DESMATAMENTO AUMENTA 8% NA AMAZÔNIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2007

Meio Ambiente - 22/10/2007 - Dados do Projeto Deter - Detecção do Desmatamento em Tempo Real - do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), indicam uma tendência clara de aceleração do desmatamento na Amazônia. Gerente do Programa de Monitoramento por Satélites do Inpe, Dalton Valeriano, faz o alerta: “os resultados mostram um aumento de 8% entre 2006 e 2007”.

Foi avaliada a situação em todos os estados da Amazônia Legal entre junho e setembro deste ano e no mesmo período de 2006. A comparação do total para toda a região indica que o desmatamento foi menor este ano do que em 2006 apenas no mês de junho. De julho a setembro a área desmatada aumentou em 3%, 53% e 107% na comparação ano a ano, respectivamente. “Aumentos substanciais, da ordem de acima de 600%, foram observados em Rondônia. Pará e Mato Grosso também apresentam aumentos significativos em todos os meses, exceto julho. E na comparação geral os resultados mostram um aumento de 8% entre 2006 e 2007”, revela Dalton Valeriano.

Segundo o pesquisador, os meses anteriores têm valores muito instáveis em função da área livre de nuvens na época e do tempo em que não foi possível observar a superfície em meses anteriores. Já a comparação mês a mês de anos subseqüentes é válida para os estados do Acre, Rondônia e Mato Grosso porque é possível observar praticamente toda a área a cada mês.

No Pará os resultados são comparáveis para a região ao sul de uma linha que se estende de Marabá a Itaituba. “Ao norte desta linha o Deter é muito limitado por cobertura de nuvens, mas de qualquer modo os valores são comparáveis. O mesmo ocorre no Amazonas, onde se deve considerar as medidas como representativas da região sul do Estado, de Apuí a Eirunepê. As comparações não são válidas para os demais Estados porque a cobertura de nuvens ocorre de modo intenso por todo Estado e sem constância na área observada”, explica o gerente do Programa Amazônia.

A tabela abaixo mostra as áreas de desmatamento medidas pelo Deter, estratificadas por Estado para os meses de junho a setembro. O Deter é um projeto do Inpe/MCT com o apoio do MMA e do Ibama e faz parte do Plano de Combate ao Desmatamento da Amazônia do Governo Federal.
Assessoria de Imprensa do INPE

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Desmatamento cresce 600% na fronteira do Brasil-Bolívia

Desflorestamento - 23/10/2007 - O desmatamento em algumas regiões de Rondônia supera até os índices tradicionalmente recordistas de Mato Grosso. Dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), coletados pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), mostram que na região da fronteira de Rondônia com a Bolívia, que vai dos municípios de Guajará-Mirim a Costa Marques, a derrubada de floresta cresceu 600% entre setembro de 2006 e o mesmo período deste ano.

Pelas imagens do satélite do Inpe, que fornece as informações para o sistema Deter, o "arco do desmatamento" em Rondônia concentra-se em uma região que começa na capital, Porto Velho, passa por Jaciparaná, Nova Mamoré e Guajará-Mirim, e desemboca em Costa Marques.

Segundo Nanci Maria Rodrigues da Silva, diretora de Fiscalização do Ibama em Rondônia, o estado tem seis "áreas críticas" em relação ao desmatamento: Nova Mamoré (a 50 quilômetros de Guajará-Mirim), União Bandeirantes, a área da reserva extrativista de Jaciparaná, os projetos de assentamento em Pau D’Arco e Taquara, e a região de Nova Dimensão, próxima a Jacilândia, onde a grilagem de terras é considerada preocupante.

Causas
Os funcionários do Ibama e dos órgãos estaduais de administração do meio ambiente detectam, preliminarmente, dois problemas que podem ter contribuído para a explosão do desmatamento nas regiões beirando os Rios Mamoré e Madeira.

Eles falam no incremento de atividade econômica provocado pela expectativa da construção das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, prevista para ocorrer entre 2008 e 2012, e na transferência da União para a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), em agosto de 2006, da responsabilidade pela concessão de autorizações para manejo na floresta. Isso inclui a concessão para as empresas comprarem e venderem madeira.

"Em certas áreas, houve aumento de devastação de mais de 600%. Não estou falando nem de 6% nem de 60%. Estou falando de 600% concentrados principalmente na região da fronteira, onde há uma quantidade considerável de terras públicas com grande cobertura vegetal", disse Nanci ao Estado.

"Antes era só o Ibama que dava a concessão (para o manejo da floresta). O estado não tem interesse em combater o desmatamento", acrescentou a diretora de Fiscalização. Essa concessão estadual nasceu a partir da legislação de gestão de florestas públicas, aprovada pelo Congresso e que entrou em vigor em agosto de 2006.

Pelas informações do Deter, entre junho e setembro deste ano a derrubada de floresta aumentou 107% em Mato Grosso, 53% em Rondônia, e 3% no Acre.

Mas, enquanto em Mato Grosso, entre setembro de 2006 e o mesmo mês deste ano, a área desmatada cresceu de 211 para 389 Km² (84% mais), em Rondônia, passou de 42 Km² em setembro de 2006 para 295 Km² no mês passado (mais 602%).

