INSTRUÇÕES NORMATIVAS DO INSTITUTO CHICO MENDES PRESERVAM INTERESSES DAS POPULAÇÕES TRADICIONAIS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2007

Brasília (28/09/07) – As populações tradicionais contam com três importantes instrumentos legais de defesa de seus interesses. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade publicou suas três primeiras instruções normativas (IN 01, 02 e 03/2007) regulamentando, respectivamente, os procedimentos de elaboração dos Planos de Manejo, formação e funcionamento dos Conselhos Deliberativos e a criação das Reservas Extrativistas (Resex) e Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS).

Para o diretor de Unidades de Conservação de Uso Sustentável e Populações Tradicionais, Paulo Oliveira, estas instruções são o fruto do trabalho intenso dos técnicos da diretoria desde o início de 2006. “O trabalho tomou forma com as contribuições dos extrativistas e representantes das populações tradicionais em outro encontro que fizemos em dezembro do ano passado. E em abril se consolidou, no último encontro, feito com a equipe da diretoria em Brasília”, afirma Oliveira.

Na criação de uma Resex ou RDS o Instituto Chico Mendes leva em consideração a conservação da biodiversidade e a sustentabilidade ambiental; a transparência do processo de criação e a adequação à realidade local; bem como o reconhecimento, a valorização e o respeito à diversidade socioambiental e cultural das populações tradicionais e seus sistemas de organização e de representação social.

Estas regulamentações são essenciais para qualificar os processos e solidificar o modelo de gestão dessas unidades. E foi a particularidade destas categorias que demandou o estabelecimento de procedimentos e instrumentos de gestão pautados no fortalecimento da organização comunitária e no reconhecimento da importância dos saberes e sistemas de gestão tradicionais dos espaços e dos recursos naturais.

Para ser criada uma Resex ou RDS, a população tradicional ou sua representação deve encaminhar solicitação formal ao Instituto Chico Mendes, indicando preliminarmente a área proposta, suas principais práticas produtivas, os recursos naturais manejados e o compromisso com o uso sustentável da unidade. Após isso, o Instituto Chico Mendes efetua uma vistoria na área, uma ou mais reuniões com a população tradicional envolvida e emite parecer técnico sobre a viabilidade ou não da criação da unidade. Caso seja viável, são iniciados os estudos que vão embasar o processo de criação da unidade.

Além do instrumento que regula a criação em si, as populações podem contar também com uma norma específica para a implementação do Plano de Manejo Participativo dessas unidades. Este documento é o principal instrumento de gestão da unidade, define a estrutura física e de administração, o zoneamento, as normas de uso da área e de manejo dos recursos naturais e os programas de sustentabilidade ambiental e sócio-econômica, construído junto com a população tradicional da unidade.

O Conselho Deliberativo, também normatizado, é o espaço legalmente constituído de valorização, discussão, negociação, deliberação e gestão da unidade de conservação e sua área de influência referente a questões sociais, econômicas, culturais e ambientais. Tanto o processo de elaboração de Plano de Manejo Participativo quanto a constituição do Conselho Deliberativo dessas unidades pode ser iniciado por solicitação da população tradicional, suas representações, ou por iniciativa do Instituto Chico Mendes.

Essas unidades de conservação têm por característica permitirem que a comunidade faça uso sustentável dos recursos naturais existentes nessas áreas. As populações tradicionais têm como característica serem grupos culturalmente diferenciados, com formas próprias de organização social. Eles vivem em territórios e usam os recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica. Com base na tradição é que eles transmitem, de geração à geração, os conhecimentos, inovações e práticas produzidos ao longo da história.

Histórico - O processo que culminou na publicação dessas INs teve início em 2006, ainda na antiga Diretoria de Desenvolvimento Socioambiental do Ibama, com amplo debate do conteúdo pelos próprios servidores e extrativitas, com suas experiências na gestão dessas áreas. Era urgente a necessidade de se estabelecer critérios, diretrizes, normas e procedimentos para a criação e gestão destas unidades de conservação considerando suas especificidades.

