ESTUDO APONTA 96% DAS TERRAS DA AMAZÔNIA LEGAL AINDA NÃO REGULARIZADOS NO INCRA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2008

3 de Março de 2008 - Leandro Martins - Repórter da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - Noventa e seis por cento das terras da Amazônia Legal, que compreende os estados da Região Norte, mais o Mato Grosso e o oeste do Maranhão, pertencem a propriedades ainda não regularizadas no Instituto Brasileiro de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

A conclusão é de estudo divulgado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que aponta ainda que 31% do território da Amazônia não têm cadastro válido. Essa área soma um 1,580 milhão de quilômetros quadrados, o que equivale ao tamanho do estado do Amazonas.

Do total do território da Amazônia, a pesquisa aponta que 43% das propriedades na região são áreas legalmente criadas como áreas protegidas. Existem ainda as áreas supostamente privadas, mas não totalmente legalizadas no Incra, que somam 32%. Do total de propriedades, 4% estão com a documentação legalizada.

Os 21% restantes, segundo o pesquisador Paulo Barreto, "são terras públicas fora das áreas protegidas". Ele explicou que "embora elas legalmente sejam públicas, pode ter gente ocupando alguma dessas áreas, posseiros recentes que não se cadastraram no Incra, e também populações tradicionais, ribeirinhos, e também tem população indígena em área em que ainda não foi reconhecida a terra indígena".

O estudo do Imazon durou um ano e meio e envolveu três pesquisadores do instituto.

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Até o dia 2 de abril, os proprietários e ocupantes de terras com área correspondente a mais de quatro módulos fiscais (no tamanho mínimo de 60 hectares) deverão procurar as superintendências, unidades avançadas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ou unidades municipais de cadastramento (em prefeituras conveniadas) nos estados do Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia – onde estão os municípios que concentram 50% do desmatamento na Amazônia.

O recadastramento rural é obrigatório e os donos ou posseiros devem levar ao Incra documentos que comprovem a titularidade ou posse pacífica da terra – certidão imobiliária original, título do domínio definitivo, licenças e autorizações de uso, contratos de compra e venda, ou contratos de alienação –, além de plantas e memoriais descritivos com as coordenadas geográficas da área.

O memorial deve ser preparado por engenheiro agrônomo, civil ou agrimensor credenciado no Conselho Regional de Engenharia e Agricultura (Crea). Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o custo do laudo é de R$ 10 a R$ 15 por hectare.

O presidente do Incra, Rolf Hackbart, destacou a importância do recadastramento, para "saber quem ocupa as áreas e como" e lembrou que "o resultado vai ser a regularização fundiária – nós precisamos dar estabilidade a quem produz".

Anaximandro Almeida, assessor técnico da Comissão de Assuntos Fundiários da CNA, esclarece que o recadastramento "não faz prova de propriedade, não caracteriza posse de boa fé e nem gera direito subjetivo de regularização fundiária", mas "pode ser uma oportunidade futura, não em curto prazo, de regularização".

Outro efeito do cadastramento será melhorar o monitoramento ambiental. De acordo com Fernanda Carvalho, assessora do Departamento de Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, o "retrato da situação fundiária" vai gerar "governabilidade sobre as terras". Ela lembrou que 47% da Amazônia são terras públicas, que estavam expostas ao uso irregular e conseqüente desmatamento.

"A expansão da fronteira agrícola por toda a Amazônia contava com essas terras públicas e a falta de controle do governo para ocorrer", explicou.

Rolf Hackbart acrescentou que o recadastramento e a regularização irão favorecer a proteção ambiental: "Não existe planejamento de desenvolvimento sustentável, não existe proteção do meio ambiente sem que as terras estejam regularizadas."

De acordo com o Incra, a área total dos 36 municípios alcança 77,9 milhões de hectares, dos quais 48 milhões seriam ocupados por mais de 15 mil médias e grandes fazendas.

As áreas com menos de quatro módulos fiscais – cerca de 42 mil imóveis, com 4 milhões de hectares – iniciarão o recadastramento após a campanha destinada aos maiores imóveis rurais.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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