PROCURADOR E ONG DIZEM QUE PORTO GRANELEIRO NO PARÁ IMPULSIONOU DESMATAMENTO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2007

27 de Março de 2007 - Elaine Borges - Da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - Ao comentar o fechamento do porto graneleiro da multinacional norte-americana Cargill Agrícola S.A., em Santarém, no Pará, o procurador da República no Pará, Felipe Fritz Braga, comentou que a atividade sem a elaboração prévia de estudo de impacto ambienal, impulsionou o desmatamento da região. O porto foi fechado após decisão judicial, que questionava a construção e funcionamento do terminal sem a elaboração de um estudo de impacto ambiental.

"Desde o anúncio da instalação do Porto em 1999, até hoje, nós temos visto uma grande escala de desmatamento a cortes rasos que ultrapassam unidades de conservação, áreas indígenas e chegando até o estado do Rio Amazonas, além de alimentar toda a atividade de tráfico ilícito e clandestino de terras públicas", argumentou.

Tatiane de Carvalho, integrante da Campanha de Florestas da organização não-governamental Greenpeace, disse que desde 1999, quando foi anunciada a instalação do porto da Cargill em Santarém, começou uma corrida por terra na região. Ela conta que aumentaram os conflitos fundiários e o número de populações expulsas por grileiros. Segundo Tatiana, depois da instalação do porto, em 2003, a situação piorou.

"Depois que o porto foi instalado em 2003 a situação se consolidou. Por que trouxe uma leva de fazendeiros do norte de Mato Grosso e também da região Sul do país que vieram a operar nessa região, contando que o preço da soja iria subir e que depois eles iriam fornecer para a Cargil,a única compradora de soja da região", desabafa.

A empresa Cargill só se pronunciou por meio de nota oficial. No documento, a Cargill informou que recorreu da decisão mais uma vez por não concordar com as razões que foram alegadas pelo juiz. Além disso, a empresa ressalta que o terminal portuário em Santarém no Pará conta com as devidas licenças de operação nos âmbitos federal, estadual e municipal. A empresa reitera que já realizou estudo de impacto ambiental da área e que a exigência de um novo estudo deve aguardar a decisão da justiça.

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Multinacional recorre de decisão que fechou porto graneleiro em Santarém

27 de Março de 2007 - Elaine Borges - Da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - O porto graneleiro da multinacional norte-americana Cargill Agrícola SA, localizado no município de Santarém, na região oeste do estado do Pará, foi fechado no último sábado (24) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A empresa recebeu uma determinação de suspensão das atividades no local e foi lacrada. O chefe da Divisão de Fiscalização do Ibama em Santarém, Manoel Costa, conta que foram colocados lacres de aço em motores, portas e portões de acesso principal a empresa. Hoje (26), a multinacional Cargill entrou com um mandado de segurança na Justiça Federal.

A paralisação das atividades da Cargill ocorreu depois que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região atendeu ao pedido do Ministério Público Federal no estado do Pará. A decisão foi tomada a partir de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público contra a Cargill e a secretaria-executiva de Ciência Tecnologia e Meio Ambiente no Pará (Sectam). No processo, que tramita desde o ano 2000, o MPF recomendou que nenhuma licença ambiental fosse permitida antes da elaboração e da aprovação do estudo de impacto ambiental (EIA), que deveria ter sido feito pela Cargill.

Durante a construção, a Cargill recorreu sete vezes da decisão judicial que impedia as obras no porto. Enquanto a empresa entrava com os recursos na justiça, a Sectam ia concedendo a liberação das obras e a empresa começou a construir o Porto Graneleiro em Santarém, que entrou em operação em 2003.

O procurador da República no Pará, Felipe Fritz Braga, disse que a decisão judicial só foi cumprida agora, sete anos depois, porque a empresa Cargill utilizou todas as possibilidades de recursos judiciais."A empresa recorreu a toda a sorte de recursos judiciais, inclusive de mandado de segurança contra o próprio tribunal.

O MPF já havia pedido ao Ibama que fiscalizasse o porto para verificar a existência de licenciamento ambiental. Agora, o Ministério Público Federal no Pará recomendou à Secretaria Estadual de Meio Ambiente que respeitasse a decisão judicial determinada há sete anos.

A empresa Cargill só se pronunciou por meio de nota oficial. No documento, a Cargill informou que iria recorrer da decisão mais uma vez por não concordar com as razões que foram alegadas pelo juiz. Além disso, a empresa ressalta que o terminal portuário em Santarém no Pará conta com as devidas licenças de operação nos âmbitos federal, estadual e municipal. A empresa reitera que já realizou estudo de impacto ambiental da área e que a exigência de um novo estudo deve aguardar a decisão da Justiça.

