TARSO GENRO VAI INTERMEDIAR AUDIÊNCIA ENTRE ÍNDIOS
DA RAPOSA SERRA DO SOL E O SUPREMO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2008

16 de Abril de 2008 - Morillo Carvalho - Repórter da Agência Brasil - Elza Fiúza/Abr - Brasília - O ministro da Justiça, Tarso Genro, conversa com a advogada Joenia Wapichana, do Conselho Indígena de Roraima, junto com líderes indígenas da Raposa Serra do Sol

Brasília - O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse no início da tarde de hoje (16) que vai pedir uma audiência com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, para solicitar maior rapidez no processo que julga a homologação da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.

Por determinação do STF, a Polícia Federal (PF) suspendeu, no local, a Operação Upatakon 3, deflagrada no início do mês para retirar os ocupantes não-índios do local. O compromisso de intermediar a conversa dos índios com o Judiciário foi feito em audiência pública com representantes indígenas da região.

“Vamos conseguir uma audiência para vocês. O ministro Ayres Britto, independente do juízo que vocês façam da resolução dele, é uma pessoa muito humana e muito sensível a essas questões”, disse Tarso aos representantes. O ministro Ayres Brito foi o relator da ação que suspendeu, em caráter liminar, a operação de retirada de não-índios da área em Roraima.

Para Tarso, as autoridades ainda não estão convencidas, em sua totalidade, de que aquela área pertence aos índios.

“O Supremo sempre tem uma sensibilidade de julgar muitas das questões importantes como esta, com a sensação que vêm da sociedade. Então acho que essa decisão está formada por um processo de informação ainda não muito completo, como se os índios fossem os autores e os fazendeiros, as vítimas. Na verdade é o contrário”, defendeu.

Tarso Genro esclareceu aos indígenas que o ministério – a quem a Polícia Federal é ligada – tem o dever de acatar a decisão do Supremo. Entretanto, o ministro acredita que o julgamento não deve demorar. “Tivemos a promessa pública do Supremo de que eles vão julgar este episódio em 45 a 60 dias”, pontuou.

Durante a conversa com o ministro, os indígenas apresentaram a situação de insegurança da reserva, disseram que em muitos locais os produtores os impedem de caçar e pescar e pediram que a Polícia Federal continue no local, especialmente para proteger a comunidade de Barra.

“Queremos a permanência da Polícia Federal, a devolução da balsa do DNIT [Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes] que está em poder dos arrozeiros e também a reconstrução da ponte que foi destruída por eles”, reivindica a advogada do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Joenia Napichana.

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Povos indígenas acampam em Brasília para pressionar pela aprovação de estatuto

15 de Abril de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Acampados no canteiro central da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, os cerca de 700 indígenas de etnias de todas as regiões do país, que estão em Brasília para o movimento Abril Indígena, elegeram a aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas como prioridade da pauta de reivindicações que será discutida ao longo da semana e apresentada a representantes do Congresso, do Executivo e do Judiciário.

Hoje (15), representantes dos índios debateram sobre a necessidade da criação de um marco regulatório para as políticas públicas para os povos indígenas, pleiteado desde a promulgação da Constituição. Os índios promovem o Acampamento Terra Livre 2008, manifestação que segue até sexta-feira (18).

Um projeto de lei de 1991 prevê a criação do estatuto. Em junho de 1994, uma comissão especial, criada na Câmara para apreciar a matéria, juntou outros projetos ao original. Depois, a liderança do PSDB entrou com recurso para que o substitutivo passasse por votação em plenário, o que ainda não ocorreu depois de 13 anos de tramitação.

O texto trata de questões como autonomia dos povos indígenas, exploração dos recursos naturais existentes nas terras homologadas e direitos de propriedade intelectual das culturas tradicionais, por exemplo.

Para o cacique Marcos Xucuru, membro da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), falta vontade política e articulação para aprovar o estatuto. “O estatuto permanece parado porque há várias forças contrárias, principalmente por causa de questões econômicas. Nós não temos maioria, nem uma bancada forte para garantir a defesa dos povos indígenas no Congresso”, afirmou.

Xucuru acusa alguns parlamentares de adotarem a estratégia de desvincular alguns temas do estatuto e votá-los em projetos separados. Um exemplo que o líder indígena cita é artigo que trata da mineração em terras indígenas. “Há a intenção de esvaziar o estatuto, pegando o que interessa ao poder econômico, para atender a grupos específicos, como madeireiros e mineradores”, lamenta.

De acordo com o cacique, as lideranças estão dispostas a repetir a estratégia utilizada durante a Assembléia Constituinte de 1988, para garantir avanços na tramitação do texto. “Vamos retomar a mobilização feita na época da Constituição de 1988, ou seja, garantir um grupo de lideranças indígenas aqui em Brasília fazendo lobby constantemente e dando visibilidade a essa dívida histórica que o país tem com os povos indígenas”, anunciou.

Outra reivindicação do Abril Indígena é a criação do Conselho Nacional de Política Indigenista, que substituiria a Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI). A principal demanda é que, ao contrário da comissão, o novo órgão tenha atuação deliberativa e não apenas consultiva.

“Com a participação efetiva e de forma paritária do governo e dos povos indígenas, e, com poder de deliberação, ele servirá para elaborar, discutir, analisar e encaminhar a execução de políticas públicas em vários níveis, como educação, cultura e fortalecimento dos povos indígenas”, argumentouo o coordenador-geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Gecinaldo Sateré-Maué.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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