ÍNDIOS QUEREM QUE MINERAÇÃO EM RESERVA SEJA DISCUTIDA NO ESTATUTO DOS POVOS INDÍGENAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2007

12 de Dezembro de 2007 - Gilberto Costa - Repórter da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - Índígenas de diversas etnias e regiões participaram hoje (12), na Câmara dos Deputados, das discussões sobre o projeto de lei que regulamenta a exploração de ouro, diamantes e outros recursos minerais em terras indígenas.

A posição dos índios, consultados em audiência pública da Comissão Especial de Exploração de Recursos em Terras Indígenas, é de que o assunto dever ser debatido no âmbito do novo estatuto dos Povos Indígenas.

Para o cacique Missico Oiampi, da aldeia Purué, representante da Associação dos Povos Indígenas do Parque Nacional do Tumucumaque (AP), somente a revisão do estatuto poderá garantir os direitos dos índios.

"A gente tem que ter revisão do estatuto para garantir o direito da gente. Não adianta aprovar uma lei que a gente não tem segurança."

O relator do projeto na comissão, Eduardo Valverde (PT-RO), disse concordar com os índios.

"Concordo com eles. O interesse primeiro a ser protegido é de uso e costumes dos povos indígenas."

Para Raul Valle, coordenador de Políticas Públicas do Instituto Socioambiental (ISA), a exploração em terras indígenas pressupõe um marco legal estabelecido pelo estatuto.

"Tem que ter uma regra geral que oriente todos esses tipos de uso e de recurso. A nossa expectativa, é um compromisso do Executivo, é de que antes da mineração em terra indígena ser discutida será discutido o marco legal."

O Estatuto dos Povos Indígenas está em discussão na Comissão Nacional de Política Indigenista, que pretende promover no próximo ano a realização de 10 seminários regionais e 1 seminário nacional sobre a nova lei, e incluir um capítulo sobre a mineração.

A partir dessas discussões, as lideranças pretendem que o governo encaminhe um projeto de lei do novo estatuto para o Congresso Nacional.

O projeto sobre mineração em discussão na Câmara dos Deputados é de 1996 - de autoria do atual líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB - RR). A votação na comissão tem caráter conclusivo, isto é, sem requerimento contrário, o projeto de lei precisa ser votado no Plenário da Casa para ser aprovado.

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Lideranças indígenas discutem criminalização e violência em aldeias

13 de Dezembro de 2007 - Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Lideranças indígenas comemoram a homologação das terras indígenas pelo Ministro Tarso Genro durante 4ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Política Indigenista que tratará entre outros temas , a criminalização de lideranças indígenas e a violência contra os povos indígenas.Brasília - Brasília - Líderes indígenas e representantes da Comissão Nacional de Política Indígenas (CNPI) debateram hoje (13) a criminalização e a violência em aldeias indígenas de todo o país.

Durante a 4ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Política Indigenista também foi discutida a proposta de anteprojeto de lei para a criação do Conselho Nacional de Política Indigenista.

Outra questão abordada no encontro foi a instalação de uma comissão, na Câmara dos Deputados, para discutir projetos de lei sobre a mineração em terras indígenas.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, abriu a reunião e afirmou que a Fundação Nacional do Índio (Funai) passou por um período difícil, mas que agora precisa ter os trabalhos renovados.

"A Funai estava quase impotente do ponto de vista administrativo e técnico para cumprir suas funções. A importância deste momento é a reestruturação e a qualificação técnica da instituição”.

Tarso assinou três portarias declaratórias de posse permanente das terras indígenas de Potiguara de Monte Mor, na Paraíba, Porto Limoeiro, no Amazonas e Cayabi, no Mato Grosso do Sul.

Foi assinado, ainda, um termo de cooperação com a Funai, que busca estabelecer apoio técnico para o fortalecimento e a implementação de políticas públicas ambientais e de etno-desenvolvimento para as terras indígenas.}

Para o presidente da Funai, Márcio Meira, o acordo de cooperação representa um marco para que a instituição passe a estabelecer formalmente relações com organizações não-governamentais (ONGs) que trabalham na Amazônia.

"A Funai estabelecerá, com todos aqueles da sociedade civil que têm um trabalho sério, relações formais, claras e transparentes, para que não paire nenhuma dúvida sobre o nosso trabalho”.

Antônio Pessoa Gomes, o cacique Caboquinho, da etnia potiguara, lembrou que a luta dos povos indígenas no Brasil é milenar e que os principais problemas provém de empresas multinacionais e de usinas com plantações em terras indígenas.

“Morreram muitas pessoas. Nossa terra foi praticamente diminuindo”, disse, acrescentando que quase 15 mil índios potiguara vivem na região.

Marcos Luidson de Araújo, da etnia xucuru, entregou ao ministro da Justiça um documento com relatos sobre a perseguição de líderes indígenas em Pernambuco.

“Uma nova onda de perseguição, como se não bastassem os latifúndios mandarem os seus pistoleiros matarem as nossas lideranças”, disse.

Para Sandro Emanuel dos Santos, da etnia tuxá, os problemas podem ser ainda mais sérios, casos o governo não faça mais esforços.

“Lamentamos que seja o próprio governo a desrespeitar essa importante comissão, ao não encaminhar com tempo os acordos e resoluções na CNPI”.

A 4ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Política Indigenista continua hoje no período da tarde e segue até amanhã, quando serão finalizados os trabalhos.

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Índios Enawanê-Nawê libertam 350 trabalhadores mantidos reféns no Mato Grosso

11 de Dezembro de 2007 - Camila Vassalo - Da Agência Brasil - Brasília - Os cerca de 350 funcionários que trabalhavam nas obras de três pequenas centrais hidrelétricas em construção no Rio Juruena, em Sapezal (MT), foram liberados no final da tarde de hoje (11). Eles estavam detidos pelos índios da etnia Enawanê-Nawê desde sexta-feira (7).

Segundo o superintendente de Assuntos Indígenas do Estado do Mato Grosso, Rômulo Vandoni Filho, que participou das negociações, será formado um grupo de trabalho constituído pelo governo do Mato Grosso, Ministério Público Federal, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Universidade Federal do Mato Grosso para realizarem outros estudos de impacto ambiental na região.

Logo que a equipe de trabalho for formada, disse Vandoni, haverá uma reunião com os índios no município de Juína, para acabar com todas as dúvidas possíveis. O encontro, segundo ele, deve ocorrer ainda este ano.

Para o superintendente, a principal dificuldade nas negociações é o fato de os índios exigirem a paralisação da obra. “É legítimo o interesse de as comunidades indígenas reivindicarem, mas o projeto já foi aprovado e está em outra etapa”, disse Vandoni.

Participaram da reunião realizada hoje, o procurador do Ministério Público Federal, Mário Lúcio Avelar; a diretora de Assuntos Fundiários da Funai, Maria Auxiliadora Sá Leão, e representantes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), prefeitos dos municípios próximos a região e representantes dos responsáveis pelas obras e de organizações não-governamentais.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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