Secretaria estadual prepara termo de referência para porto graneleiro no Pará

27 de Março de 2007 - Elaine Borges - Da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - O secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Pará (Sectam), Valmir Ortega, afirmou que a secretaria vai cumprir a recomendação judicial que determinou o fechamento do porto graneleiro da Cargill, em Santarém. O porto foi fechado após decisão judicial, que questionava a construção e funcionamento do terminal sem a elaboração de um estudo de impacto ambiental. A multinacional recorreu hoje (26) da decisão.

"A justiça decidiu, ainda cabe recurso obviamente, não nos cabe questionar essa decisão e a empresa de fato ela será obrigada a elaborar o estudo de impacto ambiental (Eia-Rima). Nós já estamos preparando o que a gente chama de Termo de Referência que são as orientações para elaboração de estudos ambientais. Caso haja interesse da empresa em adotar a determinação que a ação judicial recomenda, a Sectam estará encaminhando à empresa a documentação necessária para a elaboração do Eia-Rima", explicou.

Durante a construção, a Cargill recorreu sete vezes da decisão judicial que impedia as obras no porto. Enquanto a empresa entrava com os recursos na justiça, a Sectam ia concedendo a liberação das obras e a empresa começou a construir o Porto Graneleiro em Santarém, que entrou em operação em 2003.

A empresa Cargill só se pronunciou por meio de nota oficial. No documento, a Cargill informou que recorreu da decisão mais uma vez por não concordar com as razões que foram alegadas pelo juiz. Além disso, a empresa ressalta que o terminal portuário em Santarém no Pará conta com as devidas licenças de operação nos âmbitos federal, estadual e municipal. A empresa reitera que já realizou estudo de impacto ambiental da área e que a exigência de um novo estudo deve aguardar a decisão da justiça.

O procurador da República no Pará, Felipe Fritz Braga, e a ONG Greenpeace avaliam que a atividade sem a elaboração prévia de estudo de impacto ambienal, impulsionou o desmatamento da região.

Diretor do Incra diz que trabalho conjunto está superando conflitos por terras no Pará

27 de Março de 2007 - Isabela Vieira* - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O esforço concentrado de regularização fundiária e a colaboração de autoridades estaduais estão revertendo o quadro fundiário conflituoso no Pará. A avaliação é do diretor de Ordenamento da Estrutura Fundiária do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Marcos Kowarick.

“Esse processo está permitindo uma virada histórica no processo de violência e grilagem [processo de apropriação e negociação indevidas de terras públicas] envolvendo conflitos fundiários no estado”, disse, em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia.

O Incra começou em agosto, em conjunto com o Exército, um trabalho de regularização fundiária de imóveis rurais localizados em terras da União no estado. A previsão é concluí-lo neste semestre.

Segundo Kowarick, a parceria entre Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, entidades ligadas ao governo federal e a atuação decisiva do governo do Pará permitiram “construir e reforçar” os instrumentos necessários para o combate a grilagem de terras. Kowarick destaca a atuação do governo do estado, por meio do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), e e da Justiça, “que resolveram dar um basta aos cartórios fraudulentos”.

Ainda segundo o diretor do Incra, o processo de regularização fundiária permitiu mapear áreas onde ocorrem atos ilegais como o tráfico de drogas, extração ilegal de madeira e assassinatos por encomenda, entre outros. Ele contou que no município de Bacajá, perto de Altamira, foram encontradas armas de uso exclusivo do Exército. No local, disse, os os invasores foram retirados e as áreas foram demarcadas para um Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) que inclui, por meio do crédito de habitação, a construção de casas, estradas e a eletrificação.

“O que é mais importante é que o governo de estado já anunciou a parceria para a continuidade do trabalho. O Exército também é parceiro e faz o serviço de demarcação, não de força policial, que fica com a Polícia Federal. Técnicos do Incra também estão atuando contra a ocupação ilegal de terra e na retomada de terras públicas”, afirmou.

Kowarick disse que as ações de governo permitiram a regularização de todo o município de Belterra, na região oeste do estado. O objetivo do Incra, segundo ele, é “titular terras num clima de tranquilidade”. Para isso, destacou, 18 técnicos especialistas em cadastro rural analisam diversos processos de ocupação de terras com mais de 5 mil hectares. “Estamos fazendo um mutirão para passar a limpo a questão agrária no Pará”, concluiu.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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