ASSOCIAÇÃO INDÍGENA KUIKURO INAUGURA CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2007

24 de julho - A Aldeia Kuikuro de Ipatse, no Alto Xingu/MT, inaugurou neste final de semana, 21 e 22 de julho, o Centro de Documentação da Associação Indígena Kuikuro do Alto Xingu (AIKAX). Confirmando o compromisso e o intuito de cooperação com os povos indígenas na preservação de sua cultura, o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, esteve no evento a convite do cacique Afukaká Kuikuro, e também do antropólogo Carlos Fausto, que coordena o projeto Documenta Kuikuro, do Museu Nacional do Rio de Janeiro em parceria com a ONG Vídeo nas Aldeias.

Em uma grande festa de dois dias, com som de flautas indígenas, muita dança e comidas típicas, os índios kuikuro comemoram esse momento de valorização de suas tradições. Para o cacique Kurikaré Kalapalo, da aldeia Tanguro, com a interação entre as culturas indígena e do homem branco, os cantos e ritos tradicionais poderão ser transmitidos aos mais jovens, assegurando a continuidade de seus conhecimentos por gerações. Carlos Fausto explica que esse é um momento de fundamental importância para os povos indígenas, que agora podem se apropriar da tecnologia em favor da própria tradição. “É preciso envolver os jovens nesse trabalho de documentação para manter a tradição viva, de forma renovada”, diz o antropólogo.

Durante a visita, Marcio Meira conversou com as lideranças das aldeias do Alto Xingu, que ressaltaram a importância da parceria entre os povos indígenas e a Funai, fortalecendo a instituição. Também foi discutida a salvaguarda das matas e dos rios, protegidos pelos índios nos seus territórios. No discurso de inauguração do centro de documentação, Márcio Meira, lembrou da importância do papel da comunidade indígena na preservação do meio ambiente. “As aldeias globais precisam cada vez mais das aldeias locais, como esta aqui”, disse Meira.

Cinema na aldeia

Para completar as festividades, os índios kuikuro prepararam um cinema a céu aberto na aldeia. Na noite de sábado, a comunidade do alto Xingu e os visitantes da aldeia kuikuro assistiram à exibição de dois filmes de cineastas indígenas, além de uma série do jornalista e documentarista Washington Novaes, que em 1984 filmou por dois meses o cotidiano dos grupos indígenas Waurá, Kuikuro, Txukarramãe (atual Mentuktire) e Kren-Akarore (hoje Panará), e agora retorna ao Xingu para registrar as mudanças ocorridas ao longo das duas últimas décadas.

A exibição dos filmes marcou o lançamento do DVD Cineastas Indígenas Kuikuro, resultado de oficinas de formação do projeto Documenta Kuikuro. Os filmes revelam a realidade dos kuikuro sob sua própria perspectiva, contribuindo para a afirmação étnica e a valorização cultural dos povos indígenas, além de promover o diálogo intercultural e a formação de uma audiência crítica.

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Membros da CNPI discutem propostas para Estatuto dos Povos Indígenas

26 de julho - Em caráter extraordinário, os membros da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI) se reuniram nos dias 12 e 13 de julho, na sede do Incra em Brasília, para discutir os temas já trabalhados pelas subcomissões temáticas, criadas na primeira reunião ordinária no início de junho. Durante os dois dias, representantes do governo e lideranças indígenas tiveram a oportunidade de apresentar proposições relacionadas à extensa pauta de assuntos que envolvem a temática indígena.

Os nove grupos de trabalho tratam de assuntos específicos relacionados com a política indigenista no Brasil, sendo: subcomissão para elaboração da proposta de Projeto de Lei para o Conselho Nacional de Política Indigenista; de justiça, segurança e cidadania; de terras indígenas; de etnodesenvolvimento; de assuntos legislativos; de saúde indígena; de educação escolar indígena; de gênero, infância e juventude; e de orçamento e gestão.

Na abertura do encontro o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, que também preside a CNPI, fez questão de reforçar o compromisso e responsabilidade dos membros com a construção de um novo momento na política indigenista, com a instalação da Comissão. A reunião seguiu com a apresentação de propostas elaboradas pelos membros das subcomissões nos dias que antecederam o encontro.

