CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL TERÁ CONTEÚDO SOBRE HISTÓRIA E CULTURA INDÍGENA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2008

13 de março - O ensino de história e cultura indígena e afro-brasileira passou a ser obrigatório para alunos do ensino médio e fundamental. Uma lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 10 de março inclui a obrigatoriedade da temática no currículo das escolas públicas e particulares.

Para Maria Helena Fialho, coordenadora-geral de Educação na Funai, a lei favorece a disseminação de informações relacionadas ao processo histórico e à importância dos povos indígenas na redução dos preconceitos. “A Funai se dispõe, nesse sentido, a fazer qualquer processo de discussão para contribuir na construção do componente didático indígena na grade curricular”, explica Maria Helena.

O conteúdo programático que se refere à lei incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil. Também será destacado o papel dos índios e negros na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.

A educadora e membro titular da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), Pierlângela Nascimento Cunha Wapichana, acredita que a lei posiciona os povos indígenas em um novo patamar no cenário nacional da educação. “Nossa esperança é que o povo brasileiro reconheça a diversidade dos povos indígenas e que valorize e respeite essa diversidade. Somente nos preocupa a forma em que será repassado esse conhecimento aos estudantes”, afirma Pierlângela.

Segundo o Diretor do Departamento de Educação para Diversidade e Cidadania da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), Armênio Bello Schmidt, a lei valoriza a diversidade do conhecimento dos povos indígenas, exigindo esforço na formação dos professores não indígenas. “Os municípios e estados terão que criar alternativas para a formação e capacitação dos professores. Outro fator importante é a inserção da diversidade dos povos indígenas, a língua, religião, costumes, enfim, a cultura indígena, nos livros didáticos escolares”, afirmou Armênio Schmidt.

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Comissão Nacional de Política Indigenista reúne-se na Terra Indígena Potiguara de Monte-Mor na Paraíba

13 de março - Membros da Subcomissão de Políticas Públicas, Orçamento e Gestão durante encontro que antecede a reunião da CNPI .A segunda reunião extraordinária da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI) iniciou nesta quinta-feira, 13/03, em João Pessoa/PB. Este ano, alguns encontros acontecerão fora do Distrito Federal, para aproximar os membros da comissão e as comunidades indígenas. Na Paraíba o encontro acontece na Terra Indígena Potiguara de Monte-Mor, que teve sua portaria declaratória assinada pelo ministro Tarso Genro em dezembro do ano passado. Com superfície de 7.487 hectares a T.I. localiza-se nos municípios de Rio Tinto e Marcação e congrega 29 aldeias do grupo indígena Potiguara.

A CNPI foi instituída por Decreto Presidencial em 2006 e implantada, por meio de Portaria Ministerial, no dia 19 de abril de 2007. Cabe à CNPI a responsabilidade de desenvolver estratégias de monitoramento e avaliação das atividades de órgãos federais relacionadas com a área indigenista. Além disso, a Comissão deverá propor e acompanhar a atualização de leis, diretrizes e normas, incentivando a participação dos povos indígenas e apoiando os diferentes órgãos responsáveis pela execução das ações dirigidas aos índios.

Subcomissão de Gênero, Infância e Juventude durante atividades da equipe .Para facilitar as discussões e o aprofundamento das questões relacionadas à política indigenista no Brasil, na primeira reunião ordinária da CNPI, em junho de 2007, foram criadas subcomissões temáticas. Os nove grupos de trabalho tratam de assuntos específicos sendo: subcomissão para o acompanhamento de empreendimentos com impactos em Terras Indígenas; de justiça, segurança e cidadania; de terras indígenas; de etnodesenvolvimento; de assuntos legislativos; de saúde indígena; de educação escolar indígena; de gênero, infância e juventude; e de orçamento e gestão. Os trabalhos das subcomissões antecedem a reunião da CNPI, que tem a duração de dois dias.

A segunda reunião extraordinária e primeira de 2008 da comissão abordará, dentre outros temas debatidos nas subcomissões, o Projeto de Lei que regulamenta o aproveitamento de recursos hídricos nas Terras Indígenas. No encontro anterior, na primeira quinzena de dezembro, a bancada da CNPI assistiu à apresentação sobre o componente indígena e o licenciamento ambiental em empreendimentos do PAC que afetam T.I’s, conduzida pela Coordenação-Geral de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente (CGPIMA) da Funai.

No próximo sábado, 15/03, os membros da CNPI passam o dia visitando e conhecendo a realidade de algumas aldeias da T.I Potiguara de Monte-Mor.

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Indígenas de Roraima realizam assembléia geral na região do Surumu

14 de março - Iara Vasco, Coordenadora-Geral de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente, apresenta políticas de gestão ambiental para Povos Indígenas de Roraima.A 37ª Assembléia Geral dos Povos Indígenas de Roraima reuniu, entre os dias 05 e 09 de março de 2008, mais de 1.000 lideranças na aldeia Surumu, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Representantes das etnias Macuxi, Wapichana, Yanomami, Wai-wai, Ingarikó, Sapará, Taurepang e Ye'cuana debateram questões relacionadas ao meio-ambiente, desenvolvimento sustentável, mineração, fiscalização, proteção, promoção à cultura e desintrusão nas Terras Indígenas de Roraima. Os tuxauas, como são chamados os caciques da região, questionaram aos diversos órgãos presentes a implementação e a sustentabilidade de políticas públicas que já estão em andamento na região de Raposa Serra do Sol.

Para o coordenador geral Jecinaldo Barbosa Cabral, da etnia Sateré Mawé, da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COAIB), as assembléias são essenciais para o fortalecimento das grandes conquistas dos povos indígenas. “A valorização da auto-estima e a conscientização dos povos indígenas a partir dos seus direitos e a partir de mecanismos das assembléias gerais de discussão coletivas, são fundamentais para que as políticas dêem certo nas nossas aldeias”, afirmou Jecinaldo. Debater o que se quer para o futuro, segundo o coordenador da COIAB, significa o fortalecimento das políticas públicas essenciais para os povos indígenas: “a garantia territorial, a proteção deste território, a saúde, o resgate da cultura e, acima de tudo, a contribuição que os povos indígenas dão para a comunidade nacional que é a proteção da Amazônia que são fundamentais.”

Proteção às Terras Indígenas e resgate cultural são temas de discussões coletivas por organizações indígenas. Participaram do encontro a Coordenadora-Geral de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente (CGPIMA), Iara Vasco, a Coordenadora de Proteção às Terras Indígenas (CPTI), Thaís Gonçalvez e técnicos do Projeto Integrado de Proteção às Populações e Terras Indígenas da Amazônia Legal (PPTAL). Além da Funai, que apoiou o evento, compareceram representantes do Ibama\RR, Ministério Público Federal e Estadual\RR, COIAB, associações indígenas e organizações não governamentais.

Conscientes da importância de preservar a flora e a fauna local, os indígenas puderam tirar dúvidas com os representantes do órgão indigenista a respeito das ações desenvolvidas na região. Iara Vasco explicou que a Funai está estruturando a implementação de uma política de gestão ambiental das T.I’s por meio de um sistema de coordenação de ações descentralizadas. O Sistema Integrado de Gestão Ambiental de Terras Indígenas (SIGATI) deverá, em médio prazo, ampliar significativamente o número de comunidades indígenas beneficiadas por políticas públicas de proteção, conservação e uso sustentável dos recursos naturais.

O SIGATI foi concebido pela Funai com o objetivo de articular e integrar iniciativas públicas e privadas nessa área e tem como base para seu desenvolvimento o Plano Plurianual de Governo, onde são detalhadas as ações que deverão ser executadas para proteger e promover os direitos dos povos indígenas ao usufruto exclusivo sobre as riquezas naturais de suas terras. A inovação do SIGATI é que ele será implementado por meio de programas temáticos construídos com as comunidades indígenas e que poderão ser compartilhados por parceiros governamentais e não governamentais que aderirem ao Sistema, com o consentimento livre, prévio e informado dessas comunidades. A formalização do SIGATI depende ainda de uma discussão dos programas propostos junto à Comissão Nacional de Política Indigenista.

Estudos etnoambientais

Na assembléia, a Funai apresentou aos tuxauas um estudo etnoambiental de nove terras indígenas do estado de Roraima. O documento servirá de ferramenta aos povos da região para trabalhar o manejo ambiental, ou seja, a melhor forma de usar os recursos naturais característicos das aldeias pesquisadas. Foram identificados, por exemplo, onde estão estes recursos, quem faz o manejo e as soluções para os problemas encontrados, como descarte de lixo nas aldeias, poluição nas águas, invasão de gado em terra indígena, incêndios, entre outros. Em alguns casos, conforme os pesquisadores, algumas aldeias já fazem o trabalho de gestão ambiental como a Aldeia Araçá, que fez um zoneamento de ilhas de mata para preservar o espaço da caça e da roça.

Para o coordenador geral do Conselho Indigenista de Roraima (CIR), Dionito José de Souza, da etnia Macuxi, esta é a oportunidade que os tuxauas têm para questionar, esclarecer dúvidas para chegar à sua comunidade e fazer o trabalho de divulgar e explicar todo o planejamento. “Você leva a proposta daqui, o que foi aprovado no planejamento, e a comunidade dá resposta se é sim ou não e aí você tem um resultado importante depois ao longo do ano”, esclarece Dionito.

Terra Indígena São Marcos

Nos dias 04, 05 e 06 de março a Associação dos Povos Indígenas da Terra São Marcos (APITSM) realizou a II Assembléia Geral. No encontro estiveram reunidos tuxauas e lideranças no Centro Maku’naimî que discutiram os projetos técnico/agrícola da comunidade, bolsas de estudantes indígenas, convênio com a Eletronorte e o planejamento e propostas para o ano de 2008.

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Governo e líderes indígenas discutem políticas de utilização de recursos hídricos

13 de março - Integrantes da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI) irão discutir na próxima reunião ordinária, nos dias 13 e 14 de março em João Pessoa/PB, o Projeto de Lei que regulamenta o aproveitamento de recursos hídricos nas Terras Indígenas. No encontro anterior, na primeira quinzena de dezembro, a bancada da CNPI assistiu à apresentação sobre o componente indígena e o licenciamento ambiental em empreendimentos do PAC que afetam terras indígenas, conduzida pela Coordenação-Geral de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente (CGPIMA) da Funai.

Instalada em abril de 2007, a CNPI contará pela primeira vez com a participação de um representante do Itamaraty, o primeiro-secretário da Divisão de Direitos Humanos, Carlos Eduardo da Cunha Oliveira. A CNPI é composta por 20 representantes indígenas e por membros do Ministério da Justiça, sendo um deles o Presidente da Fundação Nacional do Índio, Márcio Meira, que preside a Comissão, além de Casa Civil, Secretaria-Geral e Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e nove Ministérios.

Este ano, as reuniões da CNPI irão acontecer fora do Distrito Federal, aproximando membros da comissão e comunidades indígenas. Em João Pessoa, o encontro será na Terra Indígena Potiguara de Monte-Mor/PB, que teve sua portaria declaratória assinada pelo ministro Tarso Genro em dezembro do ano passado. Com superfície de 7.487 hectares a T.I Potiguara de Monte-Mor localiza-se nos municípios de Rio Tinto e Marcação e congrega 29 aldeias do grupo indígena Potiguara.

 
 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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