MÉTODO REDUZ PERDAS COM CARANGUEJO-UÇÁ

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2007

A pesca do caranguejo-uçá gera emprego e renda para milhares de famílias brasileiras, mas a captura do caranguejo declinou nos últimos anos devido à sobrepesca e ao descarte de 40 a 60% do total em decorrência dos métodos de captura utilizados, estocagem e transporte. A Embrapa Meio-Norte, em Parnaíba – PI, desenvolveu uma metodologia que reduz essas taxas para valores inferiores a 5%.

O pesquisador Jefferson Legat, coordenador do projeto, explica que de acordo com a metodologia desenvolvida, os caranguejos devem ser capturados manualmente e acondicionados soltos dentro de caixas plásticas com espuma, emborrachado ou tecido embebido em água no fundo, entre e sobre os animais.

Os animais podem ser estocados por até 48h antes da entrega ao consumidor e devem ser transportados dentro das próprias caixas. Após o descarregamento todo o material deve ser lavado com jato de água de alta pressão.

A tecnologia já está disponível, sendo transmitida aos catadores e comerciantes através de palestras e cursos de capacitação. Uma cartilha educativa foi elaborada para distribuição ao setor produtivo.

Como ações da Embrapa, ele cita também a realização dos I, II, III e IV Fóruns do caranguejo-uçá do Delta do Rio Parnaíba, visando reunir catadores, técnicos, pesquisadores, comerciantes, transportadores, órgãos públicos e sociedade civil para discutir soluções para os problemas ambientais e sócio-econômicos da cadeia produtiva do caranguejo, bem como políticas públicas para o setor; A Caracterização da cadeia produtiva do caranguejo-uçá no Delta do Rio Parnaíba e áreas adjacentes; Envio de sugestões para o plano de manejo da espécie no Baixo Parnaíba; O desenvolvimento de métodos para reduzir as taxas de desperdício de caranguejos capturados e realização de diagnóstico sócio-econômico dos catadores de caranguejo da região.

Captura

A redução na captura em diversos estados brasileiros nos últimos anos tem sido vista como o primeiro indício do colapso da atividade. Atualmente, observa-se o declínio desta atividade pesqueira nos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, e no norte da Bahia. Nos estados do Piauí e do Maranhão, onde a captura tem se mantido constante, foi observado que está havendo redução no peso e no tamanho médio dos espécimes capturados; aumento do esforço de pesca sem o aumento da captura; e maior dificuldade na captura.

Além do aumento do esforço pesqueiro, existem diversos gargalos que ocasionam problemas sócio-econômicos e ambientais na cadeia produtiva do caranguejo-uçá. Segundo catadores e distribuidores do Piauí, Ceará e Maranhão, os fatores relacionados a esses problemas são: a captura e o manuseio incorretos do animal; a estrutura inadequada de transporte; e a ausência de regulamentação e fiscalização para a atividade.

Com a metodologia desenvolvida em parceria com uma cooperativa de catadores de caranguejo e juntamente ao transporte convencional da cadeia produtiva, o trabalho teve ainda um impacto ambiental satisfatório, explica o pesquisador: “Uma vez que entre 40 e 60% dos animais capturados são descartados em nenhum aproveitamento, isso significa que o consumo é no mínimo 40% menor que a captura. A redução dos desperdícios permite reduzir as taxas de captura possibilitando que o crustáceo consiga manter suas taxas populacionais”.

Perdas

Ele ressalta que apenas na região Meio-Norte do Brasil estima-se uma captura anual de cerca de 20 milhões de caranguejos com descarte, em média, de 10 milhões por ano. “Os animais levam cerca de 7 (sete) anos para atingir o tamanho comercial e são vendidos por R$ 0,25 ou R$ 0,50 a unidade, inviabilizando o cultivo comercial e, que por esse motivo devemos manter a população natural”, destaca.

A tecnologia gera ainda benefícios diretos para os catadores de caranguejo, uma vez que possibilita a redução do esforço de pesca sobre os estoques naturais e permite agregar valor ao caranguejo capturado. Em relação à comercialização, com a medodologia, ocorre a reduz nos desperdícios, no impacto ambiental e permite aos pescadores elevar o preço do produto com a garantia que o mesmo chegará vivo ao consumidor. Em médio prazo espera-se a criação de uma espécie de “selo verde” para o produto, atestando a qualidade do mesmo.

 
 

Fonte: Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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