CERCA DE 80% DAS ÁREAS REGULARIZADAS PARA ÍNDIOS ESTÃO INVADIDAS POR FAZENDEIROS, DIZ CONSELHO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2008

10 de Abril de 2008 - Adriana Brendler - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Roberto Liegbott, afirma que grande parte das terras reconhecidas e regularizadas para índios estão ocupadas ilegalmente. Segundo ele, os indígenas enfrentam o desrespeito aos territórios que já foram legalmente destinados a eles.

“Pelos menos 80% das áreas regularizadas estão invadidas por posseiros, grileiros, ou algum tipo de empresa que desenvolve projetos econômicos dentro daquelas áreas. A demarcação em si não traz uma segurança efetiva para a comunidade indígena. Precisaria que o governo brasileiro desenvolva a proteção e a fiscalização dessas áreas”.

Ele cita como exemplo, o caso das terras de Raposa Terra do Sol, em Roraima, com procedimento demarcatório quase concluído mas onde há a pressão de grileiros e arrozeiros contra a posse indígena.

Procurado para comentar as informações do Cimi, a Funai respondeu, por meio da assessoria de imprensa, que o presidente do órgão, Márcio Meira, não tinha agenda disponível para entrevista.

De acordo com o Censo 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 734 mil indígenas no Brasil, cerca de 70 mil no Mato Grosso do Sul. A estimativa é que hoje 40% dos índios vivam em áreas urbanas do país.

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Mortalidade de crianças indígenas é o dobro da média nacional, diz relatório

10 de Abril de 2008 - Morillo Carvalho - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Entre os indígenas, a mortalidade infantil é o dobro da média nacional, e os índices de desnutrição também são altos. É o que revela o relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil 2006/2007, elaborado pelo pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

De acordo com o relatório, apresentado hoje (10) na 46ª Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disenteria, pneumonia e tuberculose foram algumas das causas das 51 mortes de crianças indígenas nos últimos dois anos – 29 em 2006 e 22 em 2007.

“Em Mato Grosso [em 2006], 17 crianças morreram em conseqüência da desnutrição. Em Rondônia, foram registrados sete casos e, em Tocantins, 11 casos de óbito infantil causados por desnutrição, desidratação e, especialmente, por falta de tratamento adequado”, registra o capítulo sobre mortalidade infantil do relatório.

Segundo o levantamento do Cimi, os estados de Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Tocantins foram os que apresentaram o maior número de mortes por desnutrição e desidratação infantil entre os índios. As causas apontadas pelo relatório vão desde a saúde precária das mães à falta de transporte para os postos médicos.

“É conseqüência e testemunho da saúde extremamente precária das mães que, amamentando, não conseguem alimentar seus filhos e, além disso, não têm assistência pré-natal e pós-natal adequada.” O levantamento aponta ainda a “falta de alimentação, terra, segurança alimentar, água potável, saneamento, prevenção, vacinação e assistência médica” entre os fatores que levam a tal situação.

O documento do Cimi relaciona 74 casos de desnutrição entre índios em 2006 e 491 em 2007. Só em Mato Grosso do Sul, são 184, segundo o coordenador de Saúde Indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no estado, Zelik Trajber, conforme relatado no documento.

“Das 2,3 mil crianças de zero a cinco anos atendidas pela Funasa, 184 sofrem de desnutrição e ainda há 322 crianças sob risco de desnutrição”, informa o relatório.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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