As fotos do satélite do Inpe mostram que, nos nove estados amazônicos (AC, AM, AP, MA, MT, PA, RO, RR e TO), o "arco do desmatamento" forma um "caminho de clareiras" que começa no sul do Pará, passa pelo norte de Tocantins e de Mato Grosso e sobe pela região da fronteira de Rondônia com a Bolívia. O grande problema, diz Nanci Rodrigues, é a grilagem de terras.
(Com informações de Tânia Monteiro, do Estado de S. Paulo)
Assessoria de Imprensa do MCT

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Expedição testa tecnologias para monitoramento florestal

Biodiversidade - 23/10/2007 - Até hoje (23), uma equipe formada por cientistas do Centro de Pesquisas Renato Archer (CenPRA/MCT) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) realiza uma expedição ao Morro dos Seis Lagos, 70km ao norte de São Gabriel da Cachoeira (AM), a cerca de 800 km de Manaus.

A expedição contribuirá com dados para o projeto Cognitus, organizado pela Petrobras, que visa a desenvolver e implementar ferramentas cognitivas para proteger a floresta de possíveis derramamentos de óleo. O maior objetivo da viagem é analisar a atividade de peixes elétricos nos lagos, usando robôs e sensores desenvolvidos pelo projeto.

A Petrobras extrai gás natural e petróleo da região amazônica e usa seus rios para o transporte. Procurar entender melhor a biodinâmica da floresta, ou seja, o comportamento da bacia hidrográfica na época das cheias e de seca, e evitar possíveis derramamentos de hidrocarbonetos, são os objetivos maiores do projeto Cognitus, Ferramentas Cognitivas para a Amazônia, iniciado cerca de três anos atrás.

Para atingir o objetivo de compreender melhor a biodinâmica da floresta, o projeto montou uma equipe multidisciplinar: existem pesquisadores na área de mecatrônica, que constroem robôs capazes de navegar pelos rios da região e locomover-se nas suas planícies; um segundo grupo, de nanobiotecnologia, responsável pela construção de sensores para captar as características da floresta, como temperatura, pH, umidade, presença de hidrocarbonetos, atividade elétrica etc. E, finalmente, há uma equipe composta por filósofos e estudiosos de semiótica que atuam na interpretação destes dados obtidos.

Segundo Roberto Tavares, pesquisador do CenPRA que coordena a equipe de robótica, os maiores avanços foram a obtenção de uma tecnologia totalmente nacional que atende às demandas específicas da região amazônica. “Construímos robôs e sensores que são capazes de locomover-se por áreas inundadas, planícies, ir ao fundo dos rios, medir a erosão das áreas desflorestadas e a subida das águas, sempre coletando dados para compreender melhor a floresta. ” Tavares ressalta ainda a importância do envolvimento de pesquisadores de diversas áreas, pois isto permite que a complexidade do ecossistema seja estudada por meio dos “prismas de diferentes áreas do conhecimento”.

Um dos principais objetos de estudos do projeto e da expedição é o peixe-elétrico, conhecido em línguas indígenas como poraquê. Existem cerca de 150 espécies de peixes na bacia amazônica que utilizam sinais elétricos para analisar as características do ambiente. Estas correntes elétricas permitem que os animais se localizem, busquem alimentos, percebam a temperatura, disputem fêmeas na época do acasalamento, defendam-se de predadores e analisem as características das águas em geral.

A equipe de pesquisadores desenvolveu robôs que captam estes sinais para a análise. Em testes de laboratório, já foram identificados dois fatores que alteram os sinais elétricos dos peixes: a temperatura e o pH da água. “Nossa meta ambiciosa e de longo prazo é ter robôs que naveguem de forma autônoma e que captem e interpretem os sinais dos peixes”, afirma Tavares. Isto ainda não é possível, mas no futuro o pesquisador vislumbra que estes robôs poderão perceber as alterações na floresta e, no caso de um derramamento de óleo, enviem sinais por satélite para avisar do acidente ou mesmo até, automaticamente coloquem barreiras de contenção na área.

A expedição é importante para o projeto, pois servirá para acrescentar novos dados à base do Cognitus. O Morro dos Seis Lagos é uma formação rochosa bastante peculiar na planície amazônica, tem 16km² e quase 300 metros de altura. Os lagos são isolados hidricamente do resto da bacia amazônica e cada um tem uma cor, devido a diferentes componentes químicos. Além disto, o Morro é rico em nióbio, um metal raro e caro, utilizado pela indústria aeronáutica, mas que não pode ser extraído, já que o local encontra-se em uma reserva indígena.

A expedição conta com robôs que medirão a atividade bioelétrica dos lagos. Será a primeira vez que tais estudos serão feitos. Devido ao isolamento destas águas, Tavares acredita que será possível analisar os sinais elétricos dos peixes em um ambiente diferente, dando ao grupo uma nova base de dados que servirá para uma melhor compreensão da “linguagem” dos poraquês.

O exército auxiliará os pesquisadores no transporte por rio até o Morro e na instalação do acampamento. Para chegar até o local, é necessária uma viagem de um dia e meio por meio dos igarapés até a chegada à base. Para alcançar o alto do morro o grupo ainda precisa de uma trilha de cerca de seis horas. “Diante das dificuldades, o apoio do exército é essencial, para que nós pesquisadores possamos focar só nos experimentos”, conclui Tavares.
Luciano Valente - Divisão de Comunicação do CenPRA

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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