PESQUISADOR APRESENTA RISCOS DE AQUECIMENTO GLOBAL PARA A SAÚDE HUMANA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2007

7 de Maio de 2007 - Monique Maia e Isabela Vieira - Da Agência Brasil - Brasília - As mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global, como irregularidades nos períodos de chuva e escassez de água, podem prejudicar a saúde humana. Foi o que explicou hoje (7) o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz e pesquisador visitante do Museu Emílio Goeldi, Ulisses Confalonieri, a parlamentares da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas do Congresso Nacional, antes de uma audiência pública em Bélem.

Mencionando diagnósticos contidos no relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), ele afirmou que o aumento da temperatura pode reduzir a produção de alimentos nas regiões tropicais, causando mais desnutrição e doenças.

Segundo Confalonieri, a transmissão de dengue pode se expandir durante o verão, principalmente em razão das altas temperaturas, umidade e maior exposição da população, além de se prolongar por todo o outono. “A mudança climática não cria doenças novas, apenas exacerba problemas que já existem atualmente como doenças endêmicas, desnutrição e pobreza”.

O pesquisador também aponta uma possível disseminação de doenças devido à migração de pessoas para outras regiões do país. Seria o caso, por exemplo, de agricultores mudando para lugares onde chove mais.

Para o especialista, são necessárias melhorias na capacidade do sistema de saúde brasileiro para prevenir doenças, executar programas de controle, disponibilizar tratamento médico e vacinas na tentativa de diminuir os impactos das mudanças climáticas. Além da criação de um sistema de alerta precoce para fenômenos climáticos com o objetivo de monitorar áreas com risco de enchentes, por exemplo.

“Isso é importante porque o fenômeno é real e faz com que as instituições como ministérios, governos estaduais e Congresso Nacional se preparem para garantir mais pesquisas”, aponta Confalonieri. Toda a redução da vulnerabilidade da população aos impactos do clima passa por políticas públicas”.

A audiência foi realizada para levantar os problemas que causam o aquecimento global no país, principalmente na Amazônia, e discutir com a sociedade estratégias para lidar com o problema nos diversos níveis de governo.

O senador Renato Casagrande (PSB-ES), relator da comissão sobre mudanças climáticas, disse que será papel dos parlamentares cobrar do governo federal ações para reduzir os impactos da mudança do clima no Brasil. Afirmou ainda que o Congresso vai propor mudanças na legislação para desonerar as empresas empenhadas em preservar o meio ambiente.

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Brasil trabalha para aumentar a venda de créditos de carbono, diz Marina Silva

9 de Maio de 2007 - Petterson Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, informou hoje (9), em entrevista à Agência Brasil, que Brasil está em terceiro lugar na venda de créditos de carbono e tenta aumentar sua participação. A ministra ressaltou que a participação brasileira na venda de créditos de carbono é importante pela qualidade dos projetos. “Os projetos aprovados pelo Comitê Interministerial Brasileiro são excelentes, do ponto de vista da finalidade de não fazer com que um esforço acabe anulando outro nesta questão do seqüestro de carbono ou das reduções”.

De acordo com a ministra, o Brasil não pode se preocupar apenas em aumentar as vendas de créditos de carbono para superar a China e a Índia (que são os países líderes na venda de crédito de carbonos), mas sim com o conteúdo e a qualidade dos projetos executados que o comitê aprova.

Marina Silva anunciou a criação de um novo plano para aumentar a venda dos créditos de carbono e enfrentar a questão das mudanças climáticas. “Em relação aos esforços para que possamos aumentar nossa contribuição (na venda de créditos de carbono) eles estão sendo feitos, e agora estamos fazendo um Plano Nacional de Enfrentamento das Mudanças Climáticas aonde a própria comissão estará se reelaborando para que possamos dar uma maior contribuição.”

A ministra salientou o suporte técnico que o ministério dá aos pequenos projetos, e disse que está trabalhando para conseguir uma compensação aos esforços gerados. “Nós criamos no ministério a Secretaria Nacional de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental que estará com a incumbência de viabilizar a proposta brasileira no âmbito da convenção de mudanças climáticas de redução das emissões e a partir dessa redução conseguir uma espécie de compensação positiva e viabilizar o MDL [mecanismo de desenvolvimento limpo] para pequenos projetos de reflorestamento, inclusive com espécies nativas”.

