MINISTRO GARANTE TRANSPOSIÇÃO E DIZ QUE BISPO “ATENTA” CONTRA PRINCÍPIOS DA IGREJA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2007

27 de Novembro de 2007 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, responsável pela condução das obras de transposição do Rio São Francisco, avaliou hoje (27), em nota divulgada por sua assessoria, que segmentos da própria Igreja Católica devem reprovar a greve de fome reiniciada pelo bispo de Barra (BA), Dom Frei Luiz Flávio Cappio, em protesto contra o projeto do governo.

“Só Deus põe e dispõe sobre a vida. Portanto, ao escolher o caminho de atentar contra a própria existência, na realidade, o bispo atenta contra os princípios da Igreja, da qual ele é pastor. Vou orar para que Deus lhe dê bom senso”, disse Geddel.

Segundo a assessoria, o ministro também pediu ao governador da Bahia, Jaques Wagner, que coloque médicos à disposição do bispo.

Geddel alega ter procurado o religioso, depois de assumir o Ministério da Integração Nacional, em 16 de março deste ano. Segundo o ministro, as tentativas não obtiveram sucesso.

O ministro garantiu que vai levar adiante as obras de transposição do Rio São Francisco. “Não sou homem que se submeta à chantagem de qualquer ordem”, afirmou

O Projeto de Integração do rio São Francisco às bacias do Nordeste Setentrional pode atingir cerca de 12 milhões de habitantes da região mais árida do Brasil. As obras dos primeiros trechos começaram em junho deste ano e estão sendo executadas pelo batalhão de engenharia do Exército Brasileiro.

O Ministério da Integração garante que o projeto, quando concluído, vai retirar apenas 1,4% da vazão do rio que vai para o mar, preservando em 100% a foz.

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Comitê elogia bispo e diz que governo não dialoga sobre transposição do São Francisco

27 de Novembro de 2007 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A greve de fome retomada hoje (27) pelo bispo da Diocese de Barra (BA), Dom Frei Luiz Flávio Cappio, em protesto contra a transposição do Rio São Francisco, é um gesto “heróico” de quem conhece o semi-árido e a situação precária do rio.

Esta é avaliação do coordenador regional do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Luís Carlos Fontes. “Ele [o bispo] sabe que a transposição não vai resolver a questão dos pobres e fere de morte o futuro do rio.”

Para Fontes, a manifestação radical é provocada pela insensibilidade do governo federal em não rediscutir o projeto e pela inércia da Justiça em relação a supostos impedimentos legais. O coordenador alega que o governo desqualifica e não estabelece real diálogo com os integrantes do Comitê.

“Não adianta usar o Exército para intimidar o povo e impor a qualquer custo a transposição. Tem de sentar à mesa e dar voz às partes legítimas”, afirmou.

O Comitê sustenta que o real objetivo do atual projeto de transposição é privilegiar grandes empresários de irrigação e a criação, no Rio Grande do Norte e no Ceará, de camarões para exportação. Fontes defende que sejam priorizadas soluções de atendimento às vítimas mais pobres da seca.

“Deveria começar pela distribuição da água estocada no Ceará, no Rio Grande do Norte e na Paraíba, onde existem grandes açudes que não secam. Para quê levar água pra lá? Não faz sentido”, criticou Fontes.

Ele argumentou ainda que a revitalização do rio São Francisco é urgente e não pode ser usada como moeda de troca para o projeto de transposição.

O coordenador do comitê diz que o início da obras provocou o acirramento de críticas e conflitos. Ele teme a extensão do novo protesto do religioso.

“Dom Flávio é determinado, consciente dos seus atos e está disposto a dar a vida pelo rio. Se acontecer um desfecho trágico, a responsabilidade é dos que optaram pela truculência e a imposição, em vez do diálogo”, alertou.

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CNBB pede mais diálogo sobre transposição do São Francisco e não condena greve de bispo

28 de Novembro de 2007 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Em nota oficial assinada por seu presidente, Dom Geraldo Rocha, arcebispo de Mariana (MG), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) não condenou a atitude do bispo da Diocese de Barra (BA), Dom Frei Luiz Flávio Cappio, que retomou ontem (27) pela manhã a greve de fome como protesto contra a transposição do Rio São Francisco.

A CNBB afirma que o acesso a água de boa qualidade é um direito humano e sugere a “continuidade a um amplo diálogo visando a soluções adequadas e considerando alternativas apresentadas pelas forças sociais envolvidas no processo”.

A entidade reconhece ainda não haver unanimidade sobre o tema na Igreja, mas argumenta que o rio deve ser também revitalizado, mantendo o respeito ao direito à terra dos indígenas, quilombolas e ribeirinhos da região. A nota da CNBB pede ainda que a vida e a Justiça prevaleçam sobre quaisquer razões.

O Ministério da Integração Nacional informou que a obra não será paralisada. Segundo o ministro Geddel Vieira Lima, ao fazer greve de fome, o bispo de Barra atenta contra o princípio da Igreja de preservação da vida.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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