EMBRAPA VAI APROFUNDAR PESQUISAS DOS EFEITOS DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS EM CULTURAS TRADICIONAIS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2008

10 de Fevereiro de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) além dos estudos já em fase mais avançada dos impactos do aquecimento global sobre a produção nacional de soja, milho e café também está em empenhada em traçar cenários para o arroz, o trigo e o feijão. A informação é do pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Fábio Marinho, para quem o feijão desperta uma preocupação especial. “É uma cultura muito sensível à falta de água”, ressaltou em entrevista à Agência Brasil.

Em relação ao arroz, o cenário é menos grave pelo fato de boa parte da produção brasileira ser feita em áreas irrigadas, segundo o pesquisador. Seriam impactadas com mais força apenas áreas onde se produz arroz de sequeiro.

O especialista lembrou que as projeções não significam necessariamente cenários trágicos para os agricultores, mas representam um sinal para o planejamento de políticas públicas.

“É um alerta importante de que nós precisamos pesquisar essas culturas e investir em melhoramento genético. Assim como soja está saindo na frente [pesquisadores já desenvolvem um tipo de grão mais resistente ao clima seco] as outras culturas precisam de estudos e recursos para que os 'melhoristas' desenvolvam variedades mais aptas à nova condição”, expliocu Marinho. “Se nada for feito, podemos ter um impacto muito forte”, ressaltou.

Marinho destacou ainda que na condição de país tropical, o Brasil é muito dependente da agricultura . “O nosso PIB [Produto Interno Bruto], de 30% a 35% decorre do agronegócio. A gente precisa cuidar da galinha dos ovos de ouro do país”.

Apesar da Embrapa trabalhar no sentido de evitar a necessidade de agricultores futuramente terem que mudar de cultura, a hipótese não pode ser de todo descartada, ponderou Marinho. “Para o agricultor, trocar de cultura não é como trocar de casa ou de carro, mas isso pode acontecer. A gente tenta manter a cadeia, a geografia agrícola, mas eles podem vir a ser convidados a mudar”, alertou.

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Só modernização pode reduzir impactos do clima na agricultura, mostra estudo

10 de Fevereiro de 2008 - Marco Antônio Soalheiro* - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Os impactos das mudanças climáticas nas próximas décadas para os produtores rurais vão variar conforme o tipo de tecnologia em cada região. É o que concluem os cientistas Molly Brown, da Agência Espacial Norte Americana (Nasa), e Christopher Funk, da Universidade da Califórnia, em artigo publicado na Revista Science do último dia 1º. O texto analisa pesquisa produzida em conjunto por profissionais da Universidade de Stanford, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore e do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica.

A sofisticação tecnológica é apontada como fator determinante para uma produção mais resistente às questões climáticas e agrícolas: “Insegurança alimentar, portanto, não é produto somente do determinismo climático e pode ser abordada por melhorias na economia e políticas agrícolas em escalas local e global”.

O artigo destaca uma diferença “extrema” de produtividade entre fazendas que utilizam técnicas de plantio manuais e outras que trabalham com fertilizantes à base de petróleo, pesticidas, mecanização e biotecnologia. Os fazendeiros mais pobres têm um sistema agrícola simples e teriam dificuldade em responder de forma eficiente aos impactos das mudanças climáticas.

“Esta deficiência pode ser agravada por políticas macroeconômicas que criam desestímulos ao desenvolvimento da agricultura, como os subsídios nos Estados Unidos e na Europa e programas de transferência de dinheiro pobremente implantados”, lembram Brown e Funk.

Uma das estratégias sugeridas às comunidades pobres no estudo seria a substituição da produção de milho por sorgo, que requer menos água e tem maior tolerância ao clima quente e seco. Ações de governo, como aperfeiçoar o monitoramento climático e sistemas de alertas preventivos, seriam importantes para reforçar programas de desenvolvimento da agricultura.

O estudo diz que as mudanças climáticas podem provocar redução significativa da produção global de milho, trigo e arroz. Os reflexos seriam sentidos na queda de rendimento de comunidades “subalimentadas” e no aumento do preço das commodities (produtos primários negociados em bolsas de mercadorias).

Mas os cientistas apontam uma saída: “A produtividade agrícola muito baixa em países com insegurança alimentar representa uma grande oportunidade. Transforme este sistema de agricultura através de sementes melhoradas, fertilizantes, uso da terra e governança, e a segurança alimentar pode ser atingida por todos.”

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Milho e soja serão as culturas mais prejudicadas pelo aquecimento global, segundo Embrapa

10 de Fevereiro de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mantém equipes trabalhando em duas frentes sobre o aquecimento global: uma traça os principais impactos e a outra desenvolve variedades mais resistentes. Entre os cenários já vislumbrados, os efeitos mais graves do aumento da temperatura nas próximas décadas seriam sentidos especialmente pelo milho e pela soja, as duas principais culturas anuais do país.

“Essas culturas passariam a ter condições climáticas desfavoráveis na época em que necessitam muito de condições propícias como chuvas e temperaturas amenas na fase de florescimento”, afirmou o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Fábio Marinho, em entrevista à Agência Brasil.

O pesquisador explicou que a agricultura brasileira não precisa hoje de irrigação em grande parte da área cultivada por contar com chuvas ainda em volume adequado e bem distribuídas. Entretanto, a se confirmarem as previsões do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), o aumento de temperatura elevaria a demanda de água e se as chuvas não caírem de forma proporcional, as culturas passariam a ter deficiência hídrica e perderiam produtividade.

“Considerando que as chuvas permaneçam a mesma coisa e que a temperatura aumente de 2 a 4 graus nas próximas décadas, não será possível atender a demanda da soja e do milho”, disse Marinho.

As conseqüências no cenário nacional seriam, segundo o pesquisador, o agravamento da deficiência hídrica no Nordeste e perda de produtividade no cerrado, hoje de agricultura pujante. “A distribuição de chuva no cerrado não é tão boa. O volume é considerável, mas concentrado em quatro ou cinco meses do ano, mas isso pode não ser suficiente para atender a demanda toda".

A boa notícia trazida pela Embrapa é o fato dos pesquisadores da empresa já terem conseguido avanços na adaptação de plantas e grãos a partir de modificações genéticas naturais. Está em desenvolvimento, segundo informou Marinho, uma variedade de soja “mais resistente à seca e apta ao cultivo em regiões onde a disponibilidade de água não é a ideal.”

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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