JUDICIÁRIO É “CO-RESPONSÁVEL” PELO QUE VIER ACONTECER
EM RAPOSO SERRA DO SOL, DIZ TARSO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2008

14 de Abril de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - José Cruz/Abr - Brasília - Ministro da Justiça, Tarso Genro, fala à imprensa após solenidade de criação do Centro Integrado de Inteligência Policial e Análise Estratégica
Brasília - O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse hoje (14) que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu a Operação Upatakon 3, criada para retirar não-índios da terra indígena Raposa Serra do Sol, também tornou o Judiciário responsável pelos acontecimentos futuros na reserva.

“A operação ia sair com tranquilidade, os focos de resistência já estavam mapeados e iam ser neutralizados. Mas o Supremo decidiu suspender. O mais importante para nós do Poder Executivo, que queremos a extrusão e finalizar o processo de demarcação, é que agora existe uma co-responsabilidade entre o Executivo e o Judiciário”, afirmou Tarso, após participar da solenidade de criação de um centro de inteligência policial, na sede da Polícia Federal, em Brasília.

Tarso reiterou que o governo cumprirá o que for determinado pelo STF, mas destacou que a posição institucional do Executivo não mudou em relação ao assunto.

“Nossa visão é que a terra foi bem demarcada, em um trabalho sério, e que a União tem soberania sobre as terras indígenas. O Estado está chegando para retirar pessoas que ocupavam de boa ou má-fé terras que são da União e estão em áreas indígenas”, argumentou.

O ministro estima que o STF dará uma decisão final sobre a desintrusão em no máximo 60 dias. Até lá, a Polícia Federal e a Força Nacional de Segurança permanecerão na área indígena para garantir a segurança. Segundo Tarso, a PF também vai apurar “nos rigores da lei” os crimes cometidos nos últimos dias.

“Os inquéritos que foram instalados em função da resistência ilegal, com atitudes quase terroristas e de sabotagem, vão continuar, para indiciar e punir as pessoas que estiverem por trás”.

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Funasa e Forças Armadas iniciam operação de atendimento a índios no Amazonas

14 de Abril de 2008 - Amanda Mota - Repórter da Agência Brasil - Manaus - A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) inicia nesta semana uma articulação entre o Exército, a Marinha e a Aeronáutica para prestar atendimento médico-hospitalar aos índios do Vale do Javari, no oeste do Amazonas. Participam da Operação Javari 60 pessoas, entre militares e profissionais de saúde da Funasa, que estarão a bordo do Navio de Assistência Hospitalar Oswaldo Cruz, da Marinha.

A maior parte dos atendimentos deverá ser realizada no próprio navio, até o início de maio, quando o Oswaldo Cruz retorna a Manaus. A Operação Javari inclui ainda imunização contra diversas doenças. O Oswaldo Cruz, um dos três navios de assistência hospitalar da Marinha, que deixou Manaus hoje (14), dispõe de sala de cirurgia, enfermarias, laboratório de análises clínicas, equipamentos de raio X, gabinetes médicos e odontológicos e farmácia.

Segundo a direção da Funasa no Amazonas, a Operação Javari permitirá colocar em prática o aprimoramento do atendimento e da assistência à saúde indígena na região, sobretudo no que diz respeito a doenças como malária, tuberculose, hepatites, sarampo e gripe.

O diretor do Departamento de Saúde Indígena da Funasa, Wanderley Guenka, informou que o navio chega no dia 21 a Tabatinga, no noroeste do Amazonas. No dia 23, estará no pólo-base de São Luís, já no Vale do Javari. De acordo com Guenka, um helicóptero e duas lanchas serão usados para facilitar o contato da equipe médica com as populações indígenas, mesmo as mais afastadas.

No próximo sábado (19), será lançada campanha de vacinação contra doenças diversas. A campanha vai durar 15 dias, período em que os índios poderão contar com outros tipos de atendimentos voltados ao pré-natal, saúde da mulher, da criança e do idoso.

Wanderley Guenka disse que a situação epidemiológica da população indígena do Vale do Javari justifica a soma de esforços dos envolvidos na operação. "Trata-se de um território muito grande, extenso, e com determinadas áreas onde o acesso é mais complicado. Os rios não são navegáveis o ano todo, e a dispersão dos povos indígenas nessa área é de forma irregular." Segundo ele, por conta desses fatores, a Funasa enfrenta dificuldades para prestar assistência aos índios e por isso buscou parceria com o Ministério da Defesa.

O presidente da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Jecinaldo Cabral, destacou que a mobilização de forças na Operação Javari é um passo importante para garantir proteção e atenção à saúde indígena na região. Ele ressaltou, porém, que a região precisa de mais atenção do governo federal. A Operação Javari é um reconhecimento público de que até mesmo a Funasa necessita de ajuda quando se trata das ações de saúde voltadas para essa área, disse ele.

"É claro que a ajuda é bem-vinda, apesar de ser assistencial. É preciso que o governo brasileiro entenda que a região do Javari merece atenção especial e que outras operaçòes já foram realizadas, o que não significou enfrentar o problema de forma mais consistente e estruturante. É isso que nós questionamos", afirmou. Jecinaldo espera que a operação resulte num planejamento de ações permanentes, indo além do que foi previsto para o mês de abril.

A região do Vale do Javari tem área equivalente à do estado de Santa Catarina - 8,5 milhões de hectares. Aproximadamente 3,7 mil indígenas vivem no local, incluindo as 48 aldeias das etnias Marubo, Mayoruna, Kanamari, Matis, Kulina e Korubo, catalogadas pela Funasa, e outros povos de pouco contato. "Ainda há indícios e evidência de índios isolados nessa região. Proteger a saúde dos povos indígenas já conhecidos é, de forma indireta, proteger também os povos isolados", concluiu Guenka.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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