MARINA SILVA ELOGIA FORTALECIMENTO DA UNIÃO ENTRE OS POVOS DAS FLORESTAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2007

19/06/2007 - Rafael Imolene - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou nesta terça-feira (19), em Brasília, do lançamento oficial do 2º Encontro Nacional dos Povos das Florestas, programado para se realizar na capital brasileira entre os dias 18 e 23 de setembro. O evento ocorrerá 20 anos depois do primeiro, em 1987, coordenado pelo líder seringueiro Chico Mendes, assassinado no ano seguinte. De acordo com os participantes, o longo intervalo foi conseqüência da desmobilização entre os povos das florestas, realidade que começa a mudar com a continuidade dos debates iniciados há duas décadas.

Durante o discurso de encerramento da solenidade, Marina Silva ressaltou o fortalecimento das relações entre os povos. "Temos de celebrar o esforço dessas comunidades historicamente marginalizadas, que foram capazes de ampliar uma aliança fundamental para recuperar a sua história e avançar socialmente", disse. A ministra lembrou que, desde a chegada dos portugueses, o Brasil conviveu com o massacre de 1 milhão de índios a cada século, em média. "Precisamos resgatar essa dívida com as comunidades tradicionais", afirmou, citando seringueiros, pescadores, quebradores de coco, entre outros.

A cerimônia reservou homenagens póstumas a Chico Mendes, com músicas e recitação de poemas. A moderadora da mesa, a antropóloga Zezé Weiss, ao anunciar que também Marina Silva seria homenageada, afirmou que a ministra personifica Chico Mendes nesses 19 anos de sua morte, por meio de incessantes atividades em favor do meio ambiente. Marina recebeu flores e uma peça de artesanato, entregues por representantes das comunidades tradicionais.

Ainda durante a solenidade, a ministra ressaltou as conquistas do governo federal para contribuir com o desenvolvimento dos povos das florestas. Citou os 18 milhões de hectares em reservas extrativistas criadas nos últimos quatro anos. "E nos próximos meses teremos mais 8 milhões de hectares para este fim", disse. Também enfatizou os 10 milhões de hectares em terras indígenas homologadas também na primeira gestão do governo Lula, bem como o combate ao desmatamento, com redução de 50% na Amazônia em dois anos, e 75% na Mata Atlântica.

Marina Silva destacou o compromisso do governo em conciliar crescimento econômico com proteção ambiental. "Precisamos juntar o melhor da tradição e o melhor da modernidade. O mesmo governo que apóia as comunidades tradicionais, também apóia o crescimento econômico. O mesmo banco que apóia os povos das florestas, também apóia os produtores. Então precisamos unir os objetivos na mesma equação", disse.

Para encerrar, reforçou a necessidade de criar uma nova estrutura para enfrentar a grave crise ambiental que o mundo atravessa, além de ter condições de gerir as unidades de conservação. "É injusto ficar oito anos no governo e deixar a mesma estrutura que existe há 20 anos. Quando o Ibama foi criado, em 1989, tínhamos 113 unidades de conservação, somando 15 milhões de hectares. Agora são 288 unidades, com 60 milhões de hectares. E chegaremos em 2010 com 90 milhões de hectares. Precisamos de uma nova estrutura, orçamento e pessoal para cuidar desse patrimônio", disse.

Além da ministra, compuseram a mesa a secretária executiva-adjunta do Ministério do Desenvolvimento Social, Arlete Sampaio, o líder da Coordenação das Nações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Jecinaldo Saterê-Mawé, o secretário-geral do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Adilson Vieira, e a representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirrier. Também sentaram à mesa o líder do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), Joaquim Belo, a coordenadora-geral da Rede Mata Atlântica, Elizete Siqueira, o representante do Banco Mundial no Brasil, John Briscoe, o diretor do Jardim Zoológico de Brasília, Raul Gonzales Acosta, e o reitor da Universidade da Paz, Pierre Weil.

O 2º Encontro Nacional dos Povos das Florestas terá sua abertura no dia 18 de setembro, no Teatro Nacional, em Brasília. Nos dias seguintes, as atividades ocorrerão em uma área que será montada no Jardim Zoológico do Distrito Federal.

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Segundo encontro nacional dos povos da floresta será anunciado em Brasília

18/06/2007 - Rubens Júnior - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participa, às 15h, desta terça-feira (19), do anúncio da realização do II Encontro Nacional dos Povos da Floresta, que ocorrerá de 18 a 23 de setembro, em Brasília. A cerimônia, que marca oficialmente o período de abertura de inscrições ao evento, será no hotel Mercure, com as presenças de membros das três redes sociais da Amazônia que formam a Aliança dos Povos da Floresta: Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e Conselho Nacional de Seringueiros (CNS). O anúncio será feito no intervalo das palestras e debates do Seminário O Papel dos Povos da Floresta no Desenvolvimento Socioambiental da Amazônia, promovido amanhã pelo MMA, que estimula e apóia a mobilização social para o desenvolvimento, com parceria do poder público, de ações em benefício da qualidade de vida dos habitantes da Amazônia, em convivência sustentável com a floresta.

Para a realização do II Encontro Nacional, que celebra a retomada da Aliança dos Povos da Floresta, após período de desarticulação, aquelas organizações terão a parceria do MMA, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, dos governos do Acre, Amapá, Amazonas e Pará, organismos internacionais e entidades (veja lista no final da matéria). Nos seis dias do evento, os participantes tratarão de políticas de desenvolvimento sustentável da Amazônia e demais florestas brasileiras. Pretendem ainda formular uma agenda de ações no sentido de reduzir a pobreza nas florestas e orientar a sociedade sobre os efeitos das mudanças climáticas e sobre formas de enfrentar o fenômeno. São esperadas no II Encontro, em Brasília, mais de 10 mil pessoas - lideranças indígenas, quilombolas, seringueiras e extrativistas; ambientalistas; dirigentes de movimentos sociais; empresários, autoridades e representantes das entidades de cooperação nacional e internacional.

Segundo a coordenadora do PPG-7, Nazaré Soares, o II Encontro dos Povos da Floresta será uma oportunidade de os movimentos sociais da Amazônia resgatarem o princípio original da Aliança, nascida com Chico Mendes, de ter políticas integradas comuns. "Essa reaproximação é essencial para os movimentos, mas também para o poder público. Isto porque a maior unicidade das políticas e das ações permite ao conjunto dos atores obter melhores resultados e avanços nas políticas destinadas aos povos da floresta, evitando a fragmentação, tão nociva ao trabalho", pensa Nazaré.

Avanços - Para o presidente do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), Julio Barbosa de Aquino, o Brasil obteve diversos avanços nas últimas duas décadas na luta pela proteção aos povos da floresta. "Foram criadas 59 reservas extrativistas, houve a demarcação de terras indígenas, a retomada da Aliança, cujos protagonistas, os índios e os seringueiros, participam ativamente das discussões à implementação de políticas públicas; houve a criação da Câmara Técnica de Proteção ao Patrimônio dos Povos das Florestas e o Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7)", disse.

Contudo, para o secretário-geral do GTA, Adílson Vieira, o GTA solicitará, durante o evento, a discussão pública mais ampla das questões que afetam os povos da floresta e que o debate exceda os limites amazônicos. "Precisamos discutir os problemas que ocorrem em outros biomas, como Caatinga, Mata Atlântica, Cerrado, igualmente importantes, ricos em biodiversidade e com uma população expressiva vivendo nesses ecossistemas. Queremos discutir uma política florestal como um todo para o Brasil, definindo um modelo adequado para o desenvolvimento das comunidades e para a proteção das florestas", disse Vieira.

O II Encontro deve começar a tratar de outro tema importante, adianta Adilson Vieira, do GTA. Será o "Ano Chico Mendes", cuja morte completa 20 anos em 2008. Segundo Vieira, o plenário do evento deve obrigatoriamente refletir sobre as questões, já que, "por exemplo, os assassinatos de lideranças ambientais continuam". O I Encontro foi realizado em 1986, em Xapuri, no Acre, coordenado por Chico Mendes.

Reunidas e fortalecidas na Aliança dos Povos da Floresta, as três redes principais que a compõem formarão uma base influente na causa daquelas populações e do meio ambiente. Criado em 1985, o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS) representa trabalhadores agroextrativistas organizados em associações, cooperativas e sindicatos. A ONG luta pelo uso sustentável dos recursos naturais e pelo direito à terra. A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), de 1989, articula estratégias de luta das organizações indígenas. Esta ONG tornou-se referência na consolidação do movimento em defesa dos direitos coletivos dos povos indígenas, conquistados na Constituição de 1988, reunindo hoje 75 organizações regionais que articulam centenas de outras entidades locais e 165 povos indígenas. Já o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), inaugurado no ano da Eco 92, é formado por dezoito coletivos regionais. O GTA trabalha para modificar o paradigma de desenvolvimento humano na Amazônia e atua diretamente nos nove estados que compõem a Amazônia Legal.

 

 
 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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