MANIFESTAÇÃO CONTRA TIJUCO ALTO REÚNE MAIS DE DUAS MIL PESSOAS E FECHA BR-116

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Março de 2007

27/03/2007 - Neste sábado 24 de março a população do Vale do Ribeira, comunidades quilombolas e Guarani, entidades ambientalistas e estudantes protestaram contra o projeto da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) de barrar o rio Ribeira de Iguape - o único grande rio que ainda corre livre em São Paulo - para a produção de energia para fins privados. Saiba mais sobre a Campanha contra barragens no Ribeira.

A manhã de sol forte e céu aberto mal começara quando os ônibus estacionavam no trevo rodoviário ao lado da BR-116, na altura no município de Cajati, no Vale do Ribeira. Deles desceram homens, mulheres, jovens e crianças. Mas sobretudo gente de mais idade, de caminhar lento e olhar atento. O povo acordara ainda de noite e vinha das vilas do interior, dos muitos quilombos do Vale do Ribeira, como Sapatu, Porto Velho, Mandira e Ivaporunduva. Se juntava aos índios Guarani, a grupos de estudantes, ambientalistas e moradores da região.

A multidão caminhou nove quilômetros pelo asfalto quente da BR-116 e, durante meia-hora, fechou a rodovia para manifestar sua preocupação e revolta contra o projeto de construção da barragem de Tijuco Alto no rio Ribeira de Iguape, empreendimento da Companhia Brasileira de Alumínio que está sendo avaliado pelo Ibama. De acordo com estimativa do Movimentos dos Ameaçados por Barragens (MOAB), 2.500 pessoas participaram do protesto. Veja abaixo algumas fotos da manifestação e leia a carta distribuída pelo MOAB durante a caminhada.

CARTA ABERTA AO POVO BRASILEIRO

BARRAGEM DE TIJUCO ALTO SERÁ BARREIRA AO DESENVOLVIMENTO DO VALE DO RIBEIRA

O Movimento dos Ameaçados por Barragens – MOAB vem denunciar à população brasileira a ameaça que paira sobre a cabeça das comunidades quilombolas, dos pequenos agricultores, das colônias de pescadores e da riquíssima biodiversidade do Vale do Ribeira.

Está em análise no IBAMA o licenciamento ambiental da Usina Hidrelétrica de Tijuco Alto. Primeira de uma séria de quatro barragens projetadas, a UHE Tijuco Alto, se construída, irá gerar energia exclusivamente para a produção de alumínio nas fábricas da Companhia Brasileira de Alumínio – CBA, na região de Sorocaba/SP. Para aumentar o seu patrimônio, o Sr. Antonio Ermírio de Moraes, proprietário da CBA e um dos homens mais ricos do mundo, alagará terras de agricultores familiares, cavernas, mata atlântica e as belíssimas corredeiras do alto Ribeira. Sua finalidade, portanto, é privada, não atende ao interesse público, e por isso não deve ser autorizada.

Se construída essa barragem, estará aberto o caminho para a construção das outras três no mesmo rio: Itaóca, Funil e Batatal. Se construídas as quatro barragens, o desenvolvimento socioeconômico e cultural da região estará ameaçado, pois inviabilizará a vida de muitas comunidades de quilombos e pequenos agricultores, que serão expulsos de suas terras sem ter para onde ir; ameaçará a sobrevivência das várias colônias de pescadores de Iguape e Cananéia, que sobrevivem dos frutos do mar que serão afetados pelo barramento do rio; destruirá um dos maiores patrimônios espeleológicos do país, com conseqüências imprevisíveis em toda a região; alterará para sempre as unidades de conservação existentes na região que detém o maior contínuo de mata atlântica do país. Não aceitamos esses impactos! Não queremos a privatização da água para a CBA!

Queremos que seja revisto o estudo que prevê a construção das quatro barragens no rio Ribeira de Iguape. Queremos que ele continue correndo livre e alimentando o povo da região. Não precisamos de grandes obras, mas de oportunidades para todos. Queremos outro tipo de desenvolvimento: um desenvolvimento que realmente dê oportunidades de melhoria e qualidade de vida para toda população. Tijuco Alto representa a MORTE e nós queremos VIDA.

TERRA SIM! BARRAGEM NÃO!
ISA.

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Site monitora impactos de hidrelétricas

30/03/2007 - O Mater Natura - Instituto de Estudos Ambientais lança nesta sexta-feira, dia 30 de março, página na Internet sobre o monitoramento das hidrelétricas projetadas ou em contrução na região Sul do Brasil. A idéia é apoiar as lutas contra empreendimentos que possam causar graves impactos socioambientais, como as barragens previstas para o rio Ribeira de Iguape, no Vale do Ribeira. Clique aqui para acessar a página.

No site são encontradas informações sobre os principais empreendimentos hidrelétricos projetados ou em construção na região sul do Brasil. O intuito é oferecer bases para que a sociedade compreenda as implicações que a construção de barragens traz, especialmente sobre a biodiversidade regional, e mostrar os caminhos para que a população possa se mobilizar contra estes impactos.

O Mater Natura - Instituto de Estudos Ambientais é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, com sede em Curitiba/PR. Desde a sua fundação, em 1983, atua na formulação e implementação de projetos e políticas públicas para o meio ambiente. A Fundação Avina é uma associação sem fins lucrativos com sede na Suíça, cuja missão é o fortalecimento de lideranças da sociedade civil e empresariado para o desenvolvimento sustentável da América Latina.

A iniciativa conta com a parceria de outras ONGs, como a APREMAVI - Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí, que possui reconhecido trabalho em defesa de ecossistemas afetados por hidrelétricas, a exemplo da recente área de floresta com araucária inundada pelo reservatório da UHE Barra Grande.

Segundo Paulo Pizzi, presidente do Mater Natura o site atuará como instrumento de apoio às instituições da sociedade civil que atuam em prol da não instalação de usinas hidrelétricas em regiões que possam ocasionar graves impactos ambientais e socioeconômicos. Ele cita como exemplos, no Estado do Paraná, as lutas capitaneadas pelas ONGs Liga Ambiental para evitar a implantação de UHEs no rio Tibagi e CEDEA (Centro de Estudo, Defesa e Educação Ambiental) contra as hidrelétricas no rio Ribeira de Iguape, divisa com o Estado de São Paulo.

Pizzi ressalta que "o objetivo não é simplesmente ser contra a implantação de todo e qualquer empreendimento hidrelétrico, mas sim alertar para que os poderes públicos e os empreendedores tenham maior responsabilidade e critérios na escolha dos locais para implantação destes projetos, para minimizar os impactos ambientais e sociais". Ele defende que o conjunto destes impactos deve ser levado em conta para, inclusive, justificar o não licenciamento de projetos cujo custo x benefício seja prejudicial à manutenção da qualidade de vida de comunidades e da biodiversidade em ecossistemas regionais.

 
 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental (www.isa.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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