GOVERNO FEDERAL AMPLIA TERRITÓRIO INDÍGENA NO ESPÍRITO SANTO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Agosto de 2007

29/08/2007 - Portarias assinadas pelo ministro da Justiça atendem reivindicações dos povos Tupiniquim e Guarani Mbyá e possibilitam que o longo conflito entre as comunidades indígenas e a empresa Aracruz Celulose se encaminhe para um desfecho.

O Diário Oficial da União desta terça-feira, 28 de agosto, publicou duas portarias assinadas na véspera pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, que representam uma importante conquista para os povos indígenas Tupiniquim e Guarani Mbyá. As portarias declaram de posse permanente destes povos a Terra Indígena Comboios e a Terra Indígena Tupiniquim, localizadas no município de Aracruz, no Espírito Santo. Estes territórios, que juntos somam 18.027 hectares, são objeto de uma longa disputa entre as comunidades indígenas e a empresa Aracruz Celulose.

As portarias declaratórias permitem que a Fundação Nacional do Índio (Funai) demarque fisicamente os limites dos territórios e significam um passo decisivo para a resolução do conflito, cujo desfecho passa ainda pela homologação das TIs pelo presidente da República. Em nota publicada em sua página na Internet, a empresa lamenta a decisão do governo federal e afirma que vai buscar a “segurança jurídica na demarcação” das Terras Indígenas.

A demarcação da Terra Indígena Tupiniquim é a ampliação de duas TIs homologadas em 1983, a Caieiras Velhas e a Pau Brasil. Ambas tiveram seus limites ampliados em 1998 e somavam juntas, à época, 4.576 hectares. Como a TI Tupiniquim foi declarada com 14.227 ha., a portaria representa a ampliação do território indígena em 9.651 hectares. De acordo com a Funai, a população indígena desta área em 2005 era de 2.012 indivíduos. A TI Comboios, por sua vez, homologada em 1983 com 2.5436 hectares e ampliada em 1998 para 2.983 ha., agora passa a ter 3.800 hectares, um acréscimo de 817 hectares. De acordo com a Funai, a população da área é de 455 índios.

A disputa entre as comunidades Tupiniquim e Guarani Mbyá e a Aracruz Celulose é um dos mais antigos conflitos entre comunidades indígenas e iniciativa privada no Brasil e sua origem remonta à década de 1970. A Aracruz Celulose – hoje a maior produtora de celulose do mundo – se instalou no litoral capixaba em 1967 e sua briga com as comunidades Tupiniquim e Guarani se acirrou nos últimos anos em torno da ampliação do território indígena em 11 mil hectares. O conflito registrou inúmeros episódios de animosidade no município de Aracruz, como ocupações das instalações da empresa, agressões entre índios e funcionários da empresa, negociações e contestações judiciais. De acordo com o Conselho Indígena Missionário (Cimi), uma das organizações aliadas aos índios, a empresa teria promovido inclusive a destruição de três aldeias indígenas e questionado a identidade étnica dos Tupiniquim e Guarani Mbyá para desqualificar a demanda pelas terras.

O antropólogo Carlos Augusto Freire, que coordenou o Grupo de Trabalho da Funai em 1994 para a ampliação das TIs, acredita que agora o caso enfim pode caminhar para uma solução pois "a repercussão da demarcação das TIs deve desestimular a Aracruz Celulose a acirrar ainda mais o conflito travado com as comunidades indígenas". Para Freire, contudo, “há muito ainda em jogo, e os índios ainda terão muito a negociar com a empresa, que continuará como principal vizinho, cercando as Terras Indígenas Tupiniquim e Comboios”.
ISA, Bruno Weis.

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Parque Itinguçu, na Juréia (SP), ganha infra-estrutura, mas fiscalização e proteção não estão garantidas

29/08/2007 - O secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Francisco Graziano Neto, inaugurou na última sexta-feira (24/8), a Base Integrada do Parque Estadual do Itinguçu. O parque é umas das sete Unidades de Conservação que compõe o Mosaico Juréia-Itatins. No dia seguinte, Graziano participou da abertura de seminário pela sustentabilidade do mosaico, em Peruíbe.

Cinco meses depois de ter feito a primeira visita oficial à Juréia, o secretário estadual de Meio Ambiente, Francisco Graziano Neto, voltou para inaugurar a Base Integrada do Parque Itinguçu, uma das Unidades de Conservação que compõem o Mosaico Jréia-Itatins. A Base integrada é uma estrutura de apoio a visitação pública - com espaço para exposição, museu, atividades de educação ambiental, e local onde os visitantes podem obter informações sobre o Parque. .

Criado pela lei estadual nº 12.406/2006, em dezembro de 2006, o mosaico é formado por sete Unidades de Conservação duas delas Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS), possibilitando às populações tradicionais locais a prática de atividades compatíveis com a preservação da mata e de suas culturas. As outras UCs são dois parques estaduais, uma Estação Ecológica e um Refúgio da Vida Silvestre.

