REQUIÃO QUER EMENDA CONSTITUCIONAL PARA PRESERVAR MATA ATLÂNTICA NO PR

Panorama Ambiental
Curitiba (PR) – Brasil
Junho de 2007

13/06/2007 - O governador Roberto Requião anunciou nesta terça-feira (12) que vai debater com a Assembléia Legislativa a criação de uma emenda à Constituição Estadual para garantir a preservação da Mata Atlântica do Paraná. Para Requião, a emenda é uma forma de estancar ameaças como os 55 pedidos de alvará para extração de minério de ferro na Região da Serra do Mar, apresentados por mineradoras brasileiras e chinesas. As áreas pretendidas pelos mineradores somam 86,7 mil hectares, duas vezes o tamanho do município de Curitiba, que possui 43,1 mil hectares.

“Quero conversar com os senhores deputados da Assembléia Legislativa, para elaborarmos uma emenda constitucional acabando com a possibilidade de devastação do que resta da Floresta Atlântica no Paraná. Definitivamente. A Serra do Mar está praticamente loteada por pedidos de alvará para mineração de ferro. Temos que evitar que a Serra do Mar acabe. Uma emenda constitucional é mais difícil de ser alterada”, argumentou o governador, durante a reunião semanal da Escola de Governo, realizada no auditório do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) negou 24 pedidos de licença prévia ambiental para extração de minério de ferro para pesquisa em áreas de Mata Atlântica na região da Serra do Mar e do Litoral do Estado. As licenças eram imprescindíveis para que o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) concedesse alvará para exploração aos interessados.

Trata-se de “um quadro assustador de forte ameaça ao patrimônio ambiental protegido”, diz parecer elaborado por técnicos e advogados do IAP. Além de indeferir os pedidos de licença prévia, o Instituto irá pedir ao DNPM que todas as áreas protegidas na Serra do Mar e no Litoral tenham pedidos para mineração bloqueados permanentemente. O DNPM é o órgão do governo federal responsável por autorizar e regulamentar a mineração no País.

O IAP vai solicitar ao DNPM o bloqueio da mineração de minerais metálicos que requeiram remoção de solo. Se aceitar o pedido, o DNPM não irá aceitar mais pedidos de exploração de minérios em áreas localizadas na região da Serra do Mar.

A jazida de 40 milhões de toneladas de minério de ferro de baixa qualidade, alvo dos pedidos de alvará para exploração, está no trecho mais bem conservado da Mata Atlântica em todo o Brasil, considerado Área Prioritária para Conservação da Biodiversidade pelo Ministério do Meio Ambiente - com prioridade definida entre muito alta e extremamente alta.

A Mata Atlântica é o bioma brasileiro mais protegido pela legislação ambiental. A Lei da Mata Atlântica, promulgada em 2006, proíbe o corte de vegetação nativa ou de reflorestamento, se estiver em estágio médio ou avançado de regeneração.

No entanto, parte das áreas requeridas nos 55 pedidos apresentados pelas mineradoras ao DNPM localiza-se nas Áreas de Proteção Ambiental Estadual e Federal de Guaraqueçaba, em que, a rigor, é possível explorar minérios. A emenda constitucional proposta pelo governador deverá eliminar esta possibilidade.

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Pedreiras na Serra da Baitaca não ferem o meio ambiente

13/06/2007 - O presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko, falou nesta terça-feira (12), na reunião semanal da Escola de Governo, sobre a operação de pedreiras em municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), localizadas nos arredores do Parque Estadual Serra da Baitaca e inseridas na Área de Proteção Ambiental (APA) do Iraí.

“São seis pequenas pedreiras, artesanais, de onde se retira manualmente o paralelepípedo usado nas calçadas de Curitiba. São atividades que não ferem o meio ambiente da forma como tem sido relatada, apresentando pequeno impacto ambiental e baixa capacidade de exploração, o que não coloca em risco os recursos naturais da região”, afirmou o presidente do IAP. Ele ainda acrescentou que as APAs são passíveis de exploração, conforme resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), desde que promovida de forma sustentável.

Segundo ele, a preocupação atual do governo do Estado está voltada aos pedidos de exploração de minério de ferro na Serra do Mar por grandes grupos privados – o que pode causar, de acordo com o presidente do IAP, a ‘destruição total’ do local.

“Mas por ordem expressa do governador Roberto Requião, o IAP já negou todos os pedidos de pesquisa nestas áreas e já notificamos o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) de que não permitiremos qualquer outro tipo de exploração mineral na Unidade de Conservação, além destas pequenas pedreiras que lá estão instaladas. Não permitiremos que a Serra do Mar vire uma Serra Pelada”, ressaltou Burko.

Serra da Baitaca – O Parque Estadual Serra da Baitaca possui 3.053,21 hectares e teve seu decreto de criação assinado em 2002.

Em relação às pedreiras situadas nas proximidades do Parque Estadual, Burko explicou que o licenciamento é um instrumento de gestão ambiental. “Não se trata de um passe-livre e sim de uma ferramenta que estabelece condicionantes, parâmetros e critérios para o uso sustentável dos recursos naturais”, enfatizou o presidente.

De acordo com o diretor de Unidades de Conservação do IAP, Marcos Antonio Pinto, não há qualquer requerimento junto ao DNPM que permita o direito de exploração minerária sobre a Unidade de Conservação. “O parque foi demarcado muito tempo depois da criação das pedreiras e de forma que ficassem de fora do perímetro da Unidade de Conservação, após consultas de requerimento junto ao DNPM. Os órgãos ambientais têm atuado, nos últimos anos, na fiscalização e normatização destas atividades para minimizar os impactos nos arredores da área de preservação”, relatou.

Segundo ele, o governo do Estado acompanha a atividades de exploração de minério nos arredores da Serra do Mar há mais de 30 anos, quando a responsabilidade pela fiscalização era da antiga Superintendência de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (Surema), que passou posteriormente para o IAP.

Crítica - Em contrapartida, o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, criticou a reportagem publicada pelo Jornal Gazeta do Povo no último dia 04 de junho, que questiona o funcionamento de pedreiras no município de Quatro Barras.

“Houve uma tentativa de induzir o leitor de que está havendo um crime ambiental no local, o que é inverídico. A exploração de minério no município de Quatro Barras vem sendo feita há mais de quatro décadas em áreas situadas fora do perímetro do Parque”, reforçou o secretário. Segundo ele, o IAP monitora o funcionamento das pedreiras constantemente por meio de blitze de fiscalização.

“O IAP e outros órgãos ambientais age com rigor no que se refere ao licenciamento destas pedreiras, que começaram a ser regularizadas apenas em 1998, quando o local já era explorado há décadas”, enfatizou Rasca.

De acordo com o prefeito de Quatro Barras, Roberto Adamoski, antes da legalização da atividade a degradação era muito mais acentuada na região, devido à pouca conscientização ambiental dos empreendedores. “Hoje todas as pedreiras são legalmente constituídas e possuem em seu quadro geólogos que monitoram os trabalhos. O IAP tem sido extremamente rigoroso quanto à renovação das licenças ambientais e sem qualquer facilitação durante as vistorias”, declarou o prefeito. Segundo Adamoski, as seis pedreiras existentes no município são fonte de renda para mais de 350 famílias.

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Protegida por leis, Mata Atlântica ainda corre risco de destruição

12/06/2007 - A Mata Atlântica, de que fazem parte a Serra do Mar e o Litoral do Paraná, é o bioma brasileiro mais protegido pela legislação ambiental. A Lei da Mata Atlântica, promulgada em 2006, proíbe o corte de vegetação nativa ou de reflorestamento, se estiver em estágio médio ou avançado de regeneração.

“Somente este dispositivo seria suficiente para o indeferimento dos pedidos de autorização ambiental para pesquisa mineral”, afirma parecer elaborado por técnicos e advogados do IAP que recomenda que todos os pedidos de licença prévia ambiental para extração de ferro na região fossem negados.

Segundo o parecer do IAP, “a região ameaçada pela pretensão mineraria tem número significativo de Unidades de Conservação que, em conjunto com outras áreas protegidas, compõem um mosaico de proteção da biodiversidade.” Os técnicos escrevem ainda que “as unidades de conservação litorâneas têm seguimento através da Serra do Mar até a transição entre a Floresta Atlântica e a Floresta de Araucárias, e são protegidas pela Lei da Mata Atlântica.”

O problema, afirma o presidente da Mineropar, Eduardo Salamuni, é que parte das áreas pretendidas pelas empresas de mineração localiza-se nas Áreas de Proteção Ambiental Estadual e Federal de Guaraqueçaba. “A rigor, é possível fazer exploração de minérios nessas áreas, o que pode suscitar uma discussão judicial”, diz.

“A preservação de uma área como essa é uma decisão de governo, pois não se avança sobre uma área de preservação sem autorização expressa do governador. Nesse governo, não há a menor chance de haver exploração dessa jazida, pois o governador Roberto Requião já se manifestou contra isso. Mas, no futuro, a região da Serra do Mar só estará definitivamente protegida com o bloqueio permanente para a mineração”, afirma Salamuni.

Na lei — A Mata Atlântica e a Serra do Mar são consideradas Patrimônio Nacional pela Constituição Federal de 1988, que determina que seus recursos ambientais só podem ser usados se forem preservados em condições semelhantes para as gerações futuras.

A Serra do Mar foi tombada pelo Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico em 1986. O edital de tombamento proíbe atividades predatórias — como a mineração de ferro — na região.

A Serra do Mar do Paraná é considerada por especialistas o trecho contínuo de Mata Atlântica mais bem preservado do País. Por isso, foi é declarada reserva da biosfera pela Unesco e é considerada pela ONG Conservação Internacional como um dos 34 biomas de conservação prioritária em todo o mundo, graças à sua diversidade biológica.

 
 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Paraná (www.pr.gov.br/meioambiente)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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