DECLARAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS DA ONU É TRADUZIDA PARA O PORTUGUÊS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2008

12 de Fevereiro de 2008 - Leandro Martins - Repórter da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - Um livro traduzido para o português com os 46 artigos da Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, aprovada por 144 países sob a coordenação da Organização das Nações Unidas (ONU) em 13 de setembro de 2007, foi lançado hoje (12) em Brasília. O documento é o resultado de 27 anos de discussões entre representantes de 5 mil povos indígenas espalhados por 70 países, que somam hoje 370 milhões de pessoas.

Participaram do evento Hector Huertas, presidente da organização indígenas Conclas, que congrega diversas etnias sul-americanas, o coordenador da Associação dos Povos Indígenas do Nordeste, Apoine, Weibe Tapeba, Rosana Tomazini, representante da União Européia, e representantes de cerca de 20 etnias.

Segundo o vice-coordenador da Confederação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Marcos Apuriná, o documento é um avanço para os povos indígenas da Amazônia. Apuriná adverte que o desafio, agora, é fazer com que as leis aprovadas sejam levadas às comunidades para que os indígenas conheçam seus direitos.

Segundo Apuriná, a Coiab está fazendo cartilhas de direitos indígenas para distribuí-las nas aldeias. "A gente espera futuramente reconhecer nossos passos, nossos direitos, para que a gente possa realmente cobrar, no devido, no tempo certo, no lugar certo, no tempo certo, os nossos direitos do governo brasileiro" declarou.

Para a representante da etnia Kaingang, Azilene Kaingang, as autoridades brasileiras reconhecem há tempo os direitos dos indígenas, mas pouco faz na prática pelos índios. Ela citou a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), como exemplo de casos em que a opinião das comunidades tradicionais não é considerada. Azilene criticou também a mineração em terras indígenas, que muitas vezes desrespeita o direito de a comunidade de viver em paz na própria terra.

A questão territorial também preocupa os indígenas de estados como Roraima e Amazonas. O coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Dionito de Souza, ressaltou que muitas etnias habitam mais de um país “Por que somente o homem branco pode definir as fronteiras de um país?”, perguntou. Ele lembrou também de conflitos entre índios e não-índios, como o caso da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, que segue sem solução.

Dionito questionou ainda a denominação de "indígena" dada aos povos tradicionais. "Somos povos, povo Macuxi, povo Wapixana. Por que chamam nossos povos de indígenas, como se fôssemos pessoas não evoluídas?"

Amanhã (13), ocorre em Brasília um seminário sobre a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas. Mais de 60 líderes de comunidades tradicionais são esperados.

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Cacique denuncia ameaça a índios da etnia Bororo no Mato Grosso

12 de Fevereiro de 2008 - Tatiane Saraiva - Da Agência Brasil - Brasília - Cerca de 30 famílias da etnia Bororo, que habitam a aldeia Jarudore em Poxoréu (MT), a 250 quilômetros de Cuiabá, temem por um massacre. Segundo a cacique Maria Aparecida Toro Ekureudo, as ameaças partem de fazendeiros e posseiros da região, que querem as terras ocupadas pelos indígenas, cuja posse está sendo contestada na Justiça desde 2003.

Em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia, a cacique Maria Aparecida Toro Ekureudo afirmou que vem procurando a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Polícia Federal para pedir proteção para os habitantes da aldeia. Segundo ela, as ameaças ocorrem desde 2005.

De acordo com a indígena, os fazendeiros tinham programado uma invasão na última semana, mas a ocupação da aldeia não ocorreu. “Estava programada uma invasão para eles [fazendeiros] acabarem com a gente, com as crianças, adultos, tudo o que estivesse pela frente”, diz Maria Aparecida.

A cacique afirmou ainda que não tem conseguido resposta das autoridades. “Primeiro, a Polícia Federal disse que já estava a caminho para resolver, mas depois informou que não poderia vir. Outras vezes, eles falam que estão acompanhando o julgamento, a cada dia ficamos sabendo de uma resposta diferente”, reclama.

Maria Aparecida diz ter recebido uma ligação da Funai, mas segundo ela, quem pode resolver o caso é o administrador da Funai, que até o momento não se manifestou sobre o assunto. “O chefe de Núcleo da Funai de Rondonópolis, Antônio Dourado, é quem cuida dessa região, só que ele não tem autoridade para resolver. Sem o apoio do administrador, ele não consegue fazer nada”, afirma.

Segundo o delegado-chefe da Polícia Federal de Rondonópolis, Cristian Lajes, a Polícia Federal esteve na aldeia com a Funai na última sexta-feira (8), para verificar se havia conflitos na região. “Já mandei policiais em quatro ocasiões diferentes para verificar se tinha um conflito eminente entre brancos e índios e, todas as vezes que os policiais estiveram lá, me passaram informações de que a situação estava tranqüila”, alega o delegado.

O delegado Cristian Lajes disse que os índios insistem que são ameaçados pelos fazendeiros, mas que a cacique não indica quem está ameaçando e sem essas informações a PF não tem como agir.

O administrador substituto da Funai de Cuiabá, Benedito Cézar Garcia Araújo, disse que a Funai, em conjunto com o Ministério Publico Federal, entrou com ação civil pública na 3ª Vara Federal de Cuiabá para que os índios conquistem a posse da terra. “O território já é deles por direito”, diz.

Segundo Benedito Cézar, os índios começaram a receber ameaças depois de terem denunciado os fazendeiros para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por desmatamento na região. De acordo com ele, as ameaças começaram após o órgão multar os fazendeiros em R$ 300 mil. “A Funai está dando toda assistência para eles, acompanhando o caso e dando cestas básicas, mas dependemos do julgamento do caso para resolver o problema”, afirma.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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