Marina Silva participou em São Paulo da abertura do seminário Créditos de Carbono e Mudanças Climáticas – Propostas e Desafios para a Sustentabilidade Ambiental, em que foram debatidos, com os diversos setores da sociedade, as mudanças no clima e seus efeitos a médio e longo prazo, o aquecimento do planeta decorrente da grande emissão de gás carbônico na atmosfera e a degradação ambiental que leve a uma tomada de consciência e a uma mudança de hábito e comportamento em relação ao meio ambiente.

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Stephanes diz que Brasil detém melhor tecnologia mundial para produção de etanol

8 de Maio de 2007 - Stênio Ribeiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, disse hoje (8) que o álcool de cana-de-açúcar deverá ter lugar de destaque no mercado futuro de etanol, em função do aquecimento global e da necessidade de fontes limpas de energia.

Segundo o ministro, o segmento tem amplas condições de crescer. Ele lembrou que os Estados Unidos resolveram adotar o etanol em sua frota de veículos, que a Europa, com a França à frente, também estuda a alternativa e que o Japão pode ir na mesma direção. "É possível que se abra grande mercado", afirmou.

Em palestra para representantes de mais de 100 países, reunidos no Global Initiative on Commodities, Stephanes destacou que o Brasil detém a melhor tecnologia mundial de produção de álcool, além das condições favoráveis em termos de solo, sol e água. "Tem, portanto, todas as condições de evoluir, sem precisar agredir a natureza; sem desrespeitar o meio ambiente", disse o ministro.

O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, que participou do encontro na qualidade de presidente do Conselho Superior do Agronegócio, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), considera "indispensável" o etanol ser tratado como commodity (mercadoria negociada nas bolsas de mercadoria), de modo que o comércio desse produto seja bem estruturado. Para isso, Rodrigues disse que é necessário outros países passarem a produzir etanol. E o Brasil está disposto a transferir tecnologia para os países amigos, acrescentou.

Para o ex-ministro, a agroenergia pode mudar a geoeconomia agrícola mundial, porque países que hoje são pobres poderão se transformar em grandes produtores de commodities energéticas. Rodrigues considera relevante que o Brasil lidere esse processo.

"Será, na verdade, uma mudança de paradigma para a civilização que utiliza o petróleo --- um produto fóssil, finito, mal distribuído no planeta - que será trocado por um produto renovável, ambientalmente mais correto e democrático, que qualquer país pode ter", disse ele, "não obstante os países tropicais tenham vantagens comparativas, porque agroenergia é terra, sol, planta, água, tecnologia e gente; e tudo isso o Brasil tem de sobra".

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Comissão do Congresso propõe aumento de impostos para frear poluição

8 de Maio de 2007 - Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O aquecimento do planeta pode causar aumento de doenças, desastres ambientais e reduzir a produção de alimentos, avaliam os estudiosos. Apresentar alternativas que contribuam para reduzir esses malefícios no Brasil são metas da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas do Congresso Nacional. Com este objetivo, parlamentares, pesquisadores, representantes de organizações não-governamentais e de órgãos de governo se reuniram ontem (7) em Belém (PA).

O relator da comissão, o senador Renato CasaGrande (PSB-ES), conta que na audiência foram apresentadas estratégias para diminuir os impostos de empresas que preservam o meio ambiente e sobretaxas para aquelas que não adotam mecanismos de controle de poluição.

“Empresas que utilizem matéria-prima ou recursos naturais e que não tenham capacidade de repor o que estão utilizando devem ser penalizadas com tributação maior”, afirma Casagrande. De acordo com o senador, as novas normas integrariam a proposta de reforma tributária.

Também são propostas da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas auxílio ao governo federal, com aprovação de orçamento, por exemplo, para consolidação de uma política nacional que estude os impactos e as formas de reduzir a emissão de gás carbônico. A comissão cobrará do governo federal a adoção de fontes alternativas de energia.

Segundo o deputado estadual Cássio Andrade (PSB-PA), entres as principais causas do aquecimento global, enfrentados pelos estados do Norte do país, estão o desmatamento ilegal e as queimadas na região amazônica. “Esses fatores contribuem com 75% da emissão de gás carbônico emitido pelo Brasil.”

Para frear o avanço das mudanças no clima, Andrade sugere que os governos invistam em soluções que ataquem a pobreza e melhorem a condição de vida da população. “No Pará, por exemplo, um colono que está passando fome acaba vendendo madeira ilegal, derrubando uma área que não é permitida ou ainda trabalhando para empresas que colaboram na destruição da floresta.”

Outras reuniões com a sociedade vão marcar as atividades da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas. Estão previstas para os próximos meses audiências públicas em Manaus, São Paulo e Cuiabá.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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