CONFLITO NA TERRA INDÍGENA ROOSEVELT

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2007

Presidente da Funai critica desmatamento e atribui preservação da Amazônia aos índios

11 de Dezembro de 2007 - Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, disse hoje (11), que os povos indígenas de Rondônia são responsáveis pela preservação da floresta Amazônica no estado.

“Esses povos têm preservado as florestas que ainda restam em Rondônia. Viajamos de helicóptero e observamos que só tem floresta em pé nas terras indígenas”, disse em entrevista à imprensa no município de Cacoal (RO), após a libertação dos cinco reféns detidos pelos índios cinta larga desde sábado (8), na Terra Indígena Roosevelt, no sul do estado.

Em relação à regulamentação da mineração nas terras indígenas, Meira disse que espera do Congresso Nacional uma decisão que leve em conta a discussão da Funai com os indígenas, que exigem também a participação nos lucros e a preservação do meio ambiente . “Esperamos que a decisão beneficie e respeite os direitos constitucionais dos povos indígenas.”

A Constituição proíbe a mineração em terra indígena, mas de acordo com a Polícia Federal (PF), a extração das pedras é realizada tanto por garimpeiros como por índios. Em 2004, 29 garimpeiros foram assassinados na Terra Indígena Roosevelt. Em 2006, o garimpo chegou a ser fechado, mas foi reativado no início deste ano.

A Declaração dos Povos Indígenas, aprovada em setembro pela Organização das Nações Unidas (ONU), também recomenda que os países criem mecanismos para discutir com os índios impactos e benefícios da exploração de recursos naturais em terras originais.

A regulamentação da exploração dos recursos minerais em terras indígenas está em discussão no Congresso há pelo menos 11 anos. Um projeto do senador Romero Jucá (PMDB-RR) sobre o tema tramita desde 1996. O PL 1.610/96 foi aprovado no Senado e agora está em análise na Comissão Especial Temporária da Câmara dos Deputados.

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Índios cinta larga reivindicam políticas de desenvolvimento para libertar reféns

10 de Dezembro de 2007 - Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Após decidirem manter cinco pessoas detidas na Reserva Indígena Roosevelt, no leste de Rondônia, índios da etnia Cinta Larga divulgaram uma carta na qual afirmam que a região “tornou-se um barril de pólvora” desde a descoberta de uma jazida de diamante no local há sete anos. No texto, os índios afirmam não querer a liberação de garimpo em terras indígenas e exigem políticas de desenvolvimento sustentável para libertar os reféns.

Os índios também acusam a Fundação Nacional do Índio (Funai) de descaso. “Sabemos que o governo apóia projetos de manejo florestal em terras particulares, por que não apoiar em terras indígenas? Por que não nos ajudar a preservar nossas terras, oferecendo renda para as comunidades indígenas e garantido a perpetuação de nossa fauna, flora e recursos naturais?”, questiona o texto, divulgado na página eletrônica do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

Na carta, os Cinta Larga reconhecem que muitas vezes acabam “cedendo à pressão de garimpeiros e madeireiros para sobreviver”, e alegam que o fazem por não ter alternativas sustentáveis de renda.

Em relação aos reféns, detidos desde o último sábado (8), o texto afirma ser “uma forma de tentar resolver os problemas urgentes” e que a decisão é não liberá-los enquanto as autoridades responsáveis não atenderem às reivindicações.

Entre as exigências, estão a retirada da Polícia Federal das barreiras de acesso às aldeias, a elaboração de alternativas de desenvolvimento sustentável para a população indígena da região e de políticas que garantam educação de qualidade, além da revogação da portaria que repassa aos municípios a responsabilidade da prestação de serviços de saúde indígena.

O presidente da Funai, Márcio Meira, já está em Rondônia para negociar as exigências dos Cinta Larga. Os detidos na aldeia são um oficial do alto comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU), David Martins Castro, o procurador da República em Rondônia, Reginaldo Pereira da Trindade, uma senhora (ainda não identificada), um funcionário e o motorista da Funai.

