PALAVRAS AO VENTO DE BUSH SÓ ESQUENTAM O CLIMA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Setembro de 2007

28 de Setembro de 2007 - Diretor-executivo do Greenpeace EUA, John Passacantando, é preso em frente ao prédio do Departamento de Estado americano durante protesto contra reunião dos países mais poluidores do mundo.

Washington, EUA — Discurso do presidente americano em encontro dos grandes poluidores do mundo confirma intenção de sabotar Protocolo de Kyoto e suas negociações contra aquecimento global.

O presidente George W. Bush discursou nesta sexta-feira durante o encontro promovido por ele na capital americana entre os países mais poluidores do mundo e em nada contribuiu para ajudar na redução do aquecimento global. Ele defendeu a criação de um fundo internacional para o desenvolvimento de tecnologias limpas de geração de energia e reafirmou sua posição de não aceitar um estratégia global para combater as mudanças climáticas.

A confiança de Bush que a tecnologia e o engajamento voluntário dos países poderá salvar o planeta é falsa e perigosa. Sem um compromisso concreto dos países industrializados com cortes de emissões de gases do efeito estufa, conforme negociações realizadas dentro do Protocolo de Kyoto, teremos chances muito reduzidas de enfrentar o problema adequadamente.

"A reunião de Washington não justificou nem as emissões de carbono dos vôos utilizados pelas delegações presentes. O Presidente Bush conseguiu provar mais uma vez que está na contra-mão da história e da opinião pública internacional”, diz Marcelo Furtado, diretor de Campanhas do Greenpeace Brasil. Segundo ele, Bush insiste em salvar o planeta com mágica tecnológica que permitirá manter o insustentável padrão de consumo americano e a continuidade da geração de energia suja como carvão, óleo e nuclear.

"O mundo precisa de liderança e metas ambiciosas de redução das emissões de gases de efeito estufa. A boa notícia é que cada vez mais a indústria e os estados americanos estão ignorando seu presidente e se juntando a luta contra o aquecimento global”, afirmou.

Na quinta-feira, ativistas do Greenpeace e outras três ONGs – entre eles o diretor-executivo do Greenpeace EUA, John Passacantando -, foram presos na sede do Departamento de Estado americano, em Washington, durante protesto contra a reunião promovida por Bush.

“Ele trouxe todos esses países a Washington e ofereceu nada de novo para ajudar a resolver o problema do aquecimento global. Ele parece pensar que cruzar os dedos e torcer para que a tecnologia é o suficiente para nos salve. Não é. Precisamos de cortes efetivo nas emissões dos gases de efeito estufa e precisamos já”, afirma Daniel Mittler, coordenador político do Greenpeace Internacional. “O tempo está acabando para o presidente Bush e para o planeta também. Recentes eventos como o derretimento recorde no Ártico nos diz algo importante. A ciência é clara – precisamos reduzir as emissões globais até 2015 e isso tem que acontecer dentro do Protocolo de Kyoto.”

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Protesto contra encontro promovido por Bush acaba em prisão de ativistas

27 de Setembro de 2007 - Greenpeace e outras três ONGs protestam no prédio do Departamento de Estado americano, em Washington, onde o governo Bush promoveu encontro com os 16 países mais poluidores do planeta.
Washington — Manifestação foi realizada às portas do Departamento de Estado americano onde se reuniram os Grandes Emissores, países que mais contribuem para o aquecimento global.

O diretor-executivo do Greenpeace EUA, John Passacantando, e cerca de 50 outros ativistas foram presos nesta quinta-feira durante protesto realizado em frente ao prédio do Departamento de Estado americano contra o encontro promovido pelo presidente Bush com os Grandes Emissores – países que mais contribuem para o aquecimento global. A mensagem da manifestação foi de que os Estados Unidos estão tomando o caminho errado para discutir o tema.

"Estamos aqui para registrar nosso protesto a essa charada”, afirmou Passacantando. “O presidente Bush está tentando levar o mundo para a direção errada na questão do aquecimento global, e este encontro nada mais é do que um esforço de propaganda para desviar as críticas internacionais contra a atuação americana.”

As quatro organizações ambientais que promoveram o protesto – Greenpeace, Oil Change International, Chesapeake Climate Action Network e o Conselho de Emergência Climática dos EUA - estão convocando os países que compareceram ao encontro para tomarem medidas concretas contra o aquecimento global e resistirem às intenções do presidente Bush de sabotar o Protocolo de Kyoto.

