PARA MINISTÉRIO PÚBLICO, POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE INDÍGENA SÃO LENTAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2008

25 de Março de 2008 - Gilberto Costa - Repórter da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - As políticas de assistência à saúde indígena são lentas, para a subprocuradora Deborah Duprat, da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal. Segundo ela, as comunidades beneficiárias permaneceram por muito tempo "invisíveis" aos olhos do Poder Público e da sociedade brasileira e, hoje, encontram dificuldades para exercer o controle social dessas políticas.

Segundo Déborah, o Ministério Público - a quem compete fiscalizar as ações de assistência aos índios (e outras minorias) - "tem poucas condições" de acompanhar a situação social dessas populações.

Para a subprocuradora, as questões culturais - de como os índios vêem o corpo e fazem sua alimentação, por exemplo - devem ser consideradas nos programas de assistência aos indígenas.

"Os programas de governo têm em conta a pobreza, mas não levam em consideração essa especificidade e tendem a fracassar."

De acordo com a subprocuradora, a situação do Vale do Javari (no noroeste do Amazonas), onde indígenas há mais de cinco anos convivem com surtos de malária e hepatite, é de "extrema gravidade".

Segundo Deborah Duprat, o Ministério Público tem dificuldades de acompanhar a situação naquela região. A representação do órgão na cidade de Tabatinga (no Amazonas e próxima ao Vale do Javari) sofre com alta "rotatividade dos procuradores" e, de Brasília, o controle central é sempre prejudicado. "Nós estamos mal acompanhando de Brasília, não temos condição de fazer isso por aqui."

Deborah Duprat esteve hoje (25) em audiência pública realizada na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga a subnutrição de crianças indígenas. Para ela, o maior problema das populações indígenas é a demarcação de terras.

O presidente da CPI, deputado Vital do Rego Filho (PMDB/PB), concordou e relacionou a questão fundiária com a saúde indígena no Mato Grosso. "A falta de terras como acontece no Mato Grosso é um dos vetores da subnutrição."

Instalada em de dezembro do ano passado, a CPI deve concluir seus trabalhos até o dia 25 de abril.

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Índice de tuberculose é alto entre indígenas

24 de Março de 2008 - Débora Xavier - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O aparecimento de casos de tuberculose entre os indígenas brasileiros, ao lado da população carcerária, descendentes de imigrantes asiáticos, moradores de favelas e de rua, é superior ao da população em geral.

“Não temos uma explicação para essas prevalências. Veja que, com relação à incidência na população de origem asiática, não se relaciona com condições socioeconômicas”, afirmou o o coordenador do Programa Nacional de Combate da Tuberculose do Ministério da Saúde, Dráurio Barreira.

Ele disse que a alta incidência na população indígena talvez esteja ligada a questões biológicas. “Não temos estudos científicos para que possamos afirmar com certeza, mas imaginamos que aspectos culturais, como os próprios atos de vida coletiva, de dormir todo o grupo familiar em um só ambiente, facilitem a transmissão”, afirmou.

Dráurio levantou a hipótese de que, devido ao fato de a maioria das populações indígenas estarem localizadas na Região Norte do país, onde é alta a incidência, elas acabem sendo também vitimadas pela doença.

“A cidade de Manaus é uma das líderes no aparecimento da doença. Talvez uma das razões sejam as condições climáticas”, afirmou. Ele disse que o ministério está, inclusive, elaborando um edital de pesquisa para explicar as diferenças regionais, além das questões sociais e econômicas, no aparecimento da tuberculose.

Para o vice-diretor da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, Marcus Apurinã, uma das comunidades com maior incidência de tuberculose é a dos suruí, que vivem em Rondônia.

“O que já ouvi dizer é que o sistema imunológico deles é bastante sensível à tuberculose. Há alguns anos, até uma equipe da Fiocruz foi chamada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para trabalhar no combate à doença lá nas aldeias dos suruí”, disse Apurinã.

Um estudo publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical confirma a alta incidência de tuberculose entre grupos indígenas da Amazônia e, em particular, entre os suruí de Rondônia. Nesse estado, a tuberculose é importante causa de mortalidade indígena, com risco de morte dez vezes superior ao da população geral rondoniense.

De acordo com a publicação, a incidência média de tuberculose no período de 1991 a 2002 foi de 2.5 casos para 100 mil habitantes, com cerca de 50% das notificações em menores de 15 anos de idade.

Marcos Apurinã acrescentou que há também alto índice de tuberculose na região do Alto Rio Negro, em São Gabriel da Cachoeira, onde vivem 22 etnias distribuídas em 540 comunidades.

Segundo ele, a tuberculose atinge todas as faixas etárias. Uma das possibilidades levantadas para a disseminação da doença entre os indígenas é a deterioração das condições de vida, fruto da degradação do meio ambiente, assim como práticas locais que dificultam cuidados de saúde e a falta de continuidade nos tratamentos médicos.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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