No segundo dia da reunião, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) fez uma apresentação sobre a política nacional de atendimento às populações indígenas, cuja prioridade é promover a atuação básica de serviço médico em todo o território nacional, tanto nas aldeias como em espaços urbanos. Antes do encerramento, os integrantes da CNPI puderam debater propostas e sugestões para a consolidação do Estatuto dos Povos Indígenas. Para o líder indígena Sandro Tuxá, cada subcomissão deve se responsabilizar pelo tema relacionado no Estatuto, ouvindo as demandas das comunidades.

Ao final do encontro, o presidente Márcio Meira destacou como pontos prioritários da CNPI a elaboração de anteprojetos de lei para criação do Conselho Nacional de Política Indigenista e do Estatuto. A próxima reunião ordinária da CNPI será no dia 31 de agosto e 1º de setembro. A pauta incluirá a discussão sobre os empreendimentos do Programa de Aceleração Econômica (PAC), a proposta de trabalho de elaboração do Estatuto dos Povos Indígenas e a minuta do anteprojeto de Conselho Nacional de Política Indigenista.

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VII Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros

Funai leva cultura indígena ao VII Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros

23 de julho Valorizar as representações culturais que compõem nossa identidade. Em 2007, a sétima edição do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros reafirma essa postura e celebra, mais uma vez, as legítimas tradições do povo brasileiro. De 23 a 29 de julho a Fundação Nacional do Índio – Funai – participa do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, no estado de Goiás. Com atividades voltadas às tradições culturais indígenas, a Aldeia Multi-étnica, montada no Vale da Lua, é o destaque da programação do Encontro. Representantes das etnias Krahô, Xerente, Kayapó, Kamayurá, Tucano, Carajá, Xavante, Tapuya e Avá-canoeiro estarão reunidos para discutir, fortalecer e ampliar o debate sobre questões pertinentes a temática indígena.

Na quinta-feira, 26/07, às 20h na Aldeia Multi-étnica, será exibido o filme 500 Almas, um documentário sobre a nação indígena Guató, do cineasta Joel Pizzini. Na sexta-feira, 27/07, a Funai convidou Pizzini para participar de uma roda de prosa sobre as perspectivas dos documentários indígenas e ambiental no Brasil. Também estarão presentes Thiago Briglia (diretor do filme Nas trilhas de Makunaíma) e o etnodocumentarista Antônio Borges Neto. Confira a programação da Aldeia Multi-étnica.

Com patrocínio da Petrobras e apoio da Caixa Econômica Federal, ministérios da Cultura, Turismo, Trabalho e Emprego, Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Desenvolvimento Agrário e Meio Ambiente, Justiça, além do IPHAN, FUNAI e IBAMA, a Associação dos Moradores da Vila de São Jorge - ASJOR e a Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge trazem ao coração do cerrado ritmos e danças que traduzem o Brasil. São manifestações culturais e religiosas que compõem o rico cenário regional brasileiro.

As manifestações reunidas pelo Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros agregam valor ao país e ao povo brasileiro, protegendo, apoiando e promovendo registros da nossa verdadeira história. Mestres dos saberes populares se comunicam e trocam experiências durante dez dias de festa, realizada no místico povoado de São Jorge - berço do Rio Tocantins e entrada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.

Violeiros, batuqueiros, improvisadores e dançarinos se juntam para exercitar e compartilhar suas artes tradicionais, passadas de pai para filho, de geração em geração. Manifestações de vários estados, de todas as regiões refluem corredores históricos da cultura espalhada pelo interior do Brasil.

Desde seu surgimento, o Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros tem conquistado o apoio da comunidade e, atualmente, é o mais importante evento do gênero no Brasil. Em 2006, o projeto foi selecionado pelo MinC – Ministério da Cultura, por meio do Prêmio Cultura Viva, entre as dez melhores e maiores iniciativas do país em prol das culturas populares e tradicionais.

