ATERROS PÚBLICOS DA CAPITAL PAULISTA ESTÃO DESATIVADOS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2008

9 de Março de 2008 - Petterson Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - A capital paulista gera por dia 15 mil toneladas de lixo diariamente e seus dois aterros públicos estão fechados por não suportar mais o armazenamento de resíduos. Desta forma, de acordo com informações da assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Serviços, todo lixo gerado na cidade está sendo destinado para aterros particulares, alguns fora do município.

O aterro sanitário Bandeirantes, localizado no bairro de Perus, foi desativado em março. Tinha capacidade para 40 milhões de toneladas de lixo, recebia em média 5,5 mil toneladas diariamente e operava desde 1979.

De acordo com a secretaria, o aterro está passando por estudos técnicos “com possibilidade de alongamento de vida útil ou utilização de uma nova área para receber os materiais”. Enquanto isso, a empresa que administra o Aterro Bandeirantes, Logística Ambiental de São Paulo SA (Loga), está encaminhando os resíduos para um aterro particular localizado na cidade de Caieiras.

O Aterro São João, localizado no bairro Sapopemba, foi desativado em agosto, quando uma área lateral do aterro desmoronou. Segundo a assessoria de imprensa da empresa que administra o aterro, Ecourbis Ambiental SA, o desmoronamento “não causou impacto ambiental e o aterro foi fechado preventivamente e quatro meses antes da sua capacidade de armazenamento e vida útil”. A empresa também está destinando o lixo ao aterro particular em Caieiras e a outros aterros particulares.

O local, em funcionamento desde 1992, recebia o lixo de 6 milhões de habitantes que fazem parte de 18 das 31 subprefeituras da capital, tinha capacidade para armazenar 30 milhões de toneladas. Chegavam ali diariamente 6 mil toneladas de resíduos sólidos. Segundo a assessoria de imprensa, além de estudar reverter a liminar que suspendeu a licença de um aterro numa área anexa ao aterro São João, a empresa avalia uma solução para reabri-lo e estender sua vida útil.

Segundo a Secretaria de Serviços, a ampliação do aterro na área anexa faz parte do contrato entre a prefeitura e a empresa. O novo local terá capacidade de receber diariamente 6,5 mil toneladas de lixo e vida útil prevista em dez anos.

De acordo com o secretário geral da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Walter Capello Junior, tanto o Aterro São João como a área anexa são de grande importância para São Paulo. Ele opina que, apesar das questões jurídica, técnica e ambiental, ambos devem começar a funcionar em breve.

“O São João tem possibilidade de ser ampliado e não há mais área em São Paulo para fazer aterros. A parte técnica foi toda refeita para receber resíduos e toda documentação está preparada.”

Capello Junior não tem a mesma opinião sobre o Aterro Bandeirantes: “Eu acho que não dá para estendê-lo, mas é uma coisa que precisa ser estudada e pensada”.

Ele avalia que a mobilização popular e o apreço jurídico para as questões dos aterros, sobretudo pelo impacto ambiental, “são fatores normais de seguimento do processo e faz parte do debate”. E diz que a população pode contribuir muito com o problema do lixo nas grandes cidades, participando mais do ciclo de reciclagem e criando demandas de mercado para produtos recicláveis.

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Licenciamento para novo aterro em São Paulo segue suspenso pela Justiça

9 de Março de 2008 - Petterson Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - O licenciamento ambiental para o aterro sanitário Central de Tratamentos de Resíduos Leste, na capital paulista, está suspenso desde o final de fevereiro. A liminar suspendendo o processo foi concedida pelo juiz Victorio Giuzio Neto, da 24ª Vara Federal Cível de São Paulo, a partir de ação do Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo.

Com a decisão, de acordo com informações do MPF, a Secretaria do Meio Ambiente (SMA), do governo estadual, fica obrigada a aguardar a sentença ou nova decisão no curso do processo judicial para expedir a licença prévia do empreendimento.

A liminar também veta que a Caixa Econômica Federal (CEF) formalize contrato de financiamento com a empresa responsável pelo projeto do aterro sanitário, Ecourbis Ambiental SA. A alegação é que a Ecourbis pode captar recursos pelo Ministério das Cidades, por meio de programa da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental.

O aterro está previsto para ser construído na zona leste da cidade, divisa com o município de Mauá, numa área anexa ao Aterro São João. Esse, também administrado pela empresa Ecourbis, está fechado desde agosto após um deslizamento.

Na decisão de fevereiro, o juiz Giuzio Neto diz que o impacto ambiental do aterro pode provocar efeitos mais graves no município vizinho do que na capital. A procuradora da República Rosane Campiotto, autora da ação ajuizada em 21 de fevereiro, manifesta a mesma opinião.

“Concordo com ele nesse sentido: pelo fato de estar localizado bem na divisa – está na ponta e distante do centro e da população em geral –, atinge muito mais a população de Mauá, que é uma cidade pequena, do que a de são Paulo”, diz.

Segundo a procuradora, a ação pede a anulação da última audiência pública realizada em Mauá, em 24 de janeiro, por não ter respeitado a legislação no que diz respeito a critérios de , divulgação e adequação de espaço para comportar os participantes. As audiências públicas são previstas por resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

Campiotto relata que a audiência chegou a ser instalada e suspensa porque não tinha condições de trabalho – segundo ela, o lugar não comportava a quantidade de moradores que queriam participar e dificultava o acesso das pessoas com deficiência –, e remarcada para a semana seguinte. “Tem que ter um intervalo de 20 dias úteis entre a convocação e a realização da audiência. Não se pode atropelar a legislação a pretexto de se fazer as coisas do dia para a noite”, argumentou.

A procuradora disse ainda que a medida não trata do empreendimento e do estudo de impacto ambiental (EIA): “O estudo e a viabilidade não são objetos desta ação. Se houver alguma coisa errada a gente vai impetrar uma ação por essas questões”.

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com a SMA, mas, de acordo com a assessoria de imprensa, ninguém do órgão estava disponível para comentar a decisão da Justiça.

De acordo com a assessoria de imprensa da Ecourbis, a empresa está analisando a liminar e só se manifestará na quarta-feira (12). A empresa informou que, além de trabalhar para conseguir o licenciamento na área anexa ao São João, analisa a possibilidade e condições para reabrir o próprio aterro.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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