SOLUÇÃO PARA MELHORAR ÁREA AMBIENTAL DA ONU NÃO É CLARA, DIZ STENEIR

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2007

10 de Setembro de 2007 - Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Nesta segunda parte da entrevista à Agência Brasil, o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, comenta outro assunto que se destacou na Reunião Ministerial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável: a criação de um novo organismo internacional para tratar das questões ambientais na Organização das Nações Unidas (ONU).

Há países que pedem a substituição do Pnuma por outro organismo, e outros que sugerem seu fortalecimento. No evento da semana passada, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, apresentou a proposta brasileira, que, segundo o ministério, é intermediária. Para o diretor do programa da ONU, a necessidade de mudança é clara, mas a solução não.

Achim Steiner elogia o trabalho brasileiro para reduzir o desmatamento da Amazônia, mas alerta: nenhum país está fazendo o suficiente, pois muitas espécies e ecossistemas estão sendo perdidos. No Brasil, o Pnuma atua em pelo menos 30 projetos.

Agência Brasil: É melhor criar um novo organismo junto à ONU para a proteção ao meio ambiente ou simplesmente reforçar o Pnuma?
Achim Steiner: Praticamente todos os países concordam que a arquitetura atual nas Nações Unidas para a existência de uma governança ambiental global não é mais eficiente para lidar com os grandes problemas ambientais. Mas o que ainda não está claro é qual a melhor maneira de reformar o sistema. Não basta simplesmente fazer uma nova organização, se ela não tiver dinheiro ou autoridade política. Mas se essa organização for o resultado de mais recursos financeiros, maior autoridade em questões ambientais e maior vontade dos governos em colaborar, então poderá ser um veículo mais eficiente.

Agência Brasil: Qual é o orçamento atual do programa da ONU?
Steiner: O orçamento do Pnuma é de US$ 60 milhões por ano, para as funções básicas, e mais US$ 55 milhões para investir em pequenos projetos ao redor do mundo. Isto significa que nós temos um orçamento muito limitado para todas as tarefas globais ligadas ao meio ambiente, para ajudar 190 nações a lidar com negociações internacionais em tratados ambientais, questões de mudança climática, biodiversidade e degradação de terras. Esse orçamento significa que os governos ainda não estão encarando seriamente o papel do Pnuma.

Agência Brasil: Como o Pnuma avalia os esforços do Brasil em lidar com os problemas ambientais?
Steiner: Se você olhar pela perspectiva ecológica, nenhum país do mundo está fazendo o suficiente. Nós estamos perdendo espécies e destruindo ecossistemas que não podem ser trazidos de volta. Mas o que eu sinto no Brasil, nos últimos anos, é que há uma consciência pública maior do que o país está perdendo por não proteger o seu meio ambiente mais ativamente. No caso da Amazônia, o governo desenvolveu um plano interministerial que se traduziu na redução do desmatamento, em uma demonstração clara do que os governos podem fazer se tiverem vontade política. A habilidade brasileira em lidar com problemas ambientais é hoje maior do que no passado, institucionalmente e profissionalmente. Mas o debate público ainda deve ser impulsionado mais, pois se as pessoas nas ruas se interessarem pelo assunto, os políticos também o farão. E todos os progressos sociais vêm da pressão, do interesse e do debate públicos.

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Governo quer priorizar comunidades na gestão de florestas, diz Mangabeira Unger

9 de Setembro de 2007 - Leandro Martins - Da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - O ministro da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, Roberto Mangabeira Unger, avalia que a participação comunitária na gestão das florestas brasileiras pode influenciar no desenvolvimento do país. Segundo Mangabeira Unger, a secretaria planeja desenvolver ações que priorizem a participação das comunidades na gestão das florestas. De acordo com ele, essa é uma tendência internacional.

Até o dia 21, permanece aberta consulta na internet para o manejo de florestas públicas, cujas normas serão finalizadas pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB).

O ministro diz que a lucratividade obtida com a produção florestal supera outros modelos de utilização da terra como, por exemplo, a pecuária. As condições do solo e do clima brasileiro são tão favoráveis que é possível plantar em quase todo o território nacional, acrescenta.

Mas, para Roberto Mangabeira Unger, o atual modelo de gestão da terra no Brasil atrapalha o desenvolvimento combinado com a inclusão social. Ele afirma que o modelo de propriedade florestal brasileira ainda é antigo, e representa um atraso para o desenvolvimento do país. "Não basta regular o mercado, não basta contrabalançar as desigualdades que o mercado produz por meio de políticas sociais. É necessário reinventar e reordenar o mercado. E aí está um exemplo, no surgimento de novos modelos de gestão comunitária das florestas", comenta.

