ASSOCIAÇÃO COMERCIAL NEGA QUE MUNICÍPIO DE ARAME SEJA PÓLO DEVASTADOR DA TERRA ARARIBÓIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2007

5 de Dezembro de 2007 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O presidente da Associação Comercial do município de Arame, cidade maranhense no extremo leste da Terra Indígena Araribóia, Ademar Magalhães, contestou o diagnóstico de agentes da Fundação Nacional do Índio e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de que a cidade é principal pólo devastador da floresta na área.

“Temos apenas cinco serrarias que não respondem por 0,5 % da madeira extraída ilegalmente da área." Segundo o dirigente lojista, em outras cidades, como Buriticupu, o problema seria mais grave.

As serrarias de Arame foram lacradas por agentes da Operação Araribóia, que envolve 200 agentes de fiscalização e de policiamento no combate à extração ilegal de madeira, aos incêndios criminosos e a plantações de maconha dentro da terra indígena de mesmo nome. Na área de 413 mil hectares vivem oito mil índios da etnia Guajajara e 50 isolados da etnia Guajá.

Em entrevista à Agência Brasil, Magalhães, que vive na região há 31 anos, se queixou de que a divulgação da operação dá à cidade uma imagem ruim. Ele lembrou existirem lá pessoas hospitaleiras, mas também admitiu preocupação com a criminalidade. Para ele, a situação teria sido amenizada após a chegada dos agentes de segurança.

“Vivíamos entregues às moscas, como vítimas de quadrilhas. Na rodovia MA-006 tinha assalto toda semana. Hoje, com mais policial por aqui, alguém pode sair arrastando mala de dinheiro que ninguém incomoda”. A atuação dos criminosos seria facilitada pela possibilidade de se infiltrarem na área indígena por estradas vicinais e trilhas abertas, onde se escondem.

Segundo Magalhães, predominam na economia de Arame a pecuária e a agricultura, mas a cidade ainda carece de melhor infra-estrutura urbana. Ele disse que o município foi governado por muitos anos por uma oligarquia que não se interessava em promover desenvolvimento. Magalhães teme pela segurança dos moradores quando a Operação Araribóia chegar ao fim: “Na ausência deles (agentes de policiamento) os bandidos podem querer entrar aqui com mais fome”.

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Justiça defende presença efetiva do Estado em cidade vizinha à Terra Indígena Araribóia

5 de Dezembro de 2007 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Arame, cidade do oeste do Maranhão situada nos limites da Terra Indígena Araribóia, carrega um alto índice de criminalidade associado, sobretudo, à falta de presença adequada das forças estatais em segurança e assistência social. A avaliação é do juiz da comarca, Francisco Soares, e do promotor André Charles Júnior. Mas ambos ressalvam que a população é composta em sua maioria por trabalhadores na agricultura e na pecuária.

Segundo o juiz, o início da Operação Araribóia, em novembro, trouxe mais tranqüilidade ao município, apesar do assassinato do cacique da aldeia Nova Providência, Joaquim Guajajara, na última sexta-feira (30). O índio foi encontrado morto às margens da rodovia estadual MA-006, nos arredores da cidade, e as circunstâncias ainda são desconhecidas.

Participam da operação, cujo acampamento principal fica em Arame, mais de 200 agentes da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança. O objetivo é combater a extração ilegal de madeira e o plantio de maconha dentro da terra indígena.

Francisco Soares tem 28 anos e responde pela comarca desde março de 2005. Ele conta que o plantio de maconha sempre foi muito disseminado e que há pelo menos três anos não havia trabalho de fiscalização ostensiva. As condutas ilícitas são estimuladas por uma economia instável.“O crime aqui não é um problema, funciona com um setor informal da economia, um meio de vida para parte da população que não tem emprego. As serrarias podem ser ilegais, mas movimentam muito dinheiro”, explicou Soares, em entrevista à Agência Brasil.

O juiz diz enfrentar dificuldade para cumprir as instruções criminais. “Muitos praticam crimes aqui e vão embora, tendo que se ouvir testemunhas em outras cidades, e o processo vai-se arrastando. Já os criminosos de outra cidade vêm e se escondem por ser um local conveniente junto de uma reserva com bioma amazônico.”

Soares condiciona o cumprimento de mandados de prisão vindos de fora à existência de um cadastro nacional eficiente. Já o promotor Charles Júnior se queixa da inadequação do aparato policial permanente. “Sem estrutura e investigadores suficientes, o procedimento investigatório inicial fica precário e prejudica a atuação do Ministério Público.”

Como exemplo dos efeitos da ausência de Estado, o magistrado cita a cooptação de menores por traficantes e a exploração sexual infantil, identificada por ele como algo “cultural” na região, associada à pobreza, à falta de informação e à malícia dos adultos. Não há na cidade abrigos para menores e instituições que possibilitem medidas de reabilitação.

O promotor Charles Júnior considera a manutenção da Operação Araribóia por tempo indeterminado na região “extremamente salutar e conveniente”, mas lista como fundamentais maiores oportunidades de emprego e renda, reforço de segurança e melhorias em saneamento e educação.

A operação já fechou doze serrarias que exploravam ilegalmente madeira na região e efetuou apreensão e queima de 10 mil pés de maconha, segundo o gerente regional da Funai em Imperatriz, José Leite Piancó.

Juiz e promotor garantem não terem sofrido até agora ameaças de morte. O magistrado mora em hotel (por conveniência financeira, segundo ele), mas admite que “a maior proteção é Deus, por que o efetivo policial é pouco”. O representante do Ministério Público estadual disse tomar alguns “cuidados” (que não revela para se manter seguro), mas ressaltou que situação de segurança da cidade está melhorando.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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