ACORDO ENTRE ARACRUZ CELULOSE E ÍNDIOS PÕE FIM A
ANTIGA DISPUTA POR TERRAS NO ES

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2007

3 de Dezembro de 2007 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Fabio Rodrigues Pozzebom/Abr - Brasília - Ministro da Justiça, Tarso Genro, e o presidente da Fundação Nacional do Índio, Funai, Márcio Meira, conversam com lideranças indígenas das tribos Guarany e Jaguareté durante assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta entre lideranças indígenas, a Funai, a Aracruz Celulose e o Ministério Público Federal sobre retirada de madeira.

Brasília - A direção da Aracruz Celulose e lideranças indígenas das etnias Tupiniquim e Guarani Mbyá assinaram hoje (3), em Brasília, um termo de ajustamento de conduta que define obrigações para ambas as partes e determina soluções para uma antiga disputa pela propriedade de terras no Espírito Santo. O principal efeito da medida é a transferência de 11,9 mil hectares de terras para as comunidades indígenas.

O acordo foi intermediado pelo Ministério Público Federal, a pedido do ministro da Justiça, Tarso Genro, presente à cerimônia assim como o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira.

“Em nossas terras, vamos ter espaço para trabalhar a agricultura e a parte ambiental, preservando as pequenas matas e zelando por aquilo que a comunidade indicar”, disse o cacique Tupiniquim, da Aldeia Caieiras Velhas, José Sezenando, porta-voz dos índios da região.

Ele agradeceu o empenho das autoridades que apoiaram o reconhecimento da posse da área aos índios. Os pontos do TAC foram previamente aprovados em assembléias indígenas.

As terras no Espírito Santo que serão homologadas e demarcadas foram adquiridas de particulares há mais de 30 anos pela Aracruz Celulose sem saber que se tratava de terras indígenas, dando início a uma disputa.

A interferência do Ministério Público Federal possibilitou o caminho da conciliação. “As partes tinham posições bastante antagônicas, que foram vencidas com soluções criativas. Os índios vão ter o processo de desocupação da área acelerado e a empresa se livra de um conflito, ficando de posse da madeira ali plantada”, explicou à Agência Brasil a subprocuradora da República Débora Duprat, que conduziu diretamente as negociações.

Na região vivem aproximadamente 600 famílias indígenas.

Pelo termo assinado, a Aracruz tem até um ano para retirar a madeira da área e se compromete a apoiar com até R$ 3 milhões o desenvolvimento de estudos etnoambientais solicitados pela comunidade indígena. O objetivo é permitir a elaboração de projetos e programas que promoverão a autosustentabilidade dos índios, apontando as melhores alternativas para o uso das aterras.

Nesse período, uma empresa a ser contratada pela Funai também fará a demarcação física da área. A fundação, segundo o presidente Márcio Meira, também vai repassar recursos emergenciais às famílias indígenas.

O acordo foi visto por ele como importante “para garantir direitos constitucionais históricos, sem implicar na perda do direito de quem agiu de boa fé”.

O presidente da Aracruz Celulose, Carlos Aguiar, ressaltou a importância da segurança jurídica de que terras não sejam mais ampliadas. “Entendemos que foi o melhor caminho para dar tranqüilidade à região e também à empresa para continuar produzindo”.

Para o ministro da Justiça, Tarso Genro, o acordo firmado inaugura uma forma original de solução de conflitos de terras. “Conseguimos resolver uma grave controvérsia pelo diálogo, com apoio do Ministério Público. Espero que tenha reflexo positivo em futuras negociações”, afirmou.

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Funasa prepara servidores para lidar com lixo biológico das aldeias indígenas

3 de Dezembro de 2007 - Irene Lôbo - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) abriu hoje (3) seminário para discutir o que dever ser feito com o lixo biológico dos postos de saúde indígenas. O seminário de formação de multiplicadores para a implantação do Programa de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde vai até quarta-feira (5).

Segundo o consultor técnico na área de biossegurança da Funasa Bernardino Vitoy, o país vive um problema sério com relação ao serviço de saúde indígena, porque os postos de saúde das aldeias geram lixo, mas não têm um local adequado para descartá-lo. Vitoy conta que algumas tribos queimam o lixo, outras transportam para o município mais próximo e outras ainda o depositam em qualquer lugar. Segundo ele, o que preocupa não é o lixo doméstico da aldeia, que é biodegradável e tem volume insignificante, mas o lixo contaminado gerado pelas equipes de saúde da Funasa.

“O que a gente está buscando é a padronização desse lixo, para dar um destino correto, não destruir o meio ambiente e não contaminar as pessoas”, afirma.

O especialista em vigilância sanitária da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) André Luiz Sinoti, vai participar do seminário explicando o teor da Resolução 306, de 2004, que estabelece como devem ser os procedimentos para gerenciar resíduos hospitalares. “Nesse gerenciamento, os procedimentos vão desde a separação do resíduo, identificação, condicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e a disposição final. Todos esses momentos têm que ocorrer de forma adequada para que haja redução do risco”, explica Sinoti.

São obrigados a cumprir a resolução da Anvisa todos os serviços de saúde, humana e animal, tais como hospitais, farmácias, necrotérios, funerárias, estabelcimentos de pesquisa e clínicas estéticas, entre outros. O descumprimento da norma pode gerar multa e até perda do alvará de funcionamento. “É a saúde do profissional, para ele ter o menor risco no seu procedimento, para o usuário, e também para o meio ambiente”.

Sinoti acredita que o conhecimento da resolução da Anvisa na prática das aldeias indígenas vai contribuir para que os servidores da Funasa aprendam a separar o lixo da melhor forma possível, principalmente no caso de aldeias muito isoladas. “A tendência, quando as aldeias são muito isoladas, é ter uma disposição final para o lixo no próprio local”, ressaltou o técnico.

Participam do seminário 34 representantes de cada um dos distritos sanitários indígenas (Dsais), representantes das coordenações regionais das aldeias, técnicos da Funasa e da Anvisa. No total, serão capacitados cerca de 70 servidores da Funasa que trabalham em aldeias indígenas. Após o seminário, está prevista a elaboração de um manual de biossegurança para as áreas indígenas.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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