Uma equipe com quase 40 policiais federais permanece na região da reserva, onde já atuava para reforçar a fiscalização do território. O grupo tenta combater a extração ilegal de diamantes e evitar novos conflitos entre indígenas e garimpeiros, como o que ocorreu em 7 de abril de 2004, quando 29 garimpeiros foram assassinados na reserva.

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Líder indígena afirma que os Cinta Larga precisam do apoio do governo

12 de Dezembro de 2007 - Deborah Souza - Da Agência Brasil - Brasília - Os índios cinta larga estão totalmente abandonados e precisam do apoio do governo, na opinião do presidente da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Jecinaldo Sateré-Maué. Em entrevista hoje (12) ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, ele falou dos conflitos que ocorrem na reserva Roosevelt, em Rondônia, por causa das jazidas de diamante.

“Houve uma repercussão negativa de que os Cinta Larga tinham feito reféns. Eles queriam chamar a atenção e mostrar a situação lamentável de abandono em que se encontram. Não houve cárcere privado, essas pessoas não foram maltratadas”, disse Sateré-Maué.

De acordo com o presidente da Coiab, os índios cinta larga detiveram cinco pessoas e as mantiveram reféns no último sábado (8), na Reserva Roosevelt, para reivindicar uma pauta de dez itens. Eles reclamam, por exemplo, da vulnerabilidade e da pressão que sofrem por causa da exploração de diamantes na área. Segundo Sateré-Maué, são comuns casos de perseguição, assédio, aliciamento e com isso trazendo consequências ao território, como impactos ambientais.

Ele destaca que o governo federal colocou barreiras no território para controlar as exploração de pedras. Mas a estratégia não está funcionando, pois os garimpeiros passam pelo meio da floresta para fugir da fiscalização.

“A gente tem acompanhado esses casos, e sobra para os indígenas. Nas barreiras, eles são constrangidos, são ameaçados pela polícia federal, discriminados, as mulheres são revistadas pelos policiais masculinos, de forma absurda.”

Para Sateré-Maué a questão da mineração brasileira é uma discussão que ainda está em andamento, Hoje, a Comissão Especial de Exploração de Recursos de Terras Indígenas realiza audiência pública, às 14 horas, na Câmara, para discutir propostas relacionadas ao Projeto de Lei 1610/96, do Senado, que permite a exploração de recursos minerais em terras indígenas por meio de autorização do Congresso Nacional e com pagamento de royalties para os índios e para a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Os índios cinta larga estão totalmente abandonados e precisam do apoio do governo. A avaliação é do presidente da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Jecinaldo Sateré-Maué, que explicou hoje (12), em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, os conflitos que ocorrem na reserva Roosevelt, em Rondônia, por causa das jazidas de diamante.

“Houve uma repercussão negativa de que os Cinta Larga tinha feito reféns. Eles queriam chamar a atenção e mostrar a situação lamentável de abandono em que se encontram. Não houve cárcere privado, essas pessoas não foram maltratadas”, disse Sateré-Maué.

De acordo com o presidente da Coiab, o motivo que levou os índios cinta larga a deter cinco reféns no último sábado (8) na Reserva Roosevelt foi para reivindicar uma pauta de dez itens. Ele destacou a vulnerabilidade e a pressão que o povo cinta larga sofre com a invasão de suas terras por causa da exploração de diamantes, além de perseguição, assédio e aliciamento.

Sateré-Maué informou que o governo federal colocou barreiras no território para controlar as exploração de pedras. Mas a estratégia não está funcionando, pois os garimpeiros passam pelo meio da floresta para fugir da fiscalização.

“A gente tem acompanhado esses casos, e sobra para os indígenas. Nas barreiras, eles são constrangidos, são ameaçados pela polícia federal, discriminados, as mulheres são revistadas pelos policiais masculinos, de forma absurda.”

Para Sateré-Maué a questão da mineração brasileira é uma discussão que ainda está em andamento. Hoje, a Comissão Especial de Exploração de Recursos de Terras Indígenas realiza audiência pública, às 14 horas, na Câmara, para discutir propostas relacionadas ao Projeto de Lei 1610/96, do Senado, que permite a exploração de recursos minerais em reservas indígenas por meio de autorização do Congresso Nacional e com pagamento de royalties para os índios e para a Fundação Nacional do Índio (Funai).

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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