PAINEL QUE GANHOU PRÊMIO NOBEL DA PAZ TEM EXPRESSIVA PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2007

Comunidade Científica - 19/10/2007 - O Prêmio Nobel da Paz de 2007 foi dividido entre o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, sigla em inglês) e pelo ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, no dia 15 de outubro, o historiador norueguês Berge Furre, um dos cinco responsáveis por decidir quem merece o prêmio, afirmou que “o comitê norueguês deixou claro: está olhando para a frente, não para trás. Diante de um reequilíbrio de forças no Planeta pós-Guerra Fria, o grupo tem contemplado cada vez mais aqueles que ajudam a evitar guerras”, disse o Jornal.

Segundo a Folha, “para o historiador norueguês Berge Furre, a questão ambiental hoje está ligada à paz. Afinal, o aquecimento global - cuja causa, provou o IPCC com chance de 90% de acerto, é o homem - acaba com recursos naturais, afeta a economia e detona migrações por terra”.

Este prêmio, de certa forma, também é do Brasil e foi comemorado pela comunidade científica brasileira, já que entre os cerca de 600 autores que assinam os relatórios do IPCC, 61 são brasileiros, entre os quais estão diversos pesquisadores.

Entre os brasileiros, quatro são do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT): o Coordenador Geral de Mudança Global do Clima, José Domingos Miguez, e os assessores técnicos da Coordenação - Branca Americano, Mauro Santos, e Newton Parcionik, sendo este também diretor do inventário nacional.

Há, ainda, os pesquisadores ligados aos Institutos vinculados ao Ministério, como Carlos Nobre, Diógenes Sala Alves, José Marengo e Volker Kirchoff, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); e Niro Higuchi e Philip M. Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

O Programa Antártico Brasileiro (Proantar) também tem um representante, o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Jefferson Cardia Simões.
Rachel Mortari - Assessoria de Imprensa do MCT

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Expedição à Amazônia testa novas tecnologias para monitoramento florestal

Biodiversidade - 19/10/2007 - Entre os dias 16 e 23 de outubro, uma equipe formada por cientistas do Centro de Pesquisas Renato Archer (CenPRA/MCT) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) fará uma expedição ao Morro dos Seis Lagos, 70km ao norte da cidade de São Gabriel da Cachoeira (AM), a cerca de 800km de Manaus. A expedição contribuirá com dados para o projeto Cognitus, organizado pela Petrobras, que visa desenvolver e implementar ferramentas cognitivas para proteger a floresta de possíveis derramamentos de óleo. O maior objetivo da viagem é analisar a atividade de peixes elétricos nos lagos, usando robôs e sensores desenvolvidos pelo projeto.

A empresa brasileira extrai gás natural e petróleo da região amazônica e usa seus rios para transportar os derivados de petróleo. Procurar entender melhor a biodinâmica da floresta, ou seja, o comportamento da bacia hidrográfica na época das cheias e de seca, e evitar possíveis derramamentos de hidrocarbonetos, são os objetivos maiores do projeto Cognitus, Ferramentas Cognitivas para a Amazônia, iniciado cerca de três anos atrás.

Para atingir o objetivo de compreender melhor a biodinâmica da floresta, o projeto utiliza uma equipe multidisciplinar: existem pesquisadores na área de mecatrônica, que constroem robôs capazes de navegar pelos rios da região e locomover-se nas suas planícies; um segundo grupo, de nanobiotecnologia, responsável pela construção de sensores para captar as características da floresta, como temperatura, pH, umidade, presença de hidrocarbonetos, atividade elétrica etc. E, finalmente, há uma equipe composta por filósofos e estudiosos de semiótica que atuam na interpretação destes dados obtidos.

Segundo Roberto Tavares, pesquisador do CenPRA que coordena a equipe de robótica, os maiores avanços foram a obtenção de uma tecnologia totalmente nacional que atende às demandas específicas da região amazônica. “Construímos robôs e sensores que são capazes de locomover-se por áreas inundadas, planícies, ir ao fundo dos rios, medir a erosão das áreas desflorestadas e a subida das águas, sempre coletando dados para compreender melhor a floresta.” Tavares ressalta ainda a importância do envolvimento de pesquisadores de diversas áreas, pois isto permite que a complexidade do ecossistema seja estudada através dos “prismas de diferentes áreas do conhecimento”.

Um dos principais objetos de estudos do projeto e da expedição é o peixe-elétrico, conhecido em línguas indígenas como poraquê. Existem aproximadamente 150 espécies de peixes na bacia amazônica que utilizam sinais elétricos para analisar as características do ambiente. Estas correntes elétricas permitem que os animais se localizem, busquem alimentos, percebam a temperatura, disputem fêmeas na época do acasalamento, defendam-se de predadores e analisem as características das águas em geral.

A equipe de pesquisadores desenvolveu robôs que captam estes sinais para a análise. Em testes de laboratório, já foram identificados dois fatores que alteram os sinais elétricos dos peixes: a temperatura e o pH da água. “Nossa meta ambiciosa e de longo prazo é ter robôs que naveguem de forma autônoma e que captem e interpretem os sinais dos peixes”, afirma Tavares. Isto ainda não é possível, mas no futuro o pesquisador vislumbra que estes robôs poderão perceber as alterações na floresta e, no caso de um derramamento de óleo, enviem sinais por satélite para avisar do acidente ou mesmo até, automaticamente coloquem barreiras de contenção na área.

A expedição é importante para o projeto, pois servirá para acrescentar novos dados à base do Cognitus. O Morro dos Seis Lagos é uma formação rochosa bastante peculiar na planície amazônica, possui 16km2 e quase 300 metros de altura. Os lagos são isolados hidricamente do resto da bacia amazônica e cada um tem uma cor, devido a diferentes componentes químicos. Além disto, o Morro é rico em nióbio, um metal raro e caro, utilizado pela indústria aeronáutica, mas que não pode ser extraído, já que o local encontra-se em uma reserva indígena.

A expedição contará com robôs que medirão a atividade bioelétrica dos lagos. Será a primeira vez que tais estudos serão feitos. Devido ao isolamento destas águas, Tavares acredita que será possível analisar os sinais elétricos dos peixes em um ambiente diferente, dando ao grupo uma nova base de dados que servirá para uma melhor compreensão da “linguagem” dos poraquês.

O exército auxiliará os pesquisadores no transporte por rio até o Morro e na instalação do acampamento. Para chegar até o local, é necessária uma viagem de um dia e meio através dos igarapés até a chegada à base. Para alcançar o alto do morro o grupo ainda precisa de uma trilha de aproximadamente seis horas. “Diante das dificuldades, o apoio do exército é essencial, para que nós pesquisadores possamos focar somente nos experimentos”, conclui Tavares.
Luciano Valente - Divisão de Comunicação do CenPRA

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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