GRILAGEM NA AMAZÔNIA IMPULSIONA CONFLITOS, DESMATAMENTO E TRABALHO ESCRAVO, DIZ CASSEL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2007

19 de Abril de 2007 - Marcela Rebelo - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, concede entrevista a emissoras de rádio no estúdio da Nacional AM - Brasília - A ocupação irregular em terra pública na Amazônia tem promovido, além de conflitos, desmatamento e situações de trabalho escravo "inaceitáveis". A afirmação é do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, que concedeu hoje (19) entrevista a emissoras parceiras da Radiobrás. Segundo ele, o empenho do governo junto aos governos estaduais é regularizar toda a malha fundiária da região amazônica, retirando as pessoas que ocupam terra ilegalmente e fazendo assentamentos sustentáveis do ponto de vista ecológico.

"Isso é difícil fazer, mas nós já estamos fazendo. Estamos dando títulos definitivos para todas as pessoas que têm até 100 hectares na Amazônia Legal, estamos regulamentando as posses até 500 hectares, estamos trabalhando no sentido de baixo para cima, regularizar a malha fundiária. Isso vai dar estabilidade institucional e diminuir bastante os conflitos", disse Cassel.

Durante a entrevista, o ministro falou também sobre a situação no Pará. Segundo ele, o conflito no Estado foi promovido pelo latifúndio, que historicamente tem ocupado terra pública de forma irregular. "No Pará tivemos historicamente um padrão de ocupação irregular de terras públicas, que gerou conflito e culminou, por exemplo, com a morte da irmã Dorothy, que culminou com o massacre de Eldorado do Carajás, que tem produzido um padrão de violência inaceitável na sociedade brasileira".

Cassel afirmou que o Pará é um dos estados onde o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) mais tem investido. "Ampliamos muito o número de assentamentos no Pará, estamos investindo muito na infra-estrutura desses assentamentos, na qualificação, para que eles sejam acima de tudo, espaços estáveis de produção".

Para o ministro, a falta de infra-estrutura nos assentamentos nos últimos 20 anos "fragilizou" esses espaços. "Torna esses espaços de alvos fáceis de latifúndio, de madeireiros, de toda a situação ilegal que existe aí. Estamos trabalhando junto com o governo do Estado no Pará no sentido de construir uma malha agrícola que dê estabilidade para isso e que evite esse padrão de conflito que é recorrente no Pará", destacou Cassel.

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Subprocurador alerta que ribeirinhos foram esquecidos pelos movimentos sociais

19 de Abril de 2007 - Alessandra Bastos - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O subprocurador-geral da República, Wagner Gonçalves, chamou a atenção dos movimentos sociais para que não se esqueçam das populações ribeirinhas e amazônicas na luta pela demarcação de terras. Ele participou, nessa quarta-feira (18), de debate sobre violência no campo, realizado pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. “Os ribeirinhos têm sofrido processos de desapropriação em praticamente toda a Amazônia. Eles têm sido esquecidos pelos movimentos sociais”, afirmou.

Wagner Gonçalves pediu especificamente à Comissão Pastoral da Terra (CPT), ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e às entidades de defesa dos quilombolas que levem à discussão essas questão e “não esqueçam os ribeirinhos”.

Segundo o representante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Henrique Marinho, os ribeirinhos não são o público-alvo do MST. Ele explicou que a Via Campesina, movimento internacional de pequenos e médios agricultores, tem organizações que trabalham com matrizes tecnológicas que possam gerar empregos para esses segmentos.

“Na Amazônia, ocorre o maior número de trabalhadores escravizados e os grandes massacres de Eldorado dos Carajás, Corumbiara e vários assassinatos”, acrescentou o representante da CPT no debate, Antônio Canuto. Ele lembrou que a Amazônia abrange vários estados e que dos 36 assassinatos registrados neste ano, 24 aconteceram na região.

Antônio Canuto citou as mortes ocorridas por superexploração do trabalho na região. Ele destacou o assassinato de um garoto de 11 anos, em junho de 2006, filho de um vaqueiro ameaçado ao tentar acertar as contas depois de três anos de trabalho. “Se você denunciar à Justiça do Trabalho, um de vocês morre”, teria dito o fazendeiro.

 

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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