MINISTÉRIO PÚBLICO DE SP INVESTIGA VIGOR SOBRE TRANSGÊNICOS E MAIS...

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Março de 2008

25 de Março de 2008 - Há cinco anos que a empresa Vigor promete, sem cumprir, dar informações transparentes sobre a composição de seus produtos e se usa ou não transgênicos neles.

São Paulo (SP), Brasil — Empresa não informa seus consumidores se usa ou não matéria-prima geneticamente modificada. Greenpeace encaminhou ao MP-SP representação pedindo a investigação.

A Promotoria de Justiça do Consumidor, do Ministério Público do Estado de São Paulo, instaurou no último dia 13 de março um inquérito civil para investigar se a empresa Vigor, fabricante de margarinas, maioneses, óleos e laticínios, usa ou não transgênicos em seus produtos. Em caso positivo, o MP deve questionar a falta de rótulo adequado conforme exige a lei de rotulagem, que desde 2004 obriga a inclusão do símbolo de transgênico (um triângulo amarelo com um T no meio) nos produtos fabricados com matéria-prima geneticamente modificada.

O inquérito civil instaurado pelo MP-SP foi sugerido pelo Greenpeace, que encaminhou representação ao órgão no dia 10 de março (clique aqui para ler), data da ação realizada em frente à sede da Vigor em São Paulo, durante a Semana do Consumidor. Cerca de 30 ativistas do Greenpeace protestaram contra a empresa, que não informa a seus consumidores sobre o uso ou não de transgênicos em seus produtos. Os ativistas se acorrentaram à entrada da empresa e colaram um cartaz na fachada do prédio, com a pergunta "Vigor: vai rotular?"

Recentemente, a Justiça acatou ação civil pública do MP de São Paulo, baseada em denúncia do Greenpeace, obrigando as empresas Bunge e Cargill a rotularem seus óleos de soja Soya e Liza, respectivamente.

“O inquérito do Ministério Público é muito bem-vindo porque visa garantir aos consumidores o seu direito de saber o que estão comprando. A Vigor tem o dever de fornecer essa informação e, em caso de uso de transgênicos, obrigação de rotular seus produtos conforme prevê a lei”, afirmou Gabriela Vuolo, coordenadora da campanha de Engenharia Genética do Greenpeace Brasil.

O Greenpeace realizou, durante a Semana do Consumidor, uma série de atividades em 10 cidades brasileiras para alertar a população sobre a falta de informações disponíveis sobre o uso de transgênicos nos produtos alimentícios comercializados no país. Numa das ações, devolvemos à Garoto quilos de ovos de Páscoa suspeitos de serem transgênicos.

Desde 2002 o Greenpeace edita o Guia do Consumidor, que lista os produtos que podem ou não conter matéria-prima transgênica em sua composição.

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Romênia bane milho transgênico da Monsanto por falta de segurança

27 de Março de 2008 - Apesar das muitas dúvidas - e algumas certezas - contra o milho transgênico, a maioria dos ministros do Conselho Nacional de Biossegurança autorizou o plantio e comercialização no país de variedades geneticamente modificadas da Monsanto e Bayer.
Amsterdã, Holanda — Variedade MON 810, da Monsanto, já é proibida em oito países europeus. No Brasil, no entanto, foi aprovado em 2007 pela CTNBio.

O governo romeno anunciou nesta quinta-feira que vai banir do país o milho geneticamente modificado MON 810 da Monsanto. A decisão é particularmente importante já que o milho é o único cultivo comercial de transgênicos permitido na Europa. Essa variedade é a mesma que foi aprovada em 2007 para plantio comercial no Brasil pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).

A Romênia é o principal produtor de milho da União Européia em total de hectares plantados, com cerca de 3 milhões de hectares cultivados anualmente. Do milho MON 810 foram plantados 300 hectares no país desde 2007, representando apenas 0,01% do total de produção de milho da Romênia.

Com o anúncio do ministro do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Romênia, Attila Korodi, o maior produtor de milho da Europa se tornará livre de transgênicos. A Romênia é o oitavo país da Europa a banir o cultivo de variedades transgênicas, seguindo os passos da França, Hungria, Itália, Áustria, Grécia, Suíça e Polônia.

Preocupações sobre a segurança do milho MON 810 levaram o governo romeno a agir. Estudos científicos mostram que o milho MON 810 provoca danos à fauna, solo e saúde humana. Sua toxina embutida, programada para matar uma de suas pragas, entra no solo e provoca danos a minhocas, borboletas e aranhas. Provas de sua segurança para a saúde humana e animal são inconclusivas.

Um recente estudo do professor Gilles Eric Séralini, especialista do governo alemão em transgênicos da Universidade de Caen, encontrou sinais de toxicidade nos órgãos internos de animais alimentados com milho transgênico. Clique aqui para ler o estudo.

No final de 2007, o Comissário da União Européia para o Meio Ambiente, Stavros Dimas, usou estudos similares para bloquear o cultivo de outras duas variedades de milho transgênico, parecidos com o MON 810, na União Européia. Ele também fez referências a novos estudos que mostram que a toxina Bt produzida pelo milho transgênico tem efeitos negativos nos ecossistemas aquáticos.

"Enquanto a Europa proíbe o milho MON 810, da Monsanto, o Brasil está pronto para abrir suas terras a essa variedade transgênica suspeita de causar tantos problemas", critica Gabriela Vuolo, coordenadora da campanha de Engenharia Genética do Greenpeace Brasil. "Esse milho foi aprovado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e autorizada pelo Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), que reúne 11 ministros. Deram às costas para o meio ambiente e à saúde dos brasileiros, privilegiando o agronegócio e uma tecnologia que não consegue comprovar sua segurança."

CONTAMINAÇÃO GENÉTICA

A contaminação de plantações convencionais por transgênicos é um problema sério. Em 2007 apenas, houve 39 novos casos de contaminação em 23 países. Apesar disso, não há padrões internacionais para responsabilizar as empresas de biotecnologia pelos danos causados e perdas financeiras.

Em 1998, a Monsanto ganhou uma licença de 10 anos da Comissão Européia para o cultivo do milho transgênico MON 810 por toda a União Européia. A licença está expirando este ano. O MON 810 é a única variedade transgênica com permissão para ser plantada na Europa.

O relatório Registro de Contaminação Transgênica 2007 (sumário executivo em português), produzido anualmente pelo Greenpeace e pelo Gene Watch UK, já constatou 216 casos de contaminação genética em 57 países diferentes, desde que as plantações geneticamente modificadas começaram a ser feitas comercialmente (em 1996). E apesar disso tudo, as empresas de biotecnologia continuam impunes.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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