IPCC CONFIRMA NECESSIDADE DE UMA REVOLUÇÃO ENERGÉTICA CONTRA MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2007

04 de Abril de 2007 - Bangcoc, Tailândia, Internacional — Terceiro relatório do painel de cientistas da ONU, divulgado nesta sexta-feira em Bangcoc, se aproxima das propostas do Greenpeace para enfrentar o aquecimento global: mudanças nos hábitos de consumo das pessoas, investimentos em programas de eficiência energética e uso cada vez maior de fontes renováveis de energia, em substituição às fontes de combustível fóssil.

Os cientistas que discutiram esta semana em Bangcoc, na Tailândia, o terceiro relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês) não têm mais dúvidas: os líderes mundiais precisam adotar o quanto antes medidas políticas efetivas para evitar os piores impactos das mudanças climática no planeta. E essas medidas, afirmam, passam necessariamente por um cenário nos moldes do proposto pelo Greenpeace em seu relatório [R]evolução Energética – investimento em energia renováveis (em substituição ao combustível fóssil e nuclear), mudança nos hábitos de consumo das pessoas e adoção de programas de eficiência energética.
Os especialistas que redigiram o relatório “Mitigação das Mudanças Climáticas” apontam, como o Greenpeace, que adiar a redução nas emissões poderá acarretar inúmeros riscos ao planeta. É preciso agir agora, e com firmeza, para não sofrermos as conseqüências catastróficas de bruscas mudanças no clima – que já deram sinais de seu poderio nos últimos anos.

O documento do IPCC diz que as duas próximas décadas serão decisivas para determinarmos quais os impactos podem ser evitados. O cenário mais otimista apresentado recomenda um aumento médio da temperatura global abaixo dos 2oC – o que implicaria um corte de 50% nas emissões de gases do efeito estufa até 2050 em relação aos níveis de 11000.

Entre as principais opções apresentadas para reduzir as emissões de carbono estão o uso de energia renovável e eficiência energética, que devem praticamente dobrar sua participação no cenário energético mundial até 2030.

Por outro lado, o relatório indica que a energia nuclear deverá crescer apenas 2% até 2030, devido às restrições que a tecnologia apresenta nas questões de segurança, lixo radioativo e proliferação de armas nucleares.

“De todas as opções de geração de energia existentes atualmente, a nuclear é a mais cara de todas. No cenário brasileiro, investir em geração nuclear é um desperdício inaceitável de recursos públicos”, afirma Luís Piva, da campanha de Clima do Greenpeace Brasil. “Com os R$ 7,4 bilhões previstos para construir a usina nuclear de Angra 3, por exemplo, seria possível implementar um parque eólico com o dobro da potência, gerando 32 vezes mais empregos e eliminado os riscos de acidentes e problemas com lixo radioativo.”

Na questão dos biocombustíveis, de evidente interesse brasileiro, o IPCC projeta que tal tecnologia poderá ocupar de 3% a 10% da matriz do setor de transporte em 2030.

O Greenpeace lembra que, no caso do Brasil, a principal questão é deter o desmatamento da Amazônia, responsável pela maior parte das emissões brasileiras de gases do efeito estufa. Segundo a ONU, o desmatamento da floresta amazônica ocorrido entre 2000 e 2005 representa 42% da perda líquida de áreas florestais no mundo. Nesse períod, 31 mil quilômetros quadrados de florestas foram perdidos a cada ano, incluindo todos os biomas. No total, cerca de 17% da Amazônia já foram desmatados, o equivalente a quase 700 mil quilômetros quadrados.

“O fator chave a ser ressaltado é a urgência nas ações. As tecnologias, informações científicas e os recursos necessários para implementar as soluções e minimizar os impactos já estão ao alcance dos líderes mundiais”, conclui Luis Piva. “Apenas a adoção de medidas concretas de redução das emissões poderá evitar as catástrofes previstas no relatório de impactos apresentado pelo IPCC no início de abril.”
Jorge Cordeiro

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Revolução Energética mostra o caminho para enfrentar encruzilhada climática

27 de Abril de 2007 - Bangcoc, Thailand — Na abertura da 3a. reunião do IPCC do ano, que discutirá mitigação, Greenpeace alerta que a saúde do clima depende de mudanças adotadas hoje na matriz energética global. Bangcoc, Tailândia, 27 de abril de 2007 – Às vésperas da divulgação de mais um relatório do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), desta vez sobre mitigação, o Greenpeace exige que os governos do mundo todo promovam uma Revolução Energética para evitar os perigosos impactos do aquecimento global.

O IPCC volta a se reunir, dessa vez em Bangcoc, na Tailândia, a partir de segunda-feira (30/04), para concluir o texto da terceira parte do seu 4º relatório, focada na questão da mitigação. O IPCC já lançou neste ano duas partes do relatório - uma sobre evidências científicas e outra sobre os impactos das mudanças climáticas.
"Estamos numa encruzilhada climática," afirmou Stephanie Tunmore, coordenadora da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Internacional. "Podemos adotar fontes renováveis e o uso eficiente da energia e impedir que o aumento da temperatura média global ultrapasse o limite de 2o C, ou deixar as coisas como estão e mergulhar em uma era de eventos climáticos extremos, escassez de água e aumento do número de vítimas.”

O novo relatório do IPCC sobre mitigação reunirá vasta literatura científica sobre as opções existentes atualmente para diminuir as emissões de CO2. O Greenpeace, em parceria com o Conselho Europeu de Energias Renováveis (Erec, na sigla em inglês), lançou em fevereiro o estudo Revolução Energética, que detalha como o mundo pode conquistar uma matriz energética limpa e renovável até 2050. No capítulo dedicado ao Brasil, elaborado em parceria com a USP, o relatório demonstra como o país pode crescer reduzindo gradualmente fontes “sujas” como o carvão e a energia nuclear.

A energia nuclear não é considerada uma tecnologia futura no cenário da Revolução Energética porque, embora as usinas produzam menos dióxido de carbono do que a queima de combustíveis fósseis para gerar energia, seu funcionamento causa diversas ameaças às pessoas e ao meio ambiente, e também porque o ciclo de produção desta energia como um todo contribui para o aquecimento global. Os principais riscos são a proliferação nuclear, o lixo nuclear e os riscos à segurança.

De todas as opções de geração de energia existentes atualmente, a nuclear é a mais cara. Com os R$ 7,4 bilhões previstos para construir Angra 3, por exemplo, é possível criar um parque de turbinas eólicas com o dobro da potência prevista para essa nova usina nuclear (1.350 mW), gerar 32 vezes mais empregos e não produzir lixo radioativo ou representar risco de acidentes graves.

De acordo com o quarto relatório do IPCC, os impactos das mudanças climáticas no mundo, na América Latina e especificamente no Brasil são preocupantes. O Brasil é o quarto maior emissor de gases de efeito estufa no planeta. Mais de 70% das emissões brasileiras de CO2 vem do desmatamento da Amazônia.

"O Brasil precisa fazer de tudo para reduzir a zero as taxas de desmatamento se quisermos ter alguma chance de salvar a Amazônia e o Planeta", diz Paulo Adario, coordenador da campanha da Amazônia do Greenpeace. "Temos no máximo 10 anos para fazer essa lição de casa", enfatiza.

De acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) o desmatamento ocorrido no Brasil entre 2000 e 2005 responde por 42% da perda líquida de áreas florestais no mundo. Nesse período, o país perdeu uma média de 31 mil km2 de florestas a cada ano, incluindo todos os biomas. Em cinco anos, uma área do tamanho do estado do Acre teria sido desmatada no Brasil, pouco mais de 150 mil km2.

“O Brasil precisa agir de forma mais objetiva, e regulamentar as ações referentes ao clima, adotando uma Política Nacional de Mudanças Climáticas que integre ações de mitigação e adaptação. Este assunto não pode ser prioridade apenas quando acontecerem os desastres”, afirma Luís Piva, coordenador da campanha de Clima do Greenpeace Brasil.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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