Durante o evento, o secretário anunciou algumas ações imediatas entre as quais a contratação do Plano de Manejo de todas as Unidades de Conservação do Mosaico. Graziano relembrou que em sua primeira visita em março lhe foi solicitado que se empenhasse para devolver aos guarda-parque a licença para o uso de armas durante as atividades de fiscalização, e afirmou que está trabalhando para isso. No evento o secretário também foi indagado a respeito do último concurso público da Secretaria do Meio Ambiente que ainda não convocou os concursados para compor o efetivo minimamente necessário para garantir a proteção das UC´s do Mosaico. Nesse concurso, realizado em dezembro de 2006, foram abertas 370 vagas, sendo 13 destinadas a Juréia. Mas, passados 8 meses, nenhum dos aprovados foi chamado. Enquanto isso as Unidades de Conservação Estaduais continuam sofrendo graves problemas de desmatamento e roubo de espécies de sua flora e fauna.

Seminário para a sustentabilidade

No dia seguinte, 25/8, o secretário fez a abertura do Seminário “Parcerias para a Sustentabilidade do Mosaico Juréia-Itatins”, em Peruíbe, com a presença de representantes do poder publico municipal daquela cidade e de Iguape, do governo do estado, do Ministério Público Estadual, de moradores da Juréia, de Ong´s Locais e do Instituto Socioambiental. Organizado pela Fundação Florestal, o seminário teve como objetivo a formulação de um plano de gestão visando a sustentabilidade socioambiental daquelas Unidades de Conservação.

As discussões giraram em torno do uso dos recursos, manejo de espécies da Mata Atlântica nas RDS, educação ambiental, turismo, pesquisa, historia e cultura. Foi estabelecida uma agenda de compromisso entre os participantes e a SMA, para dar continuidade ao processo de elaboração do plano de gestão do Mosaico.

De acordo com Nilto Tatto, coordenador do Programa Vale do Ribeira, do ISA, o desafio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente é aproveitar o processo político que culminou com a criação do Mosaico, dar continuidade às ações iniciadas na gestão anterior e implementar ações que contemplem os objetivos de proteção das UCs e a melhoria da qualidade de vida das famílias de dentro e do entorno, transformando-as em parceiras.
ISA, Kátia Pacheco.

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IR Ecológico é aprovado em comissão

31/08/2007 - Projeto do IR Ecológico é aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania na Câmara dos Deputados

O Projeto de Lei que prevê a criação do IR Ecológico foi aprovado por unanimidade nesta quarta-feira (29 de agosto) pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados. O PL nº5.974/05 do Senado Federal dispõe sobre estímulos fiscais para projetos ambientais, prevendo que pessoas físicas poderão deduzir até 80% do valor das doações e 60% dos patrocínios dirigidos a projetos ambientais previamente aprovados pelo poder público, até o limite de 6% do imposto de renda (IR) devido. No caso de pessoas jurídicas, poderão ser deduzidos até 40% do valor das doações e 30% dos patrocínios, respeitado o limite de 4% do IR.

O Projeto contempla também incentivos para doações ao FNMA (Fundo Nacional do Meio Ambiente), e abre a possibilidade de benefício para outros fundos públicos ambientais, desde que sejam habilitados pelo governo federal. Ressalte-se que a proposta não implica aumento de renúncia fiscal, adaptando-se plenamente à legislação tributária em vigor, inclusive em relação aos limites de deduções possíveis. Preocupa-se ainda em evitar fraudes à sistemática de incentivos fiscais criada, mediante a inserção de tipo penal específico na Lei de Crimes Ambientais.

“A aprovação do Projeto trará grandes benefícios para os fundos ambientais públicos, para as organizações não-governamentais que atuam na área e, acima de tudo, para o meio ambiente e para a sociedade brasileira”, comenta Alexandre Prado, gerente de economia da Conservação Internacional e colaborador da Ação pelo IR Ecológico.

De autoria do Senado Federal, o projeto substitutivo foi redigido com o apoio da Ação pelo IR Ecológico, composto por representantes de ONGs ambientais, empresas e voluntários comprometidos com o tema ambiental. A proposta segue agora para aprovação em plenário na Câmara dos Deputados e depois no Senado Federal.

A Ação pelo IR Ecológico foi criada em 2005 para estudar mecanismos econômicos capazes de estimular o setor ambiental. É composta atualmente pelas seguintes organizações não-governamentais, empresas e especialistas: WWF-Brasil, The Nature Conservancy (TNC), Conservação Internacional (CI), Fundação SOS Mata Atlântica, Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), Instituto Socioambiental (ISA), Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, Fundação Biodiversitas, Instituto Bioatlântica, Pinheiro Neto Advogados, PATRI e Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE).

 
 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental (www.isa.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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