INTERCÂMBIO

O VII Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros continua crescendo a cada ano em reconhecimento aos nossos mestres da cultura tradicional e ao público fiel, que se faz presente em todas as edições. Em 2007, além dos povos indígenas, outro destaque é a participação inédita de grupos de cultura tradicional de outros países, reforçando a diversidade cultural encontrada em todo o mundo e ampliando a mistura alquímica que caracteriza o evento.

O público confere ainda a III Mostra Petrobras de Cinema de Culturas Tradicionais, apresentações de Circo e Teatro, Oficinas Culturais, Rodas de Prosa e Feira de Oportunidades Sustentáveis com o artesanato da região. É a Cultura brasileira ocupando o seu lugar de direito como precursora da identidade miscigenada que compõe nosso país.

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Funai realiza intervenção na Administração Regional de Redenção

25 de julho - A Fundação Nacional do Índio (Funai) realizará, entre os dias 24/07 a 24/08, uma intervenção na Administração Executiva Regional (AER) de Redenção, no estado do Pará. O objetivo da operação é fazer um levantamento administrativo das ações desenvolvidas pela AER de Redenção.

A medida é uma decisão da presidência da Funai, que, em razão de possíveis irregularidades e a pedido de lideranças indígenas da região, decidiu verificar as denúncias de possíveis irregularidades. No dia 19/07, o administrador deixou de exercer suas funções no cargo para garantir maior autonomia na intervenção.

Composta por três servidores da fundação e um colaborador, a equipe avaliará e providenciará o levantamento de todos os processos administrativos e de pagamento da AER de Redenção. O grupo também verificará o andamento de projetos de assistência aos índios como atividades produtivas, fiscalização e desenvolvimento de ações comunitárias, bem como a situação fundiária das áreas indígenas jurisdicionadas a AER de Redenção.

A Funai informa que a intervenção pretende regularizar todas as possíveis dívidas da Administração de Redenção, de acordo com a legislação em vigor.

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Jovens Kambiwá participam da VIII Fennarte

26 de julho - O Governo de Pernambuco mostrou a sua face indígena na VIII Feira Nacional de Negócios de Artesanato, com uma grande maloca armada na área central do Centro de Convenção, onde várias etnias apresentam a potencialidade de sua arte. Um dos destaques é um grupo de jovens da etnia Kambiwá que expõe cento e cinqüenta peças produzidas com cabaça, fruto de uma vegetação típica da região do semi-árido.

A participação dos jovens indígenas na VIII FENNARTE é um dos resultados do Encontro de Jovens Adolescentes Indígenas em Situação de Risco Social realizado em novembro de 2006, pelo Setor de Educação da Funai de Recife. No encontro, foi realizada uma oficina de artesanato de cabaça, pleito apresentado pelos próprios indígenas, com a participação de vinte e quatro jovens Kambiwá.

Para a programadora educacional da Funai, Inalda Serrano Barbosa, a participação dos jovens mostra concretamente a importância da Ação com Jovens e Adolescentes que o órgão indigenista tem levado às Terras Indígenas. O resgate e uso racional de uma espécie em risco de extinção, a curto prazo, está gerando renda e dando visibilidade a cultura indígena na região, com produção de artesanato em cabaça feita pelos jovens Kambiwá.

José Wenilson Silva de Lima, estudante, 15 anos, conta que em Kambiwá era difícil achar cabaça na área: “participei da oficina e depois plantei no quintal da minha casa, hoje estou aqui mostrando e vendendo o que eu faço”.Satisfeito segura nas mãos uma galinha feita em cabaça, utilizada para depósito de ovos. Mas não é apenas José Wenilson que está satisfeito com os resultados da Oficina de Cabaça. Alexandre Ribeiro, que também expôs relata a sua experiência. “Participei no ano passado do Curso de Cabaça, antes do curso na aldeia se jogava fora as cabaças e hoje está sendo utilizada como finalidade de renda para muitos jovens. Foi uma grande oportunidade para mostrarmos que temos talento e serviu para mobilizar toda a aldeia para mais produção de cabaça”, conta Alexandre.

 
 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio (www.funai.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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