MINISTRA PEDE MAIOR PARTICIPAÇÃO DOS PAÍSES RICOS NAS NEGOCIAÇÕES SOBRE CLIMA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2007

27/11/2007 - Gisele Teixeira - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse esperar que a publicação do Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008 aumente o senso de urgência e a participação dos países desenvolvidos nas negociações sobre clima que ocorrerão em dezembro, em Bali, na Indonésia. O documento, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), tem como tema este ano "Combater as Mudanças do Clima: Solidariedade Humana em um mundo dividido" e foi lançado nesta terça-feira (27), no Palácio do Planalto, em Brasília.
O texto destaca que as mudanças climáticas poderão causar um retrocesso sem precedentes na redução da pobreza e nos avanços alcançados em setores como saúde e educação, além de aumentar as desigualdades sociais no mundo. O relatório é divulgado em um momento-chave das negociações em torno de um acordo multilateral que vai substituir o Protocolo de Quioto após 2012.

"Estamos a poucos dias da 13ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Trata-se de um momento crucial e é preciso um entendimento político de que, sem a liderança das nações desenvolvidas, pouco poderemos avançar nas negociações", disse a ministra. Segundo Marina Silva, os países ricos são os maiores responsáveis pelo problema e, ao mesmo tempo, os que detêm recursos financeiros e capacidade tecnológica para começar imediatamente as ações necessárias para redução das emissões de gases causadores do efeito estufa.

Esta também foi a tese defendida pelo administrador do Pnud, Kemal Dervis. Segundo ele, "é justo que os países ricos tenham uma responsabilidade maior e liderem os esforços", visto que são responsáveis por 70% dos gases causadores do efeito estufa lançados na atmosfera, enquanto os países pobres respondem por 2% e as nações em desenvolvimento, por 28%.

O documento do Pnud analisa os efeitos mundiais da mudança climática sob a perspectiva do desenvolvimento de 177 países. E constata que, além da escassez de água, perdas na produção agrícola e inundações, o problema ambiental pode causar um "apartheid" ecológico, que dividirá o mundo entre as nações que possuem e as que não possuem sistemas "à prova de clima".

A remoção da taxação imposta pelos países desenvolvidos ao etanol brasileiro seria, segundo o Relatório, uma medida capaz de amenizar de forma significativa os efeitos das mudanças climáticas no mundo. O estudo sustenta que o álcool brasileiro, produzido a partir da cana-de-açúcar, emite até 70% menos gases do efeito estufa do que os combustíveis fósseis, enquanto o etanol com base em milho, dos Estados Unidos, reduziria as emissões em apenas 13% e com custo unitário maior.

De acordo com o texto, as barreiras comerciais e os subsídios estão, ao mesmo tempo, elevando o custo de mitigar as emissões de carbono e de diminuir a dependência do petróleo. A queda da sobretaxa ao etanol e uma taxação para o petróleo foram medidas defendidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia.

Para o presidente Lula, o debate sobre as mudanças climáticas não é apenas econômico ou ambiental, mas também político. "Cadê o equilíbrio comercial? Cadê a vontade de despoluir o Planeta? Cadê a vontade de diminuir a emissão de gases de efeito estufa?", questionou o presidente.

Desmatamento - O relatório também defende a criação de incentivos para evitar o desmatamento. Segundo o texto, a perda de florestas tropicais representa a erosão de um recurso que desempenha papel vital na vida dos mais pobres, na provisão de serviços de ecossistema e na manutenção da biodiversidade. "De um modo geral, os recursos provenientes do carbono poderiam ser utilizados para apoiar a recuperação de pastagens degradadas, gerando benefícios para a mitigação e adaptação da mudança do clima", diz o documento.

Para a ministra Marina Silva, a redução do desmatamento não é mais fácil e barata para o Brasil do que a diminuição das emissões decorrentes do uso de combustíveis fósseis para os países desenvolvidos. Mesmo assim, diz que o Brasil tem feito a sua parte e que a redução de 50% na taxa de desmatamento, nos últimos dois anos, é o que o país tem de mais significativo para ilustrar seu esforço e suas responsabilidades com a questão do clima.

