CTNBio APROVA MILHO TRANSGÊNICO E COLOCA EM RISCO BIODIVERSIDADE BRASILEIRA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2007

16-05-2007 – Brasília - OGM da Bayer foi liberado nesta quarta-feira, em reunião da Comissão em Brasília. Decisão final será agora do Conselho Nacional de Biossegurança, composto por 11 ministros.

A decisão da CTNBio pela liberação de uma semente transgênica sem uma regulamentação prévia dos processos e documentação necessários para garantir a biossegurança do país demonstra o descaso do governo federal com a saúde, meio ambiente e agricultura brasileiros.

A CTNBio ainda nem definiu os procedimentos internos necessários para avaliar a documentação apresentada pelas empresas ou instituições com pedido de liberação comercial para sementes transgênicas.

Além disso, outras disposições previstas em lei – como a entrega da declaração de conflito de interesse por parte dos membros da Comissão – também não foram cumpridas, e os argumentos apresentados na Audiência Pública de 20 de março não foram considerados pela comissão, o que coloca em xeque a legitimidade e legalidade das decisões da CTNBio.

“Repudiamos a decisão da CTNBio, que deu as costas para a biossegurança brasileira para atender aos interesses do agronegócio e das empresas multinacionais de biotecnologia, e vêm mostrando um profundo descaso pela Lei de Biossegurança e suas próprias normas internas na condução de seus trabalhos”, afirma Gabriela Vuolo, coordenadora da campanha de engenharia genética do Greenpeace.

Apesar de todas as evidências científicas que mostram os riscos de contaminação genética com a liberação de milho transgênico no meio ambiente, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou por 17 votos a favor, 4 contra e um pedido de mais informações, a liberação comercial do milho transgênico da Bayer – Liberty Link.

Os votos contrários foram dos ministérios do Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário, Secretaria Especial de Agricultura e Pesca e os representantes da sociedade civil para meio ambiente e agricultura familiar.

Segundo o presidente da comissão, Walter Colli, a decisão será agora encaminhada para o Conselho Nacional de Biossegurança, formado por 11 ministros e sob a presidência da Casa Civil.

Desde novembro de 2006 o Greenpeace tem alertado para a irresponsabilidade que representa a liberação comercial do milho transgênico no Brasil, tanto pela falta de estudos realizados no país sobre os impactos no meio ambiente, como também pelos inúmeros casos de contaminação já registrados em outros países.

CENTRO DE DIVERSIDADE GENÉTICA

O Brasil é um dos principais centros de diversidade genética de milho do mundo e uma contaminação em larga escala – como a que já vem acontecendo no caso da soja transgênica – causaria prejuízos incalculáveis tanto ambientais como econômicos aos agricultores e ao país.

“Não é aceitável que o meio ambiente e a alimentação dos brasileiros sejam colocados em risco para beneficiar apenas algumas poucas empresas de biotecnologia. O mais certo seria suspender toda e qualquer liberação comercial de cultivos transgênicos até que o Brasil tenha uma política séria de biossegurança”. disse Gabriela Vuolo. “Com a decisão de encaminhamento ao CNBS, a decisão final está agora na mão dos ministros."

Além do milho da Bayer, há 11 pedidos de liberação comercial de variedades transgênicas – sete delas de milho. Nenhum dos pedidos apresentou estudo de impacto ambiental.

HISTÓRICO

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) tenta votar a liberação comercial do milho transgênico desenvolvido pela Bayer desde o ano passado de forma irregular. Da primeira vez, queria votar a liberação sem a realização de uma audiência pública prévia, conforme previsto por lei. A votação foi suspensa por uma determinação judicial, que condicionou a votação à realização da audiência, que aconteceu neste ano e se constituiu uma farsa.

Na reunião seguinte, há dois meses, o assunto estava novamente previsto para ser votado, mas o presidente da CTNBio, Walter Colli, não queria permitir que representantes do Greenpeace e da sociedade civil participassem da reunião, e resolveu adiá-la. No mês passado, a Justiça determinou que a reunião fosse aberta ao público, e Colli, incomodado com a transparência, adiou para este mês a votação.

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Alemanha aperta o cerco ao milho transgênico no país

17-05-2007 – Berlim - Governo alemão impôs normas mais rígidas às vendas de sementes geneticamente modificadas de milho da Monsanto.

Plantações de organismos geneticamente modificados têm um histórico controverso na Alemanha, enquanto que a agricultura orgânica está ganhando força no país. Agora, o cultivo de milho transgênico na Alemanha foi praticamente banido pelo governo, segundo informações da mídia local.

Na sua edição da semana passada, o diário Der Tagesspiegel publicou que o Ministério da Agricultura da Alemanha enviou carta à Monsanto informando que a empresa só poderá vender a semente transgênica do milho MON 810 acompanhada de plano de monitoramento sobre seus efeitos no meio ambiente. A informação também foi divulgada pela agência alemã de notícias DPA.

“Isso praticamente significa que o cultivo de milho transgênico foi banido do país”, afirma Peter Rudolph, responsável pelo departamento de tecnologia genética do ministério da Agricultura alemão no estado de Brandeburgo. Ele diz que a carta basicamente proíbe a Monsanto de vender o milho MON 810, já que a empresa nunca apresentou plano algum até o momento. Brandenburgo é o estado alemão com o maior número de plantações de milho transgênico.

Na carta enviada à Monsanto, o ministério justifica sua decisão por ter obtido novas informações sobre os riscos que o MON 810 representa para o meio ambiente.

Um porta-voz do Ministério da Agricultura alemão afirmou que a carta não deveria ser interpretada como uma proibição à venda do produto, mas como a instituição de normas mais rígidas para seu cultivo e venda no país. De acordo com as novas normas, o milho já plantado não poderá ser colhido.

PERIGO PARA AS ABELHAS

Um tribunal de Augsburgo, na Bavária, ordenou que agricultores que tenham plantado o milho MON 81 façam sua colheita antes ele floresça ou corte a parte da planta que contenha o pólen. As plantações de milho transgênico na região ficam a cerca de 2 mil metros das principais criações de abelhas da região.

Os criadores de abelhas na Alemanha estão brigando com a Monsanto, por considerarem que o principal produto da empresa no país, o milho transgênico MON 810, está causando problemas sérios às suas atividades. Alguns tentam na Justiça impedir ou limitar as plantações de transgênicos, para impedir a contaminação do pólen da região e do mel.

Entre as argumentações dos criadores de abelhas está a de que o milho MON 810 cultivado na Alemanha é ilegal, já que não tem a aprovação necessária por parte do governo. Os apicultores argumentam que a aprovação dada pelas autoridades francesas cobre apenas as variedades adaptadas ao clima francês.

Além disso, produtos aprovados pela antiga legislação são legais apenas por um período limitado de tempo e isso apenas se o caso foi reportado apropriadamente à Comissão Européia. A Monsanto só pediu aprovação para usar o milho MON 810 como ração animal ou em processamento de alimentos, mas não como sementes. Por causa disso, o MON 810 não poderia ser vendido como semente nem plantado no país.

A lei de organismos geneticamente modificados da Alemanha respeita o direito da agricultura e produção de alimentos livres de transgênicos. Isso também inclui os apicultores. Eles querem salvaguardas para evitar a contaminação genética do mel que produzem.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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