Essa construção coletiva teve início em março do ano passado, no I Encontro Nacional de Técnicos e Técnicas do Centro Nacional de Populações Tradicionais e Desenvolvimento Sustentável (CNPT); bem como em outro encontro, que reuniu extrativistas e representantes das populações tradicionais - o I Encontro Nacional de Lideranças Comunitárias das Reservas Extrativistas e de Desenvolvimento Sustentável, ocorrido em dezembro.
Sandra Tavares

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Instituto Chico Mendes discute reassentamento de extrativistas do parque Rio Verde Grande, em MG

Belo Horizonte (25/09/07) – Ao todo é de 34 o saldo das famílias extrativistas que vivem há mais de 30 anos na área de delimitação do Parque Estadual Rio Verde Grande, em Minas Gerais, e que precisarão ser reassentadas. Para discutir essas ações, a chefe do Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentável e Populações Tradicionais (CNPT), do Instituto Chico Mendes, no estado, Célia Pereira se reúne, de hoje (25) a sábado (29), com representantes do Instituto Estadual de Floresta (IEF).

O objetivo será negociar o reassentamento dos vazanteiros (agricultores de vazantes) da comunidade tradicional de Pau Preto. “Uma melhor solução será tomada em conjunto com o IEF sobre essas famílias que utilizam os recursos do Rio São Francisco, sobrevivendo da pesca e da agricultura”, afirma Célia Pereira.

Os membros da comunidade de Pau Preto, município de Matias Cardoso, situada no norte de Minas Gerais, não são contra a consolidação da unidade de conservação estadual do Rio Verde Grande. De acordo com Célia Pereira, duas opções estão em análise, uma é o reassentamento da comunidade em fazendas que serão desapropriadas. A outra é transferí-los para uma área três vezes maior do que a ocupam atualmente. Em ambos os locais, eles poderão dar prosseguimento às suas atividades.

Parque Nacional da Serra da Canastra capacita 40 guias ambientais em Minas Gerais
Belo Horizonte (25/09/07) – Desde sexta passada (21) a Superintendência do Ibama em Minas Gerais promove curso de capacitação para 40 monitores ambientais que irão trabalhar dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra, em São Roque de Minas. O curso termina no dia 2 de dezembro. Ao final, os monitores estarão aptos a desenvolverem os trabalhos de guia na unidade de conservação, agora sob a responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

O curso é oferecido na sede do Clube Municipal de São Roque de Minas. A iniciativa é do Ibama/MG e conta com o apoio do Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET) de Bambuí e de outros colaboradores, que participaram na montagem e enriquecimento da grade curricular do curso. O Parque Nacional da Serra da Canastra abriga a nascente do Rio São Francisco e fica cerca de 350 quilômetros de Belo Horizonte.

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Parques nacionais do Cabo Orange e Tumucumaque são atrações em festival de turismo

Macapá (25/09/07) – As belezas naturais e os atrativos turísticos dos parques nacionais Montanhas do Tumucumaque e Cabo Orange foram atrações no II Festival Internacional de Turismo no Meio do Mundo, promovido pelo Governo do Amapá, de 20 a 23 de setembro, no entorno do Monumento Marco Zero do Equador, na capital Macapá.

O evento buscou promover o desenvolvimento regional do turismo e ecoturismo, por meio de encontros e rodadas de negócios, incluindo uma reunião do Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo. A diversidade cultural amapaense se refletiu na programação cultural, com manifestações indígenas, danças típicas como marabaixo e batuque, e roda de samba.

Os estandes dos parques nacionais foram visitados por acadêmicos e estudantes, que buscavam informações sobre essas unidades de conservação e seu modelo de gestão. Através de exposições fotográficas, apresentações de vídeos e materiais educativos, o público teve a oportunidade de conhecer estas áreas protegidas e obter informações sobre as suas finalidades e potencial turístico com a equipe de analistas ambientais responsáveis pela gestão dos parques.

