óleo vegetal.

O acidente resultou no vazamento de aproximadamente 55 mil litros de óleo misturado (diesel e vegetal), que escorreu pela canaleta da rodovia e atingiu vegetação e um rio próximo ao local. Estima-se que oito mil litros tenham chegado ao rio, junto com a água utilizada pelos bombeiros para conter o fogo. O restante foi consumido pelo fogo.

Sob orientação dos técnicos, a empresa contratada pela seguradora das transportadoras para fazer a limpeza instalou barreiras de contenção no rio para evitar que o produto se alastrasse.

A equipe do IAP fez coleta de água e do solo para avaliar o dano ambiental causado e deu prazo de 72 horas para limpeza do local. O material coletado foi encaminhado para análise no laboratório do IAP em Curitiba.

O caminhão que transportava óleo diesel pertencia à empresa Artepetro (do município de Nova Esperança) e estava carregado com 45 mil litros - divididos em três compartimentos com capacidade para 15 mil litros. Cerca de 30 mil litros vazaram e, entrando em contato com o ar, queimaram - restando apenas um compartimento intacto.

Já o que transportava óleo vegetal estava carregado com 40 mil litros - também divididos em três compartimentos (dois de 15 mil litros e um de 10 mil). Cerca de 25 mil litros vazaram e o restante ficou armazenado em um compartimento que não foi atingido. Este caminhão pertencia à empresa ADM do Brasil Ltda, de Maringá. O transbordo do material será feito na quinta-feira (29).

 
 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Paraná (www.pr.gov.br/meioambiente)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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