O diretor de Política Ambiental da organização não-governamental (ONG) Conservação Internacional, Paulo Gustavo Prado, concorda que a participação das comunidades na gestão de florestas pode trazer lucros ao país. Mas, para ele, precisa haver planejamento e financiamento para que a atividade alcance o sucesso.

"Se isso for bem planejado, dentro de um contexto de paisagem bem estudada, privilegiando áreas degradadas, por exemplo, pode ser uma solução tanto econômica quanto ambiental", opina. Prado acrescenta que a gestão comunitária pode acabar com problemas de desmatamento de espécies nativas.

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Polícia Federal e Ibama autuam grupo responsável por crime ambiental no Amazonas

13 de Setembro de 2007 - Amanda Mota - Repórter da Agência Brasil - Manaus - Pelo menos cinco pessoas, incluindo um vereador, foram autuadas pela prática de crime ambiental no município de Novo Airão (AM), localizado a 200 quilômetros de Manaus. Os infratores foram descobertos pela Operação Anavilhanas, deflagrada na terça-feira (12), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (Delemaph), da Superintendência da Polícia Federal no Amazonas. A operação foi solicitada pelo Ministério Público Federal do Amazonas, após as denúncias de que servidores do Ibama no município estariam sendo ameaçados e teriam sofrido atentados e agressões.

"Muitas pessoas estavam ameaçando funcionários do Ibama, chegaram a incendiar veículos e envenenar animais domésticos, tudo em represália ao trabalho que o Ibama vem desenvolvendo. É preciso entender que o trabalho do Ibama aqui na cidade é de preservação. Por isso, essa operação também vai buscar iniciativas para conscientizar a população sobre o trabalho desta instituição. Hoje pela manhã está sendo realizada uma reunião entre o poder executivo municipal, incluindo o prefeito, vice-prefeito e o secretário de meio ambiente, justamente para traçar uma política e uma estratégia para a população", conta o delegado da Polícia Federal, Caio Porto Ferreira, responsável pela operação.

Segundo a representação do órgão ambiental em Manaus, o fato merece atenção e deve ser acompanhado pela polícia por registrar, inclusive, o espancamento de um vigilante do Ibama em Novo Airão por homens não identificados. Em nota, a assessoria do instituto informou que a operação permitiu a vistoria de mais de 20 lojas, mercados, açougues, residências e depósitos. Nos locais foram encontradas tartarugas e jabutis (quelônios, pelo nome científico) colocados irregularmente à venda.

“Na casa do vereador Evilásio Lucas do Nascimento foram encontrados ovos da espécie iaça que estavam acondicionados para consumo. O vereador foi encaminhado à sede do Ibama, onde foi montada a base da operação, para prestar depoimento aos delegados federais e receber R$ 6.500 de multa por crime ambiental. O comerciante Amadeu Costa Ferreira também foi autuado e arrolado por crime ambiental por guarda de quelônio, recebendo multa de R$ 3.500", diz a nota.

Além de Nascimento e Ferreira, o madeireiro Eleny Costa Barbosa, foi preso em flagrante pelo porte ilegal de arma. Barbosa também detinha cinco motosseras e correntes, o que, segundo o Ibama, juntamente com as denúncias de que ele retirava madeira da estação ecológica de Anavilhanas e era um dos que ameaçou os servidores do Ibama, é suficiente para caracterizar o infrator, que em decorrência dos crimes, pode ficar mais de dez anos na prisão.

Segundo o delegado Caio Ferreira, a operação continua por tempo indeterminado. A ação vai possibilitar a fiscalização de todas as empresas madeireiras localizadas no município de Novo Airão, onde serão conferidos os estoques de madeira, as licenças ambientais e os Cadastros Técnicos Federais.

"Nessa primeira etapa, a operação deve se estender até esta sexta-feira (14) e depois terá continuidade em determinados pontos, que no momento ainda não podem ser revelados para a não atrapalhar o desencadar dessa investigação", revela o delegado.

A região de Novo Airão, alvo da operação Anavilhanas, inclui o município de Novo Airão, a estação ecológica de Anavilhanas, o Parque Nacional do Jaú, a Área de Proteção Ambiental da Margem Direita do Rio Negro e tem influência sobre a Reserva Extrativista do Rio Unini.

 
 
 
 
 
 

 

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