Todos os países em desenvolvimento que compareceram ao encontro – incluindo China e Índia – assinaram o Protocolo de Kyoto e trabalham ativamente pelo seu sucesso. A China também estabeleceu metas próprias de produção de energia renovável (15% até 2020), além de metas de eficiência energética. Enquanto isso, Bush ameaçou vetar o projeto de lei que tramita no Congresso americano que dá um gás nas energias renováveis nos Estados Unidos.

O Greenpeace considera as negociações sobre o Protocolo de Kyoto que acontecerão em dezembro na ilha de Bali, na Indonésia, como as únicas legítimas em relação à discussão sobre o aquecimento global. Se obtiver sucesso, o encontro poderá estabelecer um calendário de dois anos para a negociação de uma segunda fase do Protocolo, que teria início em 2013.

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Contra o aquecimento global, Brasil precisa passar do discurso à prática

25 de Setembro de 2007 - Diretor de Campanhas do Greenpeace China, Lo Sze Ping, discursa na ONU para líderes mundiais sobre a necessidade de se agir imediatamente no combate às mudanças climáticas. "Não há tempo para retóricas", disse Ping.

Nova York, Estados Unidos — Presidente Lula discursa na ONU e promete lançar em breve um Plano Nacional de Combate às Mudanças Climáticas. Falta assumir que o Brasil tem sua parcela de responsabilidade no problema e propor medidas concretas contra o desmatamento na Amazônia antes da Conferência de Bali.

No discurso que fez nesta terça-feira na ONU, em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse aos líderes mundiais que o Brasil tem feito "esforços notáveis" para diminuir os efeitos do aquecimento global, reduzindo pela metada a taxa anual do desmatamento da floresta amazônica. Afirmou ainda que o país lançará em breve seu plano nacional de combate às mudanças climáticas, intensificando o enfrentamento do problema.

Pois bem, que o governo passe então o quanto antes do discurso à prática, apresentando metas anuais concretas para zerar o desmatamento da Amazônia. As queimadas são responsáveis pela maior parte das emissões brasileiras de gases do efeito estufa, colocando o Brasil em quarto lugar no triste ranking dos países mais poluidores do clima no mundo. Como bem disse o representante do Greenpeace China, Lo Sze Ping, durante reunião segunda-feira na ONU com representantes de diversos países, não há mais tempo para retóricas. É hora de agir.

“Esperamos que o governo brasileiro agora saia do discurso e tome medidas práticas de combate ao aquecimento global, se comprometendo em promover a eficiência energética e o aumento da participação das energias limpas na matriz brasileira, e o fim do desmatamento na Amazônia, de preferência antes da Conferência das Partes da Convenção de Mudanças Climáticas da ONU, que acontecerá em Bali, em dezembro”, afirma Marcelo Furtado, diretor de Campanhas do Greenpeace Brasil

“O desmatamento caiu 50% em relação ao segundo maior recorde de desmatamento da história, que foi de 27 mil km/2 em 2004. É um número ainda inaceitavelmente elevado”, afirma Paulo Adário, da campanha de Amazônia do Greenpeace Brasil, lembrando que o governo Lula tem um projeto ambicioso de desenvolvimento, com o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que faz pressão sobre a floresta. Além disso, diz Adário, os fatores econômicos que contribuíram para a queda do desmatamento inverteram o sinal neste momento. “O desmatamento diminuiu quando os preços internacionais da soja e carne caíram. Hoje, esses preços já aumentaram. Os números mostram que no trimestre maio-junho-julho de 2007 o desmatamento aumentou em 200% e o número de queimadas também cresceu em relação ao mesmo período do ano passado. Isso tudo indica uma tendência nociva à floresta.”

Lula também defendeu em seu discurso na ONU uma nova matriz energética para o mundo, capitaneada pelos biocombustíveis, para reduzir emissões dos gases do efeito estufa e ajudar países pobres da América Latina, Ásia e África a gerarem emprego e renda. No entanto, o discurso não bate com a prática de seu governo, que recentemente sinalizou com a intenção de retomar o programa nuclear brasileiro e construir uma terceira usina nuclear no país, Angra 3.

“Enquanto Lula posa de grande promotor dos biocombustíveis perante o resto do mundo, no Brasil o programa para promover as energias alternativas, como solar, eólica e pequenas centrais hidrelétricas, não tem a escala nem o apoio necessários para garantir energia limpa para o desenvolvimento esperado pelo país nas próximas décadas. Em vez disso, o governo quer investir R$ 7 bilhões no dinossauro nuclear de Angra 3”, critica Furtado.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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