Fotografias – Parte da exposição fotográfica sobre a expedição ao rio Jarí, realizada entre julho e agosto de 2005, em iniciativa conjunta do Ibama/AP e da Organização Não Governamental WWF Brasil, foi apresentada na área do Parna Montanhas do Tumucumaque.

Composta de painéis acompanhados de textos explicativos, a exposição revelou cenários de rara beleza natural, bem como as dificuldades enfrentadas pela expedição, captados pelas lentes do fotógrafo Ricardo Zig Koch, especializado em vida selvagem e natureza.

No estande do Cabo Orange, além de informações sobre a gestão da mais antiga unidade de conservação federal do Amapá, o público apreciou o vídeo “Oiapoque, o rio repartido (Oyapock, le fleuve partagé)”, que contou com a colaboração da equipe do Parna Cabo Orange para sua elaboração, e integra as ações da Cooperação Transfronteiriça entre o Brasil e a Guiana Francesa.

Equinócio – Os visitantes presenciaram ainda o fenômeno natural do Equinócio, que ocorreu às 6h59min do domingo (23) e marcou o início da primavera no hemisfério Sul.

Carta de Macapá - As autoridades estaduais signatárias assinaram, ao final do evento, a “Carta de Macapá”, na qual firmam o compromisso dos governos da região Norte em desenvolver ações para que a Amazônia seja eleita a maior maravilha da natureza em concurso que escolherá as Sete Maravilhas da Natureza.
Ascom – Instituto Chico Mendes

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Fiscalização do Ibama retira gado de dentro do Parque Nacional da Serra do Cipó

Belo Horizonte (27/09/07) - Somente hoje, (27), já foram recolhidas 41 cabeças de gado que estavam irregularmente no Parque Nacional da Serra do Cipó. Distante apenas 100 km de Belo Horizonte, o Parque do Cipó prepara, para este final de semana, uma operação para retirada do restante do gado existente em seus limites. Estão programados sobrevôos de helicóptero de amanhã à tarde (28), até o início da manhã de segunda-feira, dia 1º de outubro.

Segundo o chefe do Parque, Hanry Collet, existem três possibilidades de destinação para o gado apreendido: Se o dono do rebanho for reincidente, o gado será apreendido e colocado à disposição do Ministério Público, que dará a destinação final. O mesmo encaminhamento será aplicado ao gado que não tiver dono reconhecido. No caso de primeira apreensão, o dono deverá retirar o gado do parque pela portaria principal. Nos três casos a multa será de 200 reais por cabeça de gado apreendida.

Collet ressalta ainda a importância da operação. Em sua grande maioria, os incêndios no parque são provocados pelos pecuaristas do entorno. Eles colocam fogo para que o capim que rebrota, sirva de alimentação para o gado.

Em 2006, o Parque Nacional da Serra do Cipó, numa área total de 33.800 hectares, teve cerca de 920 hectares queimados. Este ano, até agora, apenas 13,6 hectares queimados. No Parque existe uma brigada de combate a incêndios florestais com 28 pessoas.
Valdo Veloso

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Parque Nacional da Serra do Cipó (MG) realiza IV Mutirão de combate à braquiária

Belo Horizonte (27/09/07) – Neste domingo (30) acontece o IV Mutirão de Combate à Braquiária, de 8h30 às 15 horas, no Parque Nacional da Serra do Cipó, em Minas Gerais. A braquiária é um capim usado para a alimentação do gado, que invade as áreas naturais e prejudica a vegetação nativa do Cerrado.

De origem africana, este capim fica mais seco nesta época do ano, o que facilita a sua remoção.O IV Mutirão conta com o apoio do Projeto Manuelzão da Universidade Federal de Minas Gerais. Os interessados em participar podem entrar em contato com Mônica ou Josiane pelos telefones: (31) 3718-7228 ou final 7237. Além da apresentação do projeto de combate à braquiária e do Parque Nacional da Serra do Cipó, a programação prevê um almoço coletivo.
Valdo Veloso

 
 

Fonte: Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (www.ibama.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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