MARINA DIZ QUE PRODUTORES RURAIS EM SITUAÇÃO LEGAL NA AMAZÔNIA NÃO PRECISAM TEMER DECRETO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2008

14 de Fevereiro de 2008 - Gilberto Costa - Repórter da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse hoje (14) que os empresários do agronegócio na Amazônia que estão em situação regular não precisam se preocupar com o decreto presidencial que restringe o crédito de bancos oficiais aos municípios que mais desmatam.

De acordo com a ministra, o decreto reafirma a presença do Estado na Amazônia.

“Quem fez certo não precisa ficar com medo. Agora, os que fazem errado, em enfrentamento à lei e ao Estado, aí não tem como ter conivência. Nós temos que, para o próprio bem da Amazônia e o bem dos empreendedores, acabar com essa história de que a Amazônia é terra de ninguém. Isso só prejudica o meio ambiente e prejudica a própria atividade agropecuária no nosso país", afirmou a ministra.

Estimativa do sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que o desmatamento na Amazônia pode ter atingido 7.000 quilômetros quadrados nos últimos quatro meses do ano passado.

A área ambiental do governo federal tem sido criticada pelos ruralistas que avaliam que as medidas contra o desmatamento foram baseadas em informações não confirmadas.

O diretor de Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Flávio Montiel, contesta as críticas e defende o monitoramento da floresta.

"Nenhum sistema é perfeito. Quando o Deter estava apontando indicativo de queda, ninguém questionou os dados. Agora, quando começa a crescer [o indicativo de desmatamento], começam a questionar, por quê? Qual interesse está por trás disso? Isso é que a gente precisa esclarecer. Essa argumentação precisa estar transparente".

Flávio Montiel e a ministra Marina Silva estiveram nesta quinta-feira (14), em Belém, no Seminário de Avaliação e Planejamento das Ações de Monitoramento e Controle do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento, promovido pelo Ibama, que contou com a participação da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do Exército e da Marinha.

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IBGE não inclui extração ilegal no índice de redução na produção de madeira

12 de Fevereiro de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Enquanto o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou aumento do desmatamento na Amazônia no segundo semestre de 2007, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o setor madeireiro, historicamente ligado à devastação da floresta, teve recuo de 6,1% em sua produção no mesmo ano.

O levantamento do IBGE, no entanto, não considera a extração de madeira ilegal. "Só pesquisamos empresas legalizadas, regularizadas na Receita Federal. A extração de madeira ilegal não apuramos, não temos como pesquisar”, explicou o economista Fernando Abritta, da Coordenação de Indústria do Instituto, em entrevista à Agência Brasil.

O segmento de madeira, segundo o técnico, representa apenas 1,5% da produção agroindustrial brasileira. A maioria das empresas pesquisadas pelo IBGE está no Pará, em Santa catarina e no Paraná. O recuo de 6,1% em 2007 refere-se apenas à madeira serrada – o setor, integralmente, recuou 3,2% no período, se considerados produtos como portas, janelas, painéis, molduras e caixotes, explicou.

A pesquisa do IBGE aponta dois fatores que contribuíram para a menor produção das madeireiras: maior fiscalização de órgãos ambientais e valorização do real ante o dólar, o que “faz com que a receitas da exportação de madeira e derivados se torne menor”.
Entre as atividades apontadas por ambientalistas como principais responsáveis pelo desmatamento recente da Amazônia, a pecuária registrou, conforme o IBGE, crescimento de 2,8% nos seus setores agroindustriais e a soja, de 5,5% na produção de derivados. O índice alcançado pelo grão estaria relacionado à safra recorde, às cotações favoráveis no mercado internacional e à demanda interna.

“A soja, assim como o milho, é um componente importante na fabricação de rações para aves e suínos”, lembrou Abritta.

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Pastoral vê ligação direta entre violações de direitos humanos e avanço do agronegócio

1 de Fevereiro de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - As ocorrências de trabalho escravo no Brasil ainda resistem porque estão vinculadas à expansão de atividades econômicas agrícolas que contam com preços internacionais favoráveis. A avaliação é do coordenador da campanha de combate ao trabalho escravo da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Frei Xavier Plassat, que comentou hoje (1º) os resultados da pesquisa divulgada pela organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch.

Ao lembrar que a Região Centro-Oeste já superou a Região Norte em número de trabalhadores explorados, o frei afirmou que “isso significa que o avanço do agronegócio, da cana e da soja no cerrado se faz à custa de trabalho degradante.”

Em 2007, segundo a CPT, foram libertadas pelas equipes móveis do Ministério do Trabalho e Emprego 5.968 pessoas submetidas a condições análogas à escravidão. O número registrado foi recorde dos últimos 15 anos. Desse total, 2.829 foram encontradas no Centro-Oeste, 2.036 no Norte e 743 no Nordeste.

A CPT aponta avanços crescentes na fiscalização, pois 80% das libertações ocorridas (contabilizadas desde 1995) se deram a partir de 2003.

“Mesmo assim, temos pontos de resistência fortes. Descobrimos trabalho escravo em regiões que aparentavam estar isentas, como Mato Grosso do Sul, onde mais de mil índios forram libertados de canaviais, Goiás, São Paulo e Minas Gerais”, ressalvou Frei Xavier.

O coordenador da CPT revela que aproximadamente 60% das denúncias de trabalho degradante recebidas pela entidade se referem à pecuária, seguida pela soja, algodão, cana e carvoarias.

A impunidade também foi criticada pelo Frei Xavier Plassat ao lembrar que ninguém foi responsabilizado até agora pela chacina de fiscais do trabalho ocorrida em Unaí (MG) há 4 anos. "Há muita lentidão nos procedimentos na Justiça criminal. A quantidade de recursos possíveis é grande."

Para que o Brasil caminhe na erradicação dessa modalidade de crime contra os direitos humanos, o coordenador da CPT diz que é necessário ir além do reforço na estrutura de fiscalização.

“Libertar do trabalho não erradica a escravidão. Tem que se evitar o recomeço, com políticas de reforma agrária, inclusão social, geração de emprego e renda para que ninguém tenha que sair de casa, enfrentar longas migrações e aceitar qualquer condição que se apresente.”

Frei Xavier Plassat destacou como sinal de melhoria e “esperança” o fato de os estados do Tocantins, Maranhão, Piauí, Pará e da Bahia terem elaborado planos de erradicação do trabalho escravo.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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