MUDANÇA DO CLIMA É QUESTÃO ESTRATÉGICA PARA O BRASIL, AFIRMA EMBAIXADOR

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2007

28 de Novembro de 2007 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A discussão sobre as mudanças climáticas é um dos principais temas da política externa brasileira porque o assunto "é uma questão estratégica para o Brasil", afirmou hoje (28) o subsecretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Everton Vieira Vargas, ao anunciar as diretrizes da participação brasileira na Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP-13), na próxima semana, na Indonésia

O embaixador citou conclusões do quarto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) que, entre as possíveis conseqüências do aquecimento do planeta, prevê a savanização da Amazônia e a transformação do semi-árido em árido (deserto). “O Brasil pode ser uma das maiores vítimas do aquecimento global. Para nós, a questão das mudanças do clima é um assunto estratégico”, afirmou.

Vargas reiterou a posição contrária do Brasil à adoção de metas de redução de emissão para países em desenvolvimento, em resposta ao relatório divulgado na terça-feira (26) pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que sugere a diminuição, até 2050, de cerca de 20% das emissões das nações em desenvolvimento e cortes de 80% no caso dos países ricos. Atualmente, apenas países desenvolvidos têm metas obrigatórias de redução, definidas no âmbito do Protocolo de Quioto.

“O Brasil é contra metas. Defendemos a adoção de objetivos mensuráveis, quantificáveis e verificáveis dentro do âmbito da Conferência (das Nações Unidas) para os países em desenvolvimento. Esperamos que em Bali se desenvolvam processos nesse sentido”, apontou.

Segundo o embaixador, o Brasil defende a ampliação das metas de redução para os países desenvolvidos, além de maior comprometimento desses países com a transferência de tecnologia e recursos para frear o aquecimento global também nas nações em desenvolvimento. “Não podemos ter o mesmo tipo de compromisso que as nações industrializadas”, acrescentou.

A delegação brasileira na COP-13 será chefiada pelos ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim; da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende; e do Meio Ambiente, Marina Silva. A reunião da ONU começará na próxima segunda-feira (3) e irá até 14 de dezembro, na Ilha de Bali.

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Brasil está fazendo sua parte no combate às emissões de gases do efeito estufa, diz técnico

28 de Novembro de 2007 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Comparado aos países desenvolvidos, o Brasil está cumprindo sua parte no combate às emissões de gases do efeito estufa, considerados responsáveis pelas mudanças climáticas.

A avaliação é do diretor do Departamento de Mudanças Climáticas da Secretaria de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ruy de Góes, que defende uma análise comparativa para avaliar o papel das nações quando o assunto é aquecimento global.

“Se a gente compara com o perfil de emissões de outros países, o Brasil tem uma matriz muito renovável, tem os biocombustíveis. Isso afere uma emissão per capita dos países brasileiros muito reduzida quando comparada àquela dos países desenvolvidos”.

Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgado ontem (27), mostra que os países ricos são responsáveis por 70% das emissões de gases estufa, as nações pobres respondem por 2% e os países em desenvolvimento – caso do Brasil – por 28%.

O diretor do MMA acredita que a próxima Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP-13), marcada para o início de dezembro, em Bali, na Indonésia, vai ser um espaço para retomar as negociações sobre o futuro das emissões mundiais depois do término do primeiro período de compromisso do Protocolo de Quioto, em 2012. Góes aponta a recente mudança de governo na Austrália como um sinal positivo para que os países ricos se comprometam mais com a diminuição das emissões.

“A Austrália, junto com os Estados Unidos, eram os dois países desenvolvidos que não assinaram o Protocolo de Quioto; com a mudança de governo nesta semana, a Austrália anunciou que pode aderir ao protocolo”.

Góes reconheceu, entretanto, que novos compromissos de redução de emissões não serão assumidos ainda este ano, na reunião de Bali. “Nessa reunião se vai tentar montar o caminho para se chegar em compromissos no pós-2012. O que está na agenda de Bali não é o estabelecimento das metas, mas o caminho para como se chegar a novas metas”.

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Custos do aquecimento global devem ser pagos por países industrializados, afirma especialista

28 de Novembro de 2007 - Bárbara Lobato - Da Agência Brasil - Brasília - Os países ricos deveriam pagar os custos das conseqüências do aquecimento global nos países mais pobres. Entre as conseqüências, está a crescente desigualdade social e econômica dos países pobres e em desenvolvimento, destaca Carlos Nobre, um dos autores da quarta avaliação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) das Nações Unidas (ONU).

Segundo Nobre, é preciso chamar a atenção para a questão política, pois a discussão vai além da ambiental. “Depende de como cada país vai se preparar se a desigualdade [econômica e social] aumentar. Agora, o que não está claro é quem vai arcar com o custo das adaptações ambientais. Ou seja, os países pobres e em desenvolvimento que emitiram gases em menor quantidade do que os industrializados vão ter um custo imenso.”

Nobre destaca também que “seria natural esperar que países industrializados pagassem o custo já que foram os que mais emitiram gases poluentes”.

O Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado ontem (27) mostrou que os países ricos são responsáveis por 70% dos gases causadores do efeito estufa lançados na atmosfera. A emissão desses gases pelos países em desenvolvimento é de 28% e dos países pobres, 2%.

De acordo com Nobre, os impactos dos gases poluentes são globais e os mais prejudicados são os países com menor desenvolvimento econômico. “Os países em desenvolvimento e os países mais pobres têm capacidade menor de responder aos desafios [do aquecimento global], tais como proteger os recursos naturais e capacitar as populações para responder às mudanças climáticas.” Para ele, "a mudança climática será um desafio a mais para o desenvolvimento desses países”.

O relatório divulgado pelo Pnud revela também que pela primeira vez na história o Brasil está no grupo dos países classificados na categoria Alto Desenvolvimento Humano, mesmo distante do patamar de nações em desenvolvimento como Argentina, Chile, Uruguai, Costa Rica, Cuba e México.

O aumento da expectativa de vida, da renda per capita e do número de pessoas na escola ajudaram a melhorar a posição do Brasil.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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