Boas notícias - O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil aumentou em relação ao ano passado e permitiu que o País entrasse pela primeira vez no grupo dos países de Alto Desenvolvimento Humano. Em termos absolutos, o país ultrapassou a barreira de 0,800 (linha de corte) no índice - que varia de 0 a 1 -, considerada o marco de alto desenvolvimento humano. Em termos relativos, o Brasil caiu uma posição no ranking de 177 países e territórios: de 69º, em 2006, para 70º este ano.

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São Paulo debate mudanças climáticas

30/11/2007 - O secretário de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Hamilton Pereira, participa neste sábado (1), às 8h30, em São Paulo, da abertura da II Conferência Municipal de Meio Ambiente. Para a abertura está prevista também a presença do prefeito Gilberto Kassab. O tema do encontro segue o mesmo proposto pelo Ministério do Meio Ambiente no processo da III Conferência Nacional do Meio Ambiente: mudanças climáticas. O evento será na Fecormércio (R. Dr. Plínio Barreto, 285- Bela Vista), a partir das 8h30.

O debate municipal resultará em documento a ser apresentado na conferência estadual, prevista para os dias 14,15 e 16 de março de 2008. De acordo com Hamilton Pereira, o tema é desafiador para todos os atores. "É grande a responsabilidade do governo federal ao levar esse tema complexo e urgente para a base. Mas é somente entendendo as mudanças do clima que todos poderão contribuir de forma efetiva para a política ambiental desta área. A CNMA é um processo de participação, mobilização e educação ambiental", enfatiza.

Ele destaca que o MMA, ao promover a III CNMA, espera contribuir para esta discussão. Além disso, quer disseminar o conhecimento técnico-científico e político relativo ao tema e identificar soluções. A Conferência Municipal é uma realização da Prefeitura de São Paulo e contará com diversos painéis, como " Mudanças Climáticas e o Papel das Cidades", ministrado por Laura Valente de Macedo - diretora regional do Iclei Brasil - Governos Locais pela Sustentabilidade, e "Sustentabilidade Urbana: os desafios face às Mudanças Climáticas", com Pedro Roberto Jacobi, professor da Universidade de São Paulo.
Fonte: CNMA/MMA

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Conama realiza última reunião plenária de 2007

26/11/2007 - O Conselho Nacional do Meio Ambiente promove nesta terça-feira (27) sua 88ª reunião plenária, a partir das 9h no auditório do Ibama, em Brasília. No encontro, com duração de dois dias, terão destaques, entre outros temas, a proposta de resolução referente às condições de lançamento de resíduos de esgoto sanitário e industriais no meio ambiente e a recomendação para o projeto de Zoneamento Ecológico-Econômico do estado do Acre. Esta será a última reunião plenária de 2007.

O texto sobre efluentes, produtos líquidos ou gasosos produzidos por indústrias ou resultante dos esgotos domésticos urbanos que são lançados no meio ambiente, altera o inciso II do § 4º e a Tabela X do § 5º, ambos do art. 34 da Resolução nº 357, de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento e estabelece as condições e padrões de lançamento dos efluentes.

A Tabela X lista os valores máximos de concentração de 21 substâncias inorgânicas e de outras quatro substâncias orgânicas. O objetivo da norma é reduzir a poluição no meio ambiente.

O projeto ZEE do Acre é o segundo a ser submetido ao Conama por meio de recomendação. O primeiro foi o do estado de Rondônia. Ainda estão previstas na pauta análise de propostas de resolução sobre gestão compartilhada de Unidades de Conservação (UCs) com Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) e sobre diretrizes gerais para definição e implementação de indicadores de aplicação e cumprimento de normas ambientais.

No encontro, serão anunciados os vencedores da sexta edição do Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente. Concorreram ao prêmio mais de 60 trabalhos inscritos nas categorias liderança individual, associação comunitária, organização não-governamental, negócios sustentáveis, ciência e tecnologia e arte cultura. Praticamente todos os estados da Amazônia Legal concorreram ao prêmio além de estados de outras regiões do País, como Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Piauí, dentre outros. O Acre participou com 11 trabalhos, sendo, portanto, o que enviou o maior número de inscrições. O primeiro colocado de cada uma das categorias receberá diploma honorífico e 20 mil reais. Os prêmios aos vencedores serão entregues no dia 5 de dezembro.

 
 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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