PESQUISA CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2008

(22/02/2008) O município de Niquelândia (GO), como o próprio nome indica, é uma terra rica em níquel. Para entender as relações entre os metais do solo, a vegetação e os impactos da atividade mineradora sobre organismos do solo e da água, uma equipe da Embrapa Cerrados (Planaltina - DF) está estudando os rejeitos do beneficiamento do ferroníquel e as potenciais plantas acumuladoras de níquel, entre outras atividades, na região a 330 km ao norte de Brasília.

A pesquisa, que prossegue até janeiro de 2009, data de conclusão do projeto “Avaliação ambiental em área de mineração de níquel no Brasil: perspectivas para remediação e uso sustentável” irá gerar informações úteis para a recuperação de áreas degradadas do Cerrado e para uma maior sustentabilidade ambiental da atividade mineradora de níquel.

O projeto conta com a participação de 14 pesquisadores, dentre eles, doutores das universidades de Melbourne, de Paris e de Brasília. A pesquisa conta ainda com a parceria do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD – França), do Instituto Nacional Politécnico de Lorraine (INPL – França) e da Codemin (Anglo American).

Caracterização microbiana

O impacto que a atividade de mineração exerce sobre a flora do Cerrado também está sendo estudado no projeto “Relações entre os metais do solo e a biodiversidade do Cerrado: ferramentas para a conservação ambiental e a recuperação de áreas degradadas do Cerrado”.

O pesquisador Eduardo Cyrino, da Embrapa Cerrados, explica que a primeira pesquisa está gerando dados para os estudos. A equipe está determinando a composição química e fazendo a caracterização microbiana do solo estéril.

A análise irá determinar a viabilidade de revegetar a área minerada com plantas nativas da região. “Já existem algumas experiências de revegetação, mas principalmente com plantas forrageiras”, destaca.

Resultados preliminares


Eduardo Cyrino e a pesquisadora Leide Miranda de Andrade apresentaram os resultados preliminares e as perspectivas futuras, no dia 11 de fevereiro na Codemin, em Barro Alto (GO), município próximo a Niquelândia onde também ocorrem atividades de mineração.

“No corpo do projeto existem outras áreas de pesquisa, mais especificamente na parte de geologia e mineralogia, já com muitos resultados publicados, e a parte de biologia molecular das plantas acumuladoras que está em fase inicial com objetivo de tentar conhecer o mecanismo de ação para tais plantas acumularem níquel”, explica Cyrino.

O pó de calcinação e a escória, outros dois tipos de rejeito do processo de beneficiamento do ferroníquel, também estão sendo caracterizados. As análises microbiológica, química e ecotoxicológica irão determinar a toxicidade dos rejeitos e suas necessidades nutricionais buscando viabilizar a possibilidade de plantio sobre o material.

A coleta dos rejeitos é feita na área da usina Codemin, do grupo Anglo American. A empresa produz cerca de 6 mil toneladas de níquel contido em ferroníquel por ano, montante que corresponde a 30% da produção brasileira do metal.

A identificação de plantas tolerantes ao níquel também está sendo feita. O analista Zenilton Miranda, conhecedor da flora herbáceo-arbustiva do Cerrado, e estagiários da Embrapa Cerrados, equipe coordenada pela pesquisadora Fabiana de Gois Aquino, está realizando os levantamentos florísticos e fitossociológicos.

Alta concentração

Segundo Miranda, o estudo é conduzido em três áreas distintas: locais com alta concentração do níquel e alta biodisponibilidade; com alta concentração e baixa biodisponibilidade, e, finalmente, áreas com baixa concentração e, portanto, baixa disponibilidade desse metal.

O grupo está percorrendo as áreas pertencentes à mineradora para quantificar e identificar as espécies nativas presentes na vegetação. “A identificação das plantas que medram em locais com elevados teores de níquel é o primeiro passo para se entender os mecanismos que permitem a convivência dessas plantas com tais ambientes edáficos”, comenta Fabiana.
Gustavo Porpino de Araújo

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Livro aborda impactos ambientais do lodo de esgoto na agricultura

(26/02/2008) Desde 1999 a Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, conduz experimentos sobre o impacto ambiental do uso agrícola do lodo de esgoto, para fornecer informações sobre esses impactos de forma continuada e em longo prazo.

Para prestar contas à sociedade sobre esses estudos, a Embrapa lançou o livro “Lodo de esgoto – impactos ambientais na agricultura”, que oferece análises sobre os impactos ambientais do uso continuado do lodo de esgoto em solos tropicais cultivados, permitindo definir protocolos que garantam a segurança ambiental em termos tanto de tratamento final do lodo pelas empresas geradoras quanto de uma correta disposição na agricultura.

Os resíduos sólidos no Brasil são estimados em 100 milhões de toneladas/ano, incluindo o lodo de esgoto. Entre os impactos ambientais relacionados estão a poluição química e biológica do solo e água e a poluição do ar, com conseqüências na biodiversidade e na estrutura e funcionamento dos ecossistemas, que afetam a saúde e o bem estar das populações humanas.

A decisão de se concentrar as atenções nos aspectos ambientais da aplicação do lodo foi importante porque muitas informações sobre o seu potencial como condicionador de solo e fornecedor de nutrientes estavam disponíveis, não ocorrendo o mesmo com os aspectos ambientais, explica o pesquisador Wagner Bettiol, coordenador do projeto e do livro

“Tendo em vista o seu teor de matéria orgânica e elementos químicos, o lodo de esgoto é estudado como fonte de carbono e nutrientes na agricultura, sendo considerado alternativa de baixo custo”, diz Bettiol. “Entretanto, a possibilidade de presença de patógenos e de metais pesados exige cuidados visando a segurança do aplicador e do ambiente”.

“O livro apresenta resultados fundamentais para um tema em que a definição de normas para tratamento, transporte, comercialização e disposição final são urgentes”, enfatiza Bettiol.

Participaram do projeto a Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ), o Instituto Agronômico de Campinas, o Instituto Biológico do Estado de São Paulo, a Universidade Estadual Paulista, a Universidade de São Paulo, a Universidade de Taubaté, a Universidade Federal do Paraná, a Universidade Federal de Lavras e a Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo.
Cristina Tordin

 
 

Fonte: Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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