INCRA ACELEROU A CRIAÇÃO DE DEZENAS DE ASSENTAMENTOS NAS ÁREAS MAIS RICAS EM RECURSOS MADEIREIROS

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Agosto de 2007

19 de Agosto de 2007 - Manaus (AM), Brasil — Investigação do Greenpeace mostra que empresas estão consumindo os últimos estoques de madeira da região oeste do Pará, onde estariam 25% do total de assentados pelo Incra em 2006

Denúncia do Greenpeace mostra que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) facilitou a atuação de empresas madeireiras em áreas de assentamentos rurais na região de Santarém, no Pará. Levantamentos de campo e documentos comprovam que o órgão estimulou o estabelecimento de parcerias entre madeireiras e supostas associações de assentados, em um esquema que prejudica a floresta amazônica e famílias de trabalhadores rurais sem-terra. Isso levou o Ministério Público Federal no Pará a pedir o cancelamento de 99 assentamentos criados na região em 2005 e 2006. A denúncia foi transmitida no último domingo, dia 19, pelo Fantástico, programa da Rede Globo de Televisão, e publicada nesta terça no jornal britânico The Independent.

A investigação, realizada nos últimos oito meses, mostra que o Incra acelerou a criação de dezenas de assentamentos nas áreas ricas em recursos florestais para atender aos interesses das empresas madeireiras.

O Greenpeace teve acesso a contratos e atas de reunião de associações de assentados, que revelam detalhes de como funciona essa parceria, batizada localmente de “PPP”, ou “Parceria Público-Privada”. As empresas madeireiras assumem parte das obrigações na implementação dos assentamentos – como a construção de estradas e escolas – que seriam tarefas do Incra. Em troca, ficam com o direito de explorar a madeira da área. Os acordos também ajudariam o Incra a superestimar o número total de famílias supostamente assentadas em 2006. Das 136 mil famílias assentadas no ano passado, 34 mil estão na região de Santarém.

As irregularidades vão desde a existência de assentamentos-fantasma (que existem no papel, mas não contam com nenhum morador) até a escolha das áreas para criação dos assentamentos. Em depoimentos à CPI da Biopirataria em 2006, madeireiros reconheceram que chegaram, inclusive, a determinar onde os assentamentos deveriam ser criados, escolhendo as áreas com mais disponibilidade de madeira de valor comercial.

“Enquanto setores do governo envolvidos no plano nacional de combate ao desmatamento celebram a queda pelo terceiro ano consecutivo, agentes do mesmo governo colocam em funcionamento uma máquina de assentamentos feitos em estranha parceria com madeireiros para, com o verniz da reforma agrária e de justiça social, garantir a oferta de madeira ao mercado sem sequer beneficiar os supostos assentados”, diz um trecho do relatório do Greenpeace sobre o assunto. “Em vez de garantir o uso sustentável dos recursos naturais, por meio de planos de manejo comunitário, com assistência técnica, o governo, através do Incra, prefere aceitar a relação de dependência dos assentados com as madeireiras, em troca das benfeitorias que o próprio instituto deveria estar fazendo”, disse André Muggiati, da campanha Amazônia do Greenpeace.

Historicamente, a exploração predatória de madeira abre as portas da devastação da floresta. A Amazônia brasileira perdeu mais de 700 mil quilômetros quadrados de sua cobertura florestal nas últimas quatro décadas. O desmatamento e as queimadas são a principal contribuição brasileira ao aquecimento global. Por causa do desmatamento, o Brasil é o quarto maior emissor mundial de gases que provocam o efeito estufa.

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Seiscentas pessoas ficam nuas em geleira para protestar contra aquecimento global

20 de Agosto de 2007 - Na instalação do artista Spencer Tunick e do Greenpeace centenas de voluntários nus representam a vulnerabilidade do homem e das geleiras diante das mudanças climáticas
Aumentar a ImagemSwitzerland — Instalação do artista Spencer Tunick nos Alpes Suíços mostra vulnerabilidade do homem diante das mudanças climáticas

Uma emergência provoca reações extremas: pessoas abandonam noções de etiqueta e normas de comportamento social para avisar, da forma como podem, que vidas estão em perigo. Foi o que fizeram 600 pessoas no último sábado, quando tiraram suas roupas em uma geleira nos Alpes Suíços para pedir ajuda para uma emergência de todo o planeta: lutar contra o aquecimento global. Os voluntários posaram para o Greenpeace na “instalação de nu” do renomado Spencer Tunick na geleira Aletsch.

O aquecimento global está derretendo nossas geleiras e deixando todo o planeta vulnerável a mudanças extremas de clima, inundações, elevação do nível do mar, aumento de doenças e deslocamento de populações. Se o aquecimento global continuar nos níveis atuais, a maioria das geleiras na Suíça desaparecerá completamente até 2080. Nos últimos 150 anos, geleiras alpinas tiveram uma redução de aproximadamente um terço de sua superfície e cerca de metade de seu volume. E o derretimento está mais acelerado a cada dia.

De acordo com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), o mundo tem apenas oito anos para tomar alguma atitude para frear uma catástrofe climática. Sem uma mudança de atitude, os danos podem ser irreversíveis. Nunca antes a humanidade enfrentou uma crise ambiental como essa.

As mudanças climáticas exigem decisões políticas rápidas e corajosas para radicalmente reduzir as emissões de gases de efeito estufa e estabilizar o aquecimento do planeta. Governos de todo o mundo precisam saber que as pessoas que eles representam exigem que tomem uma atitude.

Conhecido em todo o mundo por suas instalações, Spencer Tunick quer que as pessoas saibam que aquecimento global não é um assunto abstrato, mas uma ameaça real e perigosa que afeta a todos nós. “Eu quero que as pessoas sintam a vulnerabilidade de sua existência e como isso está diretamente relacionado com a fragilidade das geleiras mundiais”, disse.

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Usina nuclear de Kashiwazaki foi danificada por um terremoto no mês passado

23 de Agosto de 2007 - Um grupo de renomados cientistas japoneses divulgou comunicado recomendando o fechamento definitivo da usina nuclear de Kashiwazaki, a maior do mundo, que foi danificada por um forte terremoto no mês passado. O comunicado foi divulgado ontem pela agência de notícias Bloomberg.

O terremoto, que atingiu 6.6 na escala Richter, causou 11 mortes e um incêndio nas dependências da usina, provocando vazamento de material radioativo. O governo japonês criticou a companhia Tokyo Electric Power, responsável pela administração da usina, pela demora em divulgar informações precisas sobre os vazamentos, o que aumentou a ansiedade da população. A Tokyo Electric Power admitiu publicamente que as instalações da usina Kashiwazaki não foram projetadas para agüentar tremores de terra da intensidade dos ocorridos em julho.


O grupo de cientistas, liderado pelos professores Katsuhiko Ishibashi e Hiromitsu Ino, da Universidade de Tókio, afirmou que “é impossível de provar empiricamente que todo o estrago provocado na usina pelo terremoto já tenha sido consertado”. O grupo disse que rachaduras não visíveis e danos na estrutura molecular de componentes da usina podem aumentar as chances de um acidente, além de torná-la ainda mais vulnerável a terremotos menos intensos do que o do mês passado.
Leia a notícia na íntegra em
http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601101&sid=andHPiVjEIUA&refer=japan

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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