PLANTAS AMAZÔNICAS PODEM SER UTILIZADAS COMO BIOINDICADORES

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2007

Conservação Ambiental - 23/07/2007 - A região amazônica é a segunda maior produtora terrestre de petróleo do Brasil. Áreas com este tipo de atividade, como a planície de inundação (várzea) dos rios Urucu e Amazonas, estão em constate risco de acidentes ambientais. Contudo, estudos que avaliem os danos causados à vegetação e aos animais são escassos, e os existentes focam, principalmente, espécies marinhas e salobras.

Na Amazônia brasileira o número de estudos é ainda menor, o que causa grande preocupação já que as várzeas tem grande diversidade de plantas aquáticas. Elas são responsáveis pela maior parte da produtividade primária desses sistemas, além de serem habitat para diversas espécies de animais.

Caso essas plantas sofram agressão por meio do derramamento de petróleo, uma série de efeitos diretos e indiretos pode modificar todo o ecossistema do local.

A recuperação das áreas danificadas deve ser feita por meio de processos que não agridam as espécies vegetais predominantes. Métodos químicos e físicos, como solventes e dragas de sucção, muitas vezes podem prejudicar mais que os próprios poluentes.

Na busca de processos alternativos que diminuam estes impactos, como a fitorremediação que utiliza sistemas vegetais (árvores, arbustos, plantas rasteiras e aquáticas) para recuperar águas e solos contaminados por poluentes orgânicos ou inorgânicos, a mestre em Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), Aline Lopes, desenvolveu em sua dissertação a pesquisa intitulada 'Respostas de herbáceas aquáticas amazônicas ao petróleo de Urucu (Coari – AM)'.

O trabalho foi orientado pela pesquisadora do Inpa, Maria Tereza Fernandez Piedade, e desenvolvido no âmbito do projeto Inpa/Max-Planck, com a colaboração do Programa Piatam (Potencias Impactos e Riscos Ambientais na Indústria do Petróleo e Gás no Amazonas), que cedeu o petróleo utilizado nos experimentos.

O projeto previa determinar os efeitos do petróleo cru de Urucu sobre a vegetação da várzea. Para o estudo foram escolhidas as plantas: canarana (Echinochloa polystachya) e o mureru (Eichhornia crassipes) nas fases de germinação, rebrotamento e desenvolvimento final.

A mestre optou por essas espécies, pois são abundantes na região e têm grande importância para a várzea, por exercerem as funções de ciclagem de nutrientes e armazenamento de carbono.

Desta forma, é possível contribuir para as estimativas de danos causados à várzea e verificar o potencial das espécies para atuar na fitorremediação, tanto nos períodos de seca quanto de cheia.

Foram efetuados quatro experimentos, onde se adicionaram dosagens diferentes do combustível sobre o substrato dos indivíduos, todos jovens. Verificou-se que ambas as plantas são altamente sensíveis ao óleo, porém a canarana apresentou menor resistência que o mureru.

A mortalidade da planta foi observada mesmo em doses baixas como: 1,5 mL de petróleo para 2L de água e, em apenas 4 dias, 50% da população de plantas jovens morreu por toxidez à dosagem de 8,91 mL de petróleo. Portanto, um derramamento de petróleo teria conseqüências catastróficas, dado o papel ecológico fundamental das espécies na ciclagem de carbono e nutrientes da várzea.

Já os experimentos onde a canarana foi plantada em solo já contaminado nas dosagens 0,66 mL de petróleo para 2 metros quadrados de solo (12,5 mL de petróleo em 2 litros de solo), constatou-se que esta tem grande potencial para fitorremediação.

O trabalho continua em andamento para consolidar as informações já obtidas. O objetivo é desenvolver métodos para remediação com baixo custo, pois o plantio da Canarana é feito por meio de pedaços dos talos das plantas adultas, o que dispensa a produção e estoque de mudas.
(Caroline Soares)
Assessoria de Comunicação do INPA

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

Universo Ambiental  
 
 
 
 
     
VEJA
NOTÍCIAS AMBIENTAIS
DIVERSAS
Acesse notícias variadas e matérias exclusivas sobre diversos assuntos socioambientais.

 
 
 
 
Conheça
Conteúdo
Participe
     
Veja as perguntas frequentes sobre a Agência Ecologia e como você pode navegar pelo nosso conteúdo.
Veja o que você encontrará no acervo da Agência Ecologia. Acesse matérias, artigos e muito mais.
Veja como você pode participar da manutenção da Agência Ecologia e da produção de conteúdo socioambiental gratuito.
             
 
 

 

 

 

 
 
 
 
 
     
ACESSE O UNIVERSO AMBIENTAL
DE NOTÍCIAS
Veja o acervo de notícias e matérias especiais sobre diversos temas ambientais.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça nosso compromisso com o jornalismo socioambiental independente. Veja as regras de utilização das informações.
Entre em contato com a Agência Ecologia. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
A Agência Ecologia disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 45 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
 

 

 

 

 

 

 
 
 
 
 
 
Agência Ecologia
     
DESTAQUES EXPLORE +
SIGA-NOS
 

 

 
Agência Ecologia
Biodiversidade Notícias Socioambientais
Florestas Universo Ambiental
Avifauna Sobre Nós
Oceano Busca na Plataforma
Heimdall Contato
Odin Thor
  Loki
   
 
Direitos reservados. Agência Ecologia 2024-2025. Agência Ambiental Pick-upau 1999-2025.