PESQUISA SOBRE A FAUNA DO SUDOESTE DO PARÁ

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2007

Meio Ambiente / Ecossistema - 13/12/2007 - 11:33
Pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT), da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) vêm desenvolvendo, desde 2004, estudos sobre a fauna de vertebrados na área de influência do Lago de Tucuruí, no sudeste do Pará.

Os resultados dessas pesquisas, relevantes para o conhecimento e conservação da biodiversidade e ecologia da região, serão apresentados hoje (13) e amanhã (14), no município de Tucuruí (PA), por meio do seminário "Avaliação e Monitoramento da Fauna de Tucuruí".

Outra meta do evento é discutir propostas de estudos futuros e de conservação da fauna local. O seminário contará com a participação de pesquisadores e técnicos envolvidos na pesquisa, além de representantes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), do Ibama, das Secretarias Municipais de Meio Ambiente, dos Conselhos de Gestão da Área de Proteção Ambiental do Lago de Tucuruí e das Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) e das instituições de ensino superior e técnico da região.

Projeto
Resultado de um convênio firmado entre o Museu Goeldi e a Eletronorte, responsável pelo gerenciamento da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, a pesquisa integra o projeto "Avaliação e Monitoramento das Comunidades de Vertebrados na Área de Influência do Reservatório da UHE Tucuruí", que é composto por sete grupos de estudo: mamíferos terrestres; mamíferos aquáticos; mamíferos carnívoros e zoonoses; aves; anfíbios e répteis terrestres; répteis aquáticos; e estudos sobre caça.

Durante três anos, o projeto investigou e avaliou o atual estado de conservação de anfíbios, répteis, aves e mamíferos, levando em consideração as modificações resultantes da formação do Lago de Tucuruí, que inundou uma área de 2.800 km² de extensão formada por igapós, várzeas, campinas, capoeiras e florestas altas de terra firme.

A ação também faz parte do Programa de Monitoramento, Conservação e Manejo da Fauna, previsto na Fase II do Complexo Hidroenergético de Tucuruí.

"O projeto possibilitou o desenvolvimento de pesquisas relevantes sobre a diversidade, ecologia e conservação da fauna de vertebrados presentes no sistema formado pelo Lago de Tucuruí, incluindo o lago, suas margens e as ilhas originadas das áreas mais altas do terreno alagado pelo reservatório", explica o coordenador científico do projeto, Ulisses Galatti, do Museu Goeldi.

Segundo Galatti, a fauna terrestre foi mais intensivamente pesquisada nas duas Zonas de Proteção de Vida Silvestre (ZPVS), localizadas nas bases de soltura 3 e 4, a fim de se avaliar o efeito da fragmentação florestal e a importância destas áreas de proteção para a conservação da fauna.

Já as espécies aquáticas e semi-aquáticas, composta principalmente por jacarés, quelônios, botos e aves, foram estudadas ao longo de várias regiões do Lago.

Também foram realizadas pesquisas entre comunitários, com vistas à caracterização das atividades de caça nas RDS Pucuruí-Ararão e Alcobaça, onde a proteína animal proveniente do extrativismo é importante para várias comunidades.

Tucuruí
Inaugurada em 1984, a Usina Hidrelétrica de Tucuruí está localizada a 400 km de Belém, no município de Tucuruí, no sudeste do Pará. A construção da usina, um das maiores do mundo, resultou na formação do Lago de Tucuruí, alimentado pelas águas do rio Tocantis.

Com o objetivo de promover estudos técnico-científicos para a conservação do meio ambiente e projetos de uso sustentável dos recursos naturais, visando à melhoria da qualidade de vida da população local, foi criada, em 2002, a Área de Proteção Ambiental (APA) do Lago de Tucuruí.

Com uma área de 568.667 hectares, a APA engloba o reservatório da Hidrelétrica de Tucuruí e parte das áreas territoriais dos municípios de Breu Branco, Goianésia do Pará, Itupiranga, Jacundá, Nova Ipixuna, Novo Repartimento e Tucuruí. Também foram criadas as Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Alcobaça e Pucuruí-Ararão.

Na APA encontram-se duas Zonas de Preservação de Vida Silvestre, antigas Áreas de Soltura 3 e 4, onde a proteção dos ecossistemas é integral. Todas essas áreas protegidas compõem o Mosaico de Unidades de Conservação do Lago de Tucuruí.
Agência Museu Goeldi

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Genes do tambaqui podem ser usados como bioindicadores

Impacto Ambiental - 11/12/2007 - 13:01
O Amazonas é o segundo maior produtor nacional terrestre de petróleo e o terceiro em gás natural. Por sua vasta biodiversidade e por possuir a maior bacia hidrográfica do mundo e a mais extensa rede fluvial, com 80 km de rios navegáveis, um derramamento de petróleo na região seria fatal para centenas de animais. Vários trabalhos desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) têm tentando encontrar formas de se antecipar ao impacto ambiental por meio de ferramentas de monitoramento.

Entre as pesquisas realizadas destaca-se a dissertação de mestrado “Expressão Gênica Diferencial em Tambaquis (Colossoma macropomum) expostos ao petróleo e a hipoxia”. O trabalho foi feito por Luciano Ricardo Braga Pinheiro, sob a coordenação da cientista do Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular (LEEM/Inpa), Vera Val, e co-orientação do professor da UniNilton Lins, Sérgio Nozawa, doutor em Química pela Universidade de São Paulo (USP).

Durante a pesquisa, que recebeu recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e foi desenvolvida no âmbito do projeto Piatam, o pesquisador identificou cinco novos genes que funcionam como possíveis marcadores de contaminação ambiental por petróleo, além de metais pesados como cobre e chumbo.

Sérgio Nozawa enfatiza que a pesquisa é a apenas o primeiro passo para o desenvolvimento de um kit para monitoramento ambiental. Isso porque, apesar da conclusão do trabalho de Luciano, as pesquisas para identificação e expressão das proteínas, que são codificadas por esses genes, continuam sendo realizadas nos laboratórios do Inpa em colaboração com a UniNilton Lins.

Luciano explica que o tambaqui foi escolhido devido a sua presença em diversos ambientes da Bacia Amazônica, por exemplo, em águas brancas e pretas, além de ser uma espécie bastante estudada do ponto de vista da sensibilidade aos efeitos do óleo cru. Ele diz também que o que influenciou na escolha do peixe foi porque o animal tende a ter um aumento do lábio e a busca da lâmina d’água em condições de baixa oxigenação (hipoxia). “Esta peculiaridade provoca o maior contato do indivíduo com óleo em casos de derramamento”, afirma.

Em relação aos genes, Luciano explica que nem todos os genes presentes no código genético humano são expressos em todas as células ao mesmo tempo. Isso acontece também com o tambaqui e com todos os organismos eucariotos. Ele conta que diferentes células de diferentes sistemas possuem mecanismos que ativam os produtos transcritos (DNA que é convertido em RNA mensageiro) de acordo com sua função. Dessa forma, o RNA funciona como uma ponte entre os sistemas. Ou seja, em uma cidade existem várias zonas (sistemas). Para cada zona são designados carteiros (mensageiros) para entrega dos documentos (mensagens) nas residências (células).

“Uma situação de estresse como, por exemplo, exposição a produtos contaminantes ou baixa oxigenação podem provocar a ativação de genes, que em condições normais não seriam transcritos (ativados). A estes processos dá-se o nome expressão gênica diferencial. É o que ocorre com o tambaqui”, diz e acrescenta que a partir deste princípio, utilizando-se um marcador molecular (técnica genética), foi possível identificar os genes expressos na condição de estresse quando expostos ao óleo cru. Ele conta que as seqüências gênicas foram obtidas a partir de células do fígado do animal por meio de uma técnica utilizada para extração do cDNA, que é o mRNA após conversão em DNA complementar.

Alerta ambiental
Luciano pontua que as concentrações de óleo no ambiente não dependem exclusivamente de uma questão isolada, por exemplo, um derramamento de petróleo. Segundo ele, resíduos domésticos, escapes de embarcações e lavagem de tanques de combustíveis são questões que acompanham o crescimento das cidades na sociedade moderna.

“Até que ponto estas questões interferem ou podem chegar a interferir na qualidade do ambiente?”, questiona e acrescenta que o marcador utilizado na pesquisa pode ser útil para identificar diversas seqüências expressas de produtos transcritos (EST, sigla em inglês) para o monitoramento do ambiente.
(Fonte: Agência Fapeam)
Assessoria de Comunicação do INPA

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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