PUBLICAÇÃO DETALHA SITUAÇÃO DO SISTEMA CANTAREIRA, O MAIS IMPORTANTE MANANCIAL DE SÃO PAULO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Junho de 2007

18/06/2007 No próximo dia 21 de junho, quinta-feira, o Instituto Socioambiental lança a publicação “Cantareira 2006 – Um olhar sobre o maior manancial de água da Região Metropolitana de São Paulo”, que traz um conjunto inédito de informações sobre as condições socioambientais e as dinâmicas de uso e ocupação do solo da região, responsável pela produção de metade da água consumida na Grande São Paulo. A publicação vem acompanhada de mapa-pôster e CD-Rom.

Pela primeira vez as condições socioambientais do principal manancial de água da maior metrópole brasileira são esmiuçadas. A publicação “Cantareira 2006 – Um olhar sobre o maior manancial de água da Região Metropolitana de São Paulo”, que o Instituto Socioambiental (ISA) lança nesta quinta-feira 21 de junho, em Bragança Paulista, apresenta os resultados do Diagnóstico Socioambiental Participativo do Sistema Cantareira - um dos maiores sistemas produtores de água do mundo – e revela situações preocupantes para a sustentabilidade hídrica de São Paulo.

Ao contrário do que boa parte da população de São Paulo pode pensar, a metrópole não é abastecida pela água existente na Serra da Cantareira, localizada ao norte do município. Na verdade, São Paulo não passa sede graças à água do Sistema Cantareira, uma vasta região de 228 mil hectares – quase metade dela situada no estado de Minas Gerais – que abriga o território de 12 municípios. O sistema é composto por cinco bacias hidrográficas e seis reservatórios interligados por túneis artificiais subterrâneos, canais e bombas, que produzem cerca de 33 metros cúbicos de água por segundo. Essa água abastece 9 milhões de moradores da Grande São Paulo. Após passar pelo sistema, os rios que alimentam as represas contribuem também para o abastecimento de Piracicaba, Campinas e região.

A região do Sistema Cantareira enfrentou nos últimos anos, principalmente no período de 1998 a 2004, uma intensa estiagem, o que causou uma queda dos níveis de seus reservatórios. Em novembro de 2003, o momento mais crítico deste período, o sistema chegou a atingir o alarmante nível de quase 1% de armazenamento, colocando em risco o abastecimento público de quase metade da população da Grande São Paulo. Até hoje, os reservatórios não se recuperaram dos impactos da estiagem. Saiba mais sobre o Sistema Cantareira.

Conjunto inédito de informações

O estudo presente na publicação “Cantareira 2006 – Um olhar sobre o maior manancial de água da Região Metropolitana de São Paulo” foi desenvolvido pelo ISA e contou com o apoio de diversas organizações governamentais e não-governamentais atuantes na região. Ele reúne dados nunca antes divulgados sobre a ocupação e uso do solo nas bacias hidrográficas e nos municípios da região, situação dos serviços de saneamento, mineração, unidades de conservação, crescimento populacional, desmatamento e situação das Áreas de Preservação Permanente (APPs), entre outros processos em curso no do Sistema Cantareira que interferem na produção da água.

Ainda que em relação às bacias hidrográficas da Guarapiranga e da Billings – outros mananciais de São Paulo - o Sistema Cantareira apresente um quadro menos grave, ele já demanda constante atenção. Em 2003, mais de 70% do território ocupado pelas cinco bacias formadoras do sistema encontrava-se alterado por atividades econômicas e usos diversos. Outro número preocupante: 73% das Áreas de Preservação Permanente (APPs) da região, especialmente as matas ciliares no entorno de rios e reservatórios, fundamentais para a produção de água, encontram-se ocupadas por usos desconformes com a legislação que as protege.

Ameaças e recomendações

A qualidade da água produzida no Sistema Cantareira ainda é boa, e o estudo aponta tendências e fragilidades da região que podem mudar essa situação, com sérios riscos para o abastecimento na Grande São Paulo. O território do Sistema Cantareira vem sendo palco do crescimento de usos urbanos, diminuição das áreas de vegetação e de uma intensa dinâmica de substituição entre diferentes categorias dos chamados usos antrópicos, como as áreas de pastagens, áreas abandonadas, de agricultura, silvicultura e mineração.


Entre 1989 e 2003, a área ocupada por usos urbanos cresceu 33,5% na região do Cantareira, principalmente com a expansão das áreas de ocupação dispersa, que compreendem núcleos urbanos, condomínios e áreas residenciais isoladas, como sítios e chácaras. Esta situação tem um agravante. Como as bacias hidrográficas têm boa parte de seu território alterado por atividades humanas, as represas e demais cursos d´água estão menos protegidos dos impactos da ocupação urbana, o que pode resultar em piora da qualidade da água e aumento dos custos de tratamento.

A publicação também descreve outras ameaças à capacidade de produção de água do Cantareira com quantidade e qualidade para o abastecimento público. Entra elas, os baixos índices de coleta e tratamento de esgoto nos municípios da região, a expansão do reflorestamento e de atividades industriais, a falta de áreas protegidas, a ausência de ordenamento territorial, a desarticulação dos atores regionais e a crescente demanda de água por parte da população da Grande São Paulo.

“Cantareira 2006 – Um olhar sobre o maior manancial de água da Região Metropolitana de São Paulo” ainda indica caminhos a seguir, recomendando a regulamentação das Áreas de Proteção Ambiental (APAs) existentes na região, a recuperação de áreas degradadas, a criação de incentivos para valorizar o caráter produtor de água da região, a ampliação dos índices de coleta e tratamento de esgoto na região e o fortalecimento da gestão participativa do sistema, entre outras ações.

Mapa-pôster e CD-Rom

A publicação do diagnóstico do Sistema Cantareira, apoiada pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos de São Paulo (Fehidro), inclui também um mapa-pôster com o uso do solo no território em 2003 e alguns dados resumidos sobre a região, além de fotografias produzidas em sobrevôos de checagem da interpretação do uso do solo. É acompanhada ainda por um CD-Rom com sua versão digital e todos os dados cartográficos gerados no âmbito do projeto. Com esses diversos recursos, o diagnóstico do Sistema Cantareira se soma aos estudos produzidos pelo ISA sobre as bacias hidrográficas de Billings e Guarapiranga, e consolida um importante conjunto de informações sobre os principais mananciais da Região Metropolitana de São Paulo.

 
 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental (www.isa.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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