FISCALIZAÇÃO DA PESCA DA LAGOSTA SERÁ INTENSIFICADA PARA GARANTIR ESTOQUES

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2007

12/04/2007 - Rafael Imolene - A partir da próxima segunda-feira, dia 16 de abril, até o final do ano, será intensificada a fiscalização da pesca e comercialização da lagosta no país, um esforço coordenado pelo Ibama/Ministério do Meio Ambiente, em parceria com a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap), a Polícia Federal e a Marinha do Brasil. Com investimentos de R$ 3,5 milhões, o controle permitirá garantir a pesca dentro das regras estabelecidas pelo governo e, conseqüentemente, possibilitar o aumento da população da lagosta e manter a ocupação de 150 mil trabalhadores no setor.

Desde o litoral do Amapá até o Espírito Santo, onde se desenvolve a atividade no Brasil, 49 equipes formadas por 235 agentes do Ibama e parceiros patrulharão a orla, tanto no mar quanto por terra. "Simultaneamente às equipes em água, nós teremos grupos na terra, fiscalizando toda a cadeia produtiva da atividade de pesca, transporte, comercialização e exportação", afirma o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio Montiel. Segundo ele, restaurantes estarão incluídos na lista de controle de práticas irregulares.

Ainda de acordo com Montiel, serão desencadeadas operações com apoio da Marinha, que em seus barcos levará fiscais do Ibama a pontos estratégicos, além do policiamento reforçado da PF. As embarcações flagradas cometendo irregulares serão notificadas e autuadas. Casos de reincidência poderão resultar em medidas mais rigorosas, como a apreensão de equipamentos de pesca e do próprio barco.

Estabelecimentos e empresas exportadoras que infringirem as regras também sofrerão ações coercitivas. "A nossa intenção, desde o início, é oferecer educação ambiental, informando o pescador que as novas regras vão garantir a sustentabilidade da atividade pesqueira", afirma Montiel. "Por isso, realizamos todo o processo de conscientização para manter a atividade e os empregos. Em último caso, adotaremos as medidas punitivas", diz.

Para o diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do órgão, Rômulo Mello, essa é uma ação de governo, e não de ministério. "Contamos também com a parceria do Ministério da Educação, que oferecerá qualificação profissional aos trabalhadores do setor", diz Mello. O ministro da Seap, Altemir Gregolin, afirma que um dos principais intuitos da ação integrada é manter os 150 mil empregos diretos e indiretos do setor, bem como criar novas vagas. "Temos R$ 11 milhões em créditos para a confecção dos manzuás (armadilha para capturar lagosta), possibilitando renda a mais 1.500 trabalhadores". Os recursos serão disponibilizados pelo Banco do Nordeste (BNB).

Cadastro - O governo federal concluiu o processo de seleção de embarcações para a pesca da lagosta. Todos os inscritos que cumpriram as exigências da seleção obtiveram a permissão de pesca. A partir do dia 16 de junho, quando a pesca for liberada, o Brasil terá 2.687 embarcações permissionadas para pescar, 120% a mais que a quantidade registrada em 2006.

Entre fevereiro e março, a Seap recebeu 3.870 pedidos de inscrição, configurando a primeira etapa para recuperar a população do crustáceo no litoral brasileiro. Pescadores que não obtiveram a permissão serão atendidos pelo Programa de Valorização do Pescador, com a perspectiva de concluir o ensino fundamental.

A atividade enfrenta uma grave crise, com uma acentuada redução de estoques causada pela pesca excessiva e métodos predatórios. Estima-se que das 6 mil embarcações em atividade no Nordeste, Pará, Amapá e Espírito Santo, apenas 1,3 mil possuíam permissão de pesca. A produção da lagosta, que já atingiu 11 mil toneladas na década passada, passou a menos de 7 mil toneladas em 2005, colocando em risco a pauta de exportações de pescado no Brasil. Em 2006, o país exportou US$ 82 milhões em lagostas, valor que fica abaixo apenas da comercialização de camarões.

Uma instrução normativa do Ibama, do dia 9 de abril, prorrogou o período de defeso para a pesca das lagostas das espécies Panulirus argus (lagosta vermelha) e Panulirus laevicauda (lagosta cabo verde) em todo o território brasileiro por mais 45 dias. O período de defeso - em que a pesca é proibida - terminava no dia 31 de abril. Agora, o prazo foi estendido para 15 de junho.

Segundo Altemir Gregolin, além de garantir a reprodução do crustáceo, a extensão do período torna possível a confecção de milhares de manzuás. Os cursos de profissionalização para a produção do artefato serão oferecidos a cerca de 1.500 pescadores, com início no dia 30 de abril em mais de 40 municípios. Os pescadores terão, ainda, uma linha de crédito do Pronaf para comprar os manzuás.

Governo apresenta resultados do processo de seleção para a pesca da lagosta

11/04/2007 - Os ministros da Pesca, Altemir Gregolin, do Meio Ambiente, Marina Silva e da Educação, Fernando Haddad, apresentam, nesta quinta-feira (12), às 11 horas, na sede da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (Seap/PR), em Brasília, os resultados do processo de seleção para a pesca da lagosta, o plano de fiscalização e o Programa de Valorização do Pescador, que será responsável por formar a mão-de-obra necessária para a construção dos manzuás e cangalhas usados nas pescarias.

A lista dos pescadores que obtiveram a licença para a pesca será disponibilizada no site da Seap logo após a solenidade, assim como as regras para os pescadores interessados em participar do Programa de Valorização que, além de capacitar os trabalhadores, garantirá uma bolsa mensal e a oportunidade de conclusão do ensino fundamental.

O Governo Federal trabalha para garantir a recuperação e a pesca sustentável da lagosta regularizando a atividade na região produtora e coibindo abusos como a pesca da lagosta miúda, que vem dizimando os estoques e ameaçando a atividade. A produção da lagosta caiu de 11 mil toneladas, no começo dos anos 90, para menos de 7 mil toneladas em 2005, segundo estatística do Ibama. O Ceará, principal produtor, chegou a pescar sozinho a produção atual.

Até agora, por meio de esforço conjunto envolvendo o Ministério do Meio Ambiente, a Seap/PR e o Instituto do Meio Ambiente (Ibama), já foram estabelecidas novas regras para a pesca, com a proibição do uso de redes (caçoeira), a proibição da pesca a menos de quatro milhas da costa e do uso de embarcações maiores do que quatro metros de comprimento.

A Seap/PR cancelou todas as licenças antigas e completou o processo de seleção para a concessão de novas licenças, dentro do limite de 40 milhões de covos/dia-ano, estabelecido como o máximo sustentável, no momento, pelo Comitê Gestor do Uso Sustentável da Lagosta. O procedimento legalizou e incluiu grande número de pescadores, como será mostrado no evento desta quinta-feira.

Da mesma forma o Ibama já deu início ao processo de fiscalização, agindo em todas as regiões produtoras. No evento desta quinta-feira, a instituição apresentará modelo e estrutura da nova fase de trabalho, voltado a garantir a realização da pesca dentro das regras estabelecidas. O Ibama ampliou, conforme definido no último encontro do Comitê Gestor do Uso Sustentável da Lagosta, o período de defeso da espécie. A pesca só poderá ser feita, agora, a partir de 15 de junho.

Também está garantida a oferta de crédito para o custeio da pescaria, por meio dos bancos oficiais. Os pedidos dos pescadores poderão ser encaminhados, a partir de agora, com a divulgação da lista das embarcações licenciadas.

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Defeso da lagosta é prorrogado por mais 45 dias

10/04/2007 - Rafael Imolene - Uma instrução normativa do Ibama, publicada no Diário Oificial da União desta terça-feira (10), prorrogou por mais 45 dias o período de defeso para a pesca das lagostas das espécies Panulirus argus (lagosta vermelha) e Panulirus laevicauda (lagosta cabo verde) em todo o território brasileiro. A medida entrará em vigor no dia 1º de maio e se estenderá até 15 de junho de 2007. O objetivo é recuperar o estoque das espécies, que sofreu uma significante redução na última década.

A extensão do período evidencia a preocupação do governo federal com a recuperação dos estoques da lagosta. Em janeiro, o Ministério do Meio Ambiente havia se juntado à Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap) e ao Ibama em favor da pesca sustentável da lagosta. A ação integrada representou o início dos esforços para garantir o aumento da população do crustáceo. Caso contrário, haveria um risco não só para a sobrevivência da espécie, mas também de uma importante atividade econômica para milhares de pescadores brasileiros, principalmente do Nordeste.

No dia 1º de fevereiro a Seap deu início ao processo de concessões de permissões para embarcações que poderiam praticar a atividade, com novas regras de especificações dos barcos. O prazo de inscrição das embarcações para a obtenção do registro e permissão para a pesca da lagosta terminou no dia 17 de março.

 
 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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