INVASÕES E DESMATAMENTOS AMEAÇAM TERRAS INDÍGENAS NO PARAGUAI

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Junho de 2007

28/06/2007 - A organização não-governamental paraguaia Gente, Ambiente y Territorio (GAT) divulgou nota sobre a degradação ambiental que vem sendo promovida pela ocupação levada adiante por fazendeiros brasileiros ao sul do Patrimônio Natural e Cultural Ayoreo Totobiegosode, região do Departamento Alto Paraguai que faz limites com o Mato Grosso do Sul. O povo indígena Ayoreo Tobiegosode reivindica a regularização fundiária dessas terras desde 1993.

Líderes da Organização Payipie Ichadie Totobiegosode (OPIT) e integrantes das comunidades indígenas Ayoreo Totobiegosode de Arocojnadi e Chaidi denunciaram, em 14 de junho último, às autoridades do Paraguai a derrubada de árvores por tratores, ao sul do Patrimônio Natural e Cultural Ayoreo Totobiegosode, no Chaco paraguaio. A notícia foi divulgada pelo GAT, Gente, Ambiente y Território, organização não-governamental paraguaia. A área em questão tem 550 000 hectares e se localiza na Reserva da Biosfera do Chaco, conforme determinou a Unesco em 2005, no Departamento Alto Paraguai, fronteira com o estado brasileiro do Mato Grosso do Sul.

A situação de ocupação, invasão e desmatamento não é nova. A área vem sofrendo violenta degradação ambiental em função da ocupação levada a cabo por fazendeiros brasileiros. Já em 2005, a Secretaria de Ambiente, órgão federal paraguaio responsável pelas políticas relativas ao meio ambiente realizou uma operação de fiscalização na qual apreendeu máquinas vindas do Brasil e utilizadas no desmatamento daquela região.

A regularização fundiária dessas terras reivindicadas pelos Totobiegosode, subrgrupo dos Ayoreo, tramita desde 1993 e integra parte da Zona Núcleo que os Ayoreo Totobiegosode querem proteger. Entre eles existem ainda grupos de índios isolados nessa região pretendida. A área reivindicada está em processo de titulação como propriedade coletiva indígena, especialmente as terras ao sul.

“Queremos cuidar da nossa montanha porque nela há ainda os Jonoineasade, que são nossos parentes”, dizem as lideranças na nota divulgada. Afirmam ainda que os tratores têm de ser retirados porque estão matando animais e árvores.

A denúncia das comunidades coincidiu com uma inspeção já prevista na área por parte da Comissão de Controle e Monitoramento formada no âmbito do Grupo Interinstitucional para a Consolidação do Núcleo da Zona Sul do Patrimônio Natural e Cultural Ayoreo Totobiegosode. O grupo funciona desde 2006 com apoio do PNUD, a pedido da organização indígena, e dele participam diversos órgãos públicos e privados.

A comissão chegou até Finca 384 - uma propriedade rural - na manhã do dia 14. Dela faziam parte um fiscal da Unidade Penal Ambiental Especializada do Ministério Público acompanhado de funcionários do órgão. Também estavam na comitiva representantes da Secretaria de Ambiente, do Serviço Florestal Nacional e do Instituto Paraguaio do Índio (INDI). Líderes e integrantes da comunidade Ayoreo Totobiegosode de Arocojnadi e Chadi e por técnicos da organização Gente, Ambiente y Território (GAT) se incorporaram ao grupo, além de um observador da Survival International, entidade com sede em Londres, que acompanha a situação das terras Ayoreo Totobiegosode.

A comissão constatou a reabertura e ampliação de picada em uma extensão aproximada de 5 quilômetros, além de dois tratores operando na área. Os participantes do grupo verificaram que o lugar estava sendo devastado sem que os invasores tivessem um plano de uso da terra e a correspondente licença ambiental. As máquinas foram retiradas e enviadas à unidade policial mais próxima. A queixa foi registrada para que os responsáveis sejam convocados e submetidos às ações judiciais cabíveis.

Os Ayoreo Totobiegosode revelaram preocupação em relação às suas terras. A comissão pretende inspecionar em breve outras terras do Patrimônio Natural e Cultural. Enquanto isso, o Grupo Interinstitucional continua a se esforçar para encontrar saídas que assegurem a este povo indígena a legalização das terras que reivindicam, bem como a proteção efetiva do conjunto das florestas do Patrimônio.

Quem são os Ayoreo Totobiegosode

Os Totobiegosode são um dos clãs que formam o povo Ayoreo, de acordo com o Atlas das Comunidades Indígenas do Paraguai. Estão divididos em dois subgrupos:. um que vive em seu território tradicional, evitando o contato com a sociedade envolvente e outro formado pelos que voltaram a viver em suas terras reivindicadas nas comunidades de Arocojnadi e em Chaidi, bem como os que vivem nos assentamentos Ayoreo de Campo Loro, Cucaani e Islã Alta, Guidaichai, Tunocojnai, Ebetogue e Jesudi.

 
 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental (www.isa.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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