BIOCOMBUSTÍVEIS DEVEM SER ENCARADOS DE FORMA SUSTENTÁVEL, ALERTA GREENPEACE

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2007

5 de Maio de 2007 - Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - A recomendação do 4º relatório de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima (IPCC) da Organização das Nações Unidas, de estímulo às energias renováveis, com destaque para os biocombustíveis, deve ser encarada com ressalvas, segundo o coordenador da Campanha do Clima da organização ambientalista Greenpeace do Brasil, Luís Piva.

O relatório, divulgado ontem (4) na Tailândia, aponta que a estabilização das emissões de gases causadores do efeito estufa poderá custar menos para todos os países do mundo do que permanecer na inércia. No que se refere aos biocombustíveis, o IPCC indica que essa tecnologia poderá ocupar entre 3% a 10% da matriz do setor de transportes nas próximas três décadas.

Embora concorde com IPCC, no sentido de que essa é uma alternativa para reduzir o aquecimento global, Piva alerta que "também pode se tornar um problema, se isso não for feito de uma forma responsável, sustentável".

Também o coordenador da campanha de Energias Renováveis do Greenpeace do Brasil, Ricardo Baitelo, destacou que as restrições à utilização dos biocombustíveis se referem aos impactos ambientais e sociais. Ele lembrou as condições de trabalho dos bóias-frias – "um serviço temporário e não qualificado, que provoca êxodo de uma população de regiões brasileiras para outras".

Na questão ambiental, acrescentou, "temos os impactos do desmatamento, os impactos do balanço energia-alimento, como já se viu em outras regiões do globo". E argumentou: "Ao transformar biomassa em energia, pode faltar alimento e provocar uma subida do preço do alimento, e também existe o uso de pesticidas e tóxicos".

O ambientalista advertiu ainda que a cana-de-açúcar consome muita água: "Com a transformação da cana em combustível para exportação, o Brasil poderá estar indiretamente exportando a água que no futuro próximo, dentro de 20 anos, pode faltar para as populações".

De acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o desmatamento ocorrido no Brasil no período de 2000 a 2005 representou 42% da perda líquida de áreas florestais no mundo. No total, cerca de 17% da Amazônia já foram desmatados, o que equivale a cerca de 700 mil quilômetros quadrados.

Ricardo Baitelo avaliou que com o deslocamento da fronteira agrícola para expansão da cultura da cana, visando à produção de etanol, esse problema pode ser ampliado. “O que acontece é um efeito cascata: o etanol ocupa uma extensão de terras que nem sempre estão sendo monitoradas e acaba pressionando as áreas utilizadas para plantação de soja e pecuária que, aí, avançam sobre a Amazônia”, alertou.

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Relatório da FAO aponta riscos à segurança alimentar com produção de biocombustíveis

1 de Maio de 2007 - Mylena Fiori - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A produção de biocombustíveis apresenta tanto oportunidades como riscos à segurança alimentar na América Latina e Caribe. A conclusão consta de estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua visita ao Chile, na última quinta-feira (26).

O documento foi elaborado por especialistas de vários países e técnicos da FAO e de outras organizações nas áreas de energia, clima e meio ambiente a partir da crescente polêmica sobre o impacto da produção de bionenergia. Uma das críticas refere-se ao desvio de matéria-prima que serviria de alimento para a produção de combustíveis.

Também há preocupação com a perda de biodiversidade devido à destinação de grandes superfícies de terra à monocultura – atualmente, são produzidos biocombustíveis de cana-de- açúcar, milho e azeite de palma.

Reunidos em Roma, no mês passado, especialistas do mundo todo avaliaram o potencial global da bioenergia e os possíveis impactos do rápido crescimento dessa indústria na segurança alimentar. Também identificaram caminhos para a produção sustentável de biocombustíveis. O próximo passo será o lançamento, pela FAO, da Plataforma Internacional de Bioenergia (IBEP), destinada a governos e potenciais investidores, com diretrizes sobre bionergia.

Energia nuclear é mais barata do que se imagina, diz professor

4 de Maio de 2007 - Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - A energia nuclear é mais barata do que se costuma imaginar, prova disso é o leilão de energia nova realizado em 2005 no Brasil. A afirmação é do professor do Programa de Engenharia Nuclear da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Aquilino Senra.

“Isso não é uma tese, é um caso real. Nesse leilão, houve venda de energia gerada por usinas térmicas a R$ 140 o megawatt. Só para se ter uma idéia, isso é ordem de grandeza do custo previsto por megawatt de Angra 3. Então, não há obstáculos à construção desta usina nuclear no país”.

Segundo ele, a retomada do projeto de Angra 3 está vinculada à própria energia nuclear, à opinião pública e aos movimentos da sociedade civil em prol do meio ambiente. As razões que poderiam inviabilizar o projeto, como custo, capacidade e desenvolvimento nacional, foram desaparecendo ao longo do tempo.

Além disso, acrescenta o pesquisador, o Brasil tem competência no setor. “A maior demonstração da competência nacional no desenvolvimento da tecnologia nuclear foi dada no domínio da tecnologia do enriquecimento do urânio [combustível usado nas usinas nucleares], que é algo disputado por vários países, embora poucos detenham essa tecnologia”, disse Senra.

Em termos comerciais, somente nove países têm essa tecnologia, dentre os quais, o Brasil. “Isso foi fruto de um desenvolvimento autônomo, inteiramente feito no país. Então, há competência dentro do setor nuclear”.

Na avaliação dele, esse saber será colocado em risco se Angra 3 não for construpida. "E se mais à frente houver necessidade de recuperar esse patrimônio técnico do país, o custo será altíssimo”, ponderou.

Portanto, diz Senra, a retomada do projeto se justifica até por essa razão, na medida em que a usina é uma maneira de preservar as equipes técnicas que desenvolveram a tecnologia nuclear no Brasil.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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