ONG LANÇA ESTUDO SOBRE INSTRUMENTOS ECONÔMICOS
PARA A CONSERVAÇÃO EM IMÓVEIS RURAIS

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Agosto de 2007

21/08/2007 - Com foco na realidade do Mato Grosso, estado amazônico que mais desmatou nos últimos cinco anos, estudo traz um panorama geral dos instrumentos econômicos voltados à manutenção da vegetação nativa e analisa a concorrência com incentivos destinados a atividades que estimulam a sua derrubada, como a pecuária, por exemplo. Sua primeira apresentação pública será feita hoje, terça-feira, durante seminário do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) sobre instrumentos econômicos para a gestão ambiental rural na Amazônia, realizado na Assembléia Legislativa do Mato Grosso, em Cuiabá.

O Código Florestal existe desde 1934, quando a legislação já exigia que os imóveis rurais preservem parte da vegetação nativa neles existentes como forma de garantir a vitalidade do bioma no qual estão inseridos, assegurando a sobrevivência das espécies animais e vegetais naturais de cada região. Mas todos sabem que, apesar da exigência de 20% de Reserva Legal, poucas são as propriedades no Centro-sul do país que cumprem com a obrigação e hoje a Mata Atlântica está acuada em menos de 7% de sua cobertura original.

O mesmo processo que levou, na primeira metade do século XX., à derrubada desenfreada da Mata Atlântica, está se repetindo há mais de duas décadas na Amazônia, a nova fronteira agrícola nacional. Apesar da exigência do mesmo Código Florestal de manutenção de 80% de Reserva Legal em áreas de floresta e 35% nas áreas de Cerrado, essa regra vem sendo quase que totalmente descumprida pelos proprietários e em várias regiões do Mato Grosso, Pará, Rondônia e Acre o desmatamento foi tal que praticamente não sobrou nenhum capão de mato. Por que a legislação florestal não vem funcionando?

Há muitos anos ouve-se falar da falência dos instrumentos de comando-e-controle, ou seja, das regras que estipulam aos indivíduos a observância de um determinado padrão (como não desmatar uma área ou não poluir um rio) e prevêm penalidades para aqueles que não as cumprem (como a multa). Alega-se que o monitoramento é custoso, que os órgãos de controle são desaparelhados e que, se o lucro com a atividade ilegal for maior do que os custos sociais e econômicos advindos de uma eventual penalidade, não há controle que impeça o indivíduo de agir na ilegalidade.

Uma das saídas que vem sendo apontadas para tentar mudar essa situação seria modificar a lógica econômica que leva ao desmatamento. Se a manutenção de florestas passasse a ter algum sentido econômico para os proprietários isso poderia ser um incentivo a sua conservação. Para que isso possa ocorrer, o Poder Público teria que lançar mão de instrumentos tributários, fiscais e de mercado que, aliados aos instrumentos de comando-e-controle, modificassem a relação custo-benefício do desmatamento.

São esses instrumentos de política pública, denominados genericamente de instrumentos econômicos para a conservação ambiental, que o estudo recém lançado pelo ISA analisa. Elaborado por uma equipe de especialistas no tema, ele identifica quais são os instrumentos hoje existentes e avalia sua eficácia em promover a conservação de florestas, com foco no caso do Mato Grosso, vis a vis a existência concomitante de incentivos oficiais – e em geral muito mais poderosos - para atividades contrárias à conservação, como a expansão da pecuária ou da monocultura.

Voltado a todos que querem conhecer o tema e entender um pouco melhor como esses instrumentos, como o ICMS ecológico, vêm funcionando, o estudo reúne dados sobre sua aplicação concreta e aponta caminhos para aprimorá-los. Sua primeira apresentação pública será feita hoje, durante seminário do CONAMA sobre instrumentos econômicos para a gestão ambiental rural na Amazônia (confira), realizado na Assembléia Legislativa do Mato Grosso.
ISA, Fernando Mathias. ISA, Fabio Graf. ISA, Rodrigo. ISA, Oswaldo Braga de Souza. ISA, Adeilson Lopes da Silva.

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Quilombolas do Vale do Ribeira repovoam Juçara com sementes próprias

20/08/2007 - As comunidades quilombolas de Pedro Cubas, Batatal, Sapatu, André Lopes, Ivaporunduva, Nhunguara 1 e 2, André Lopes, Porto Velho, São Pedro, Galvão e Mandira, que participam do Projeto de Conservação, Recuperação e Uso sustentável do Palmito Juçara, no Vale do Ribeira, utilizaram 6 toneladas de sementes em mutirões de repovoamento no primeiro semestre de 2007

Para os repovoamentos realizados no primeiro semestre de 2007, cada comunidade utilizou em média 500 Kg de sementes, que foram manipuladas por seus moradores. Alguns contaram com a ajuda de animais de carga (burros e mulas) para levar as sementes para dentro das florestas e fazer a semeadura a lanço.

Um balanço realizado sobre os mutirões de 2006 revelou bons resultados nas áreas repovoadas por semeadura a lanço, principalmente em comunidades nas quais a palmeira não mais existia, caso da Comunidade de Porto Velho. Durante a semeadura deste ano, foram notados nesta comunidade alguns bancos de plântulas, formados pelas sementes lançadas no ano passado.

Aqueles que anos atrás plantaram ou preservaram a espécie em seus quintais, hoje, estão colhendo, vendendo e ajudando a dispersar mais sementes nas áreas de florestas próximas. E os quintais vêm sendo visitados por diferentes espécies de aves e mamíferos, que se alimentam dos frutos de Juçara.

Um dos objetivos do projeto é que as próprias comunidades sustentem a demanda de sementes para os repovoamentos. Este ano, a maioria das sementes utilizadas foram compradas das próprias comunidades que possuem Juçara nos quintais. Trinta produtores de sete comunidades participaram da venda de sementes, que ganharam em média R$ 500,00 cada um. A colheita dos cachos da palmeira para a venda é uma atividade que pode envolver toda família, já que é feita em várias etapas: o corte, amortecimento da queda, derriça das sementes (retirada dos cachos), ensaque e armazenamento.

Experiência

O projeto comprou uma despolpadeira de Açaí para experimentação, despolpa e degustação da polpa de Juçara nas comunidades. Parecida com a do Açaí tanto visualmente quanto no sabor, pesquisas sobre seus aspectos nutricionais informam que tem mais potássio, ferro e zinco que o Açaí.

As áreas repovoadas pelo projeto serão demarcadas, mapeadas e plaqueadas para registro e planejamento de futuro manejo e conscientização das pessoas que freqüentam os locais onde a espécie está sendo recuperada. A meta do programa realizar mutirões anuais e a idéia é, no futuro, manejar os possíveis produtos da palmeira, palmito, sementes e polpa como alternativas de geração de renda sustentáveis para essas comunidades.
ISA, Renata Moreira Barroso.

 
 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental (www.isa.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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