PESQUISADORES DO INPA REINTRODUZEM PEIXES-BOI EM RIO AMAZÔNICO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2008

3 de Março de 2008 - Amanda Mota - Repórter da Agência Brasil - Manaus - Um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) fez nesse domingo (2) a reintrodução de dois peixes-bois em seu habitat. Para os especialistas, o fato é um marco para a Amazônia e uma tentativa de colocar em equilíbrio as populações dessa espécie que podem chegar a viver 60 anos e a pesar 450 quilos, mas que por serem extremamente dóceis estão quase em extinção.

Segundo o pesquisador Fernando Rosas, os dois animais são machos e cada um tem cerca de oito anos. "Ainda bem pequenos, eles ficaram órfãos, provavelmente porque suas mães foram capturadas numa pesca irregular. Depois disso, foram resgatados por agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e conduzidos à sede do Inpa em Manaus", conta Rosas.

Desde então, os pesquisadores tiveram todo o cuidado necessário com os peixes-bois, inclusive com a amamentação, que foi feita por dois anos na mamadeira. "Há anos, o Inpa trabalha com a reabilitação de peixes-bois, incluindo estudos fisiológicos, comportamentais e nutricionais, e chegamos ao momento certo quanto ao domínio sobre a biologia da reprodução desses animais. Acreditamos que chegou a hora de começar a recolocar esses animais no ambiente natural. É hora não só de criar peixe-boi em cativeiro, mas também, em um futuro próximo, de repovoar algumas áreas da Amazônia em que a espécie está em níveis críticos e baixos em termos populacionais", acrescenta Fernando Rosas.

É a primeira vez que animais dessa espécie voltam para as águas dos rios amazônicos, depois de terem passado a infância em cativeiro controlado pelos pesquisadores do Inpa. De Manaus, os peixes-bois foram levados em uma viagem de quase oito horas de barco - acomodados em colchões umedecidos com água limpa - para o rio Cuieiras, que fica a cerca de 60 quilômetros ao norte da capital amazonense.

Cada um pesa atualmente cerca de 180 quilos e no local escolhido para serem soltos não há tradição de caça desse tipo de animal. Mesmo assim, durante dois anos, os pesquisadores do Inpa fizeram um intenso trabalho de reeducação ambiental e preparam a comunidade local para o convívio com o animal.

"Ainda nos preocupa a existência da caça do peixe-boi. O animal costuma ser apreciado na Amazônia pelos caboclos que o capturam para se alimentar. Isso requer um estudo de reeducação ambiental intenso. Não adianta soltar um peixe-boi se ele vai ser morto pouco tempo depois", explica Rosas.

Já em Cuieiras, os animais ficarão abrigados por uma semana em um tanque-rede, com o objetivo de promover sua completa adaptação ao local. Tudo será monitorado pelos pesquisadores e só então os peixes-bois serão verdadeiramente libertados. Em cada um deles será colocado um radiotransmissor que vai ajudar os pesquisadores a estudar o comportamento da espécie e, com isso, subsidiar as ações para preservação do animal na Amazônia.

A preocupação com a sobrevivência do peixe-boi está relacionada ao fato de a espécie ser presa fácil para pescadores que desconhecem os períodos de reprodução e gestação desses animais e podem promover a caça descontrolada. Além disso, a fêmea do peixe-boi só tem um filhote de cada vez. O período entre uma gravidez e outra leva no mínimo três anos e o período de amamentação dos filhotes é de dois anos.

"O mais importante agora será a colaboração dos comunitários porque eles são a chave do sucesso desse projeto. A gente não pode correr risco de que esse animal seja abatido. A educação ambiental está sendo feita nessas comunidades, mas a população tem que se conscientizar de que esses dois animais podem se aproximar de comunidades ou vilas, porque eles sempre tiveram contato com seres humanos. Contudo, as pessoas que cuidavam deles não tinham a menor intenção de prejudicá-los. O manuseio para eles é uma coisa normal e por isso a colaboração dessas pessoas é fundamental para a reintrodução", afirma.

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Especialistas discutem em Pernambuco criação de áreas marinhas protegidas

4 de Março de 2008 - Priscila Galvão - Da Agência Brasil - Brasília - A Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap), o Instituto Chico Mendes e a Rede Costeiro - Marinha e Hídrica (Avina) discutem entre hoje (4) e quinta-feira (6), em Tamandaré (PE), a criação de áreas marinhas protegidas no país. O encontro será no Centro de Pesquisa e Gestão dos Recursos Pesqueiros do Litoral do Nordeste (Cepene).

De acordo com o chefe do Cepene, Antônio Clerton de Paula Pontes, a idéia é possibilitar que as áreas marinhas protegidas sejam instrumento de conservação da biodiversidade e de aumento da produção pesqueira.

“Ainda temos só 0,05% da área total da nossa zona econômica exclusiva constituída de unidade de conservação marinha. A idéia de aumentar esse percentual de áreas marinhas protegidas é uma diretriz exclusiva do Ministério do Meio Ambiente”, disse.

Segundo ele, a medida ajudaria a preservar, por exemplo, áreas de ocorrência de recifes de coral, que contam com biodiversidade muito grande e ficam em locais de mar aberto. Para chamar a atenção sobre a importância da conservação dos recifes de coral, 2008 foi escolhido como o segundo ano internacional dedicado a esse ecossistema.

O primeiro foi 1997. “Realizamos naquele ano um workshop internacional, para discutir a proteção de recifes de coral no Brasil e dessa reunião surgiu a criação da Área de Proteção Ambiental Costas dos Corais”, lembra Pontes.

Segundo ele, o evento em Pernambuco será uma oportunidade de “marcar uma posição para o estabelecimento de áreas marinhas protegidas”.

A proposta será discutida com base no modelo de criação de uma área marinha protegida em Tamandaré. Também será avaliada a adoção, em médio prazo, de uma política nacional de reservas legais marinhas, como estratégia para o aumento da produção pesqueira e conservação da biodiversidade.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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