“ORGÂNICOS SÃO BOM PARA A SAÚDE E PARA O PLANETA”, DIZ MARCOS PALMEIRA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Março de 2008

17 de Março de 2008 São Paulo (SP), Brasil — Marcos Palmeira é fã de carteirinha de produtos orgânicos e há anos que só consome o que for plantado e colhido segundo os mandamentos da agroecologia. Quando comprou uma pequena fazenda na região serrana do Rio de Janeiro, há mais de 10 anos, não tinha a menor idéia do que era tudo isso, mas aos poucos foi se deixando seduzir. "Descobri o mundo maravilhoso da sustentabilidade", diz o ator, que hoje produz quase 60 itens, entre verduras, legumes, frutas e laticínios. "Consumindo produtos orgânicos, você não só esta fazendo bem para a sua saúde como também ajuda na preservação do planeta e na fixação do homem no campo. É um produto ético - e ética é coisa rara hoje em dia." Confira a entrevista que Marcos Palmeira concedeu para a Revista do Greenpeace.

Quando você começou a se dedicar à agroecologia? A questão ambiental pesou na decisão? Por que?
R - Quando eu comprei a fazenda, pensava apenas em produzir leite, sem me preocupar em ser ou não orgânico por pura falta de informação. Ao notar que os produtores de verdura não consumiam o próprio produto, percebi que algo estava errado. Então resolvi correr atrás de informações sobre agroecologia. Foi quando conheci o Sr. João Carlos Ávila, da Associação de Biodinâmica (ABD), e descobri então o mundo maravilhoso da sustentabilidade, onde o foco principal deve ser o solo e não a planta. A partir daí foquei a minha vida na agroecologia e hoje tenho um sócio, o engenheiro agrônomo senegalês Aly Ndjai, que me dá todo o suporte para que a fazenda produza mais sem afetar a sua preservação. Só a agroecologia permite isso - preservando a natureza, aumento minha produtividade.

O que você produz em sua fazenda atualmente? Quem são os seus principais clientes?
R - Hoje produzimos uma variedade de quase 60 itens, entre verduras, legumes, frutas e laticínio, que são vendidos para a rede de supermercados Zona Sul, do Rio de Janeiro, que é minha parceira desde que comecei a trabalhar com a agroecologia. Eles entregam a domicílio e alguns pontos de venda querem fazer uma feira livre com esse tipo de produto orgânico.

Qual a maior vantagem do produto orgânico sobre o convencional?
R - São várias as vantagens do produto orgânico em relação ao convencional. Consumindo produtos orgânicos, você não só esta fazendo bem para a sua saúde como também ajuda na preservação do planeta e na fixação do homem no campo. É um produto ético - e ética é coisa rara hoje em dia.

A agroecologia é viável em larga escala ou se resume à pequena produção? Por que?
R - A agroecologia é viável em qualquer tamanho de propriedade. Ela pode perfeitamente ser feita em larga escala. Se não fosse assim, o Brasil não seria o maior produtor de açúcar orgânico do mundo, de suco de laranja, e por aí vai... A agroecologia não depende de espaço, depende do entendimento do proprietário sobre os benefícios que a sua propriedade a partir do momento que adota esse sistema, além da certeza de que sua terra será produtiva para o resto da vida!

Em casa, consome apenas orgânicos? Se não, qual a proporção?
R - Em casa consumo 100% orgânico. Não é fácil, mas eu consigo - junto o que produzo com o que consigo comprar fora.

No geral, o brasileiro se alimenta bem? Melhorou ou piorou nos últimos anos?
R - O brasileiro se alimenta bem porque come pouco produto industrializado. Pela falta de condições financeiras, ele acaba recorrendo a produtos caseiros, o que faz com que sua alimentação seja relativamente boa. Mas eu acho que ainda falta salada e legumes na alimentação. Ainda consumimos muito amido, principalmente da batata e do pãozinho.

O que você sente falta no cardápio do brasileiro? Ele é equilibrado?
R - No cardápio sinto falta de mais verduras, mais frango caipira. Mas no geral, comemos bem no Brasil.

É possível viver hoje apenas consumindo produtos orgânicos?
R - Não é possível viver hoje apenas de produtos orgânicos por uma total falta de distribuição desse produto e de um incentivo maior ao produtor, o que torna o preço mais caro em relação ao produto convencional. Nós produtores orgânicos precisamos respeitar milhões de regras de produção, enquanto que o produtor convencional ainda vive de uma relação de exploração, onde quem vende nem sempre é quem produz, mesmo que esse tenha nota fiscal de produtor.

O brasileiro se adaptaria bem a uma dieta prioritariamente de produtos orgânicos? Por que?
R - Claro que se adaptaria, porque não seria uma dieta. Orgânico não é diet, nem light. Orgânico é tudo que é produzido preservando a natureza, sem utilização de hormônios de crescimento, por exemplo. É uma produção que respeita a época dos alimentos, dando sustentabilidade ao produtor. E com os alimentos orgânicos podemos fazer qualquer receita. Eu como feijoada orgânica, empadão orgânico, lasanha orgânica etc...

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Óleos Liza, da Cargill, retornam às prateleiras em Manaus

13 de Março de 2008 Internacional — Fabricante da marca Liza rotulou seu produto e o consumidor deve prestar atenção antes de comprá-los. Atividade faz parte de uma extensa programação que vem sendo realizada pela organização ambientalista durante a Semana do Consumidor.

Voluntários do Greenpeace promoveram nesta quinta-feira, no supermercado Super DB da Ponta Negra, em Manaus, a devolução de óleos de soja fabricados pela Cargill. O produto, da marca Liza, foi rotulado por determinação judicial como tendo sido fabricado com matéria-prima transgênica, ganhando na embalagem um triângulo amarelo com um T no meio.

Os voluntários explicaram aos consumidores presentes no supermercado que eles podem da mesma forma devolver o produto rotulado como transgênico, desde que tenham a nota fiscal em mãos e que o produto não tenha sido danificado. Foram distribuídos no local exemplares do novo Guia do Consumidor do Greenpeace.

“O consumidor deve ficar atento ao rótulo na hora de escolher seus produtos. Se foi rotulado como transgênico, ganhando o triangulo amarelo na embalagem, significa que o produto causou impacto ambiental ao ser fabricado. O consumidor precisa saber disso e evitar a sua compra para não compactuar com a degradação do meio ambiente”, diz Gabriela Vuolo, coordenadora da campanha de Engenharia Genética do Greenpeace Brasil.

O protesto realizado em Manaus faz parte das atividades do Greenpeace durante a Semana do Consumidor, durante a qual a população será alertada sobre os riscos que os produtos transgênicos representam ao meio ambiente e também sobre a postura das principais empresas de alimentos do país quanto à informação que disponibilizam.

Na segunda-feira, ativistas do Greenpeace protestaram em frente à sede da Vigor, em São Paulo, exigindo da empresa um posicionamento claro sobre a fabricação de seus produtos. Uma carta foi enviada à direção da empresa pedindo informações sobre a procedência da matéria-prima usada e exigindo a rotulagem em caso de uso de matéria-prima transgênica. No mesmo dia foi encaminhada ao Ministério Público de São Paulo uma representação pedindo uma investigação para determinar se a empresa usa ou não transgênicos na fabricação de seus produtos - em caso afirmativo, a rotulagem se faz necessária, de acordo com a lei em vigor desde 2004.

Na terça-feira, voluntários promoveram uma devolução em massa de óleos de soja da Cargill e da Bunge em um supermercado de Salvador (BA), já rotulados como transgênicos. Quarta-feira foi dia de ativistas rotularem produtos da Cargill e Bunge em um supermercado da zona sul do Rio de Janeiro. Clique aqui e veja fotos e um vídeo dessa ação.

A Semana é do consumidor - e ele exige respeito.

Uma das principais ferramentas durante as atividades programadas será o Guia do Consumidor do Greenpeace, que desde 2002 tem ajudado os consumidores brasileiros a se informarem sobre a real composição dos produtos vendidos no país. Mais de 100 empresas de alimentos foram contatadas e questionadas sobre a utilização de ingredientes transgênicos em seus produtos. As empresas que não respondem ou que não fazem controle adequado para evitar a contaminação por matéria-prima geneticamente modificada são listadas no guia impresso.

No site especial de Consumidores é possível consultar a lista completa de empresas que já se comprometeram a não usar transgênicos em sua linha de produção. Há também diversas ferramentas disponíveis para consumidores que queiram evitar os transgênicos: receitas, entrevistas e idéias de atitudes cotidianas para